terça-feira, junho 30

Pão de Queijo

Sempre que me perguntam qual é a primeira coisa que se deve fazer ao imigrar para um país qualquer, eu digo: procurar alguém que te ensine a achar as coisas.

Pra mim, foi a Alice, que me ensinou até onde achar cotonete. Mas essencial mesmo é achar ingredientes substitutos para suas comidas favoritas, sabendo que vai ter muita coisa que vai ficar de fora, e que você só vai comer mesmo quando for ao Brasil. Aqui na Holanda, temos o site http://finalmentebrasil.nl/ mas quem tiver curiosidade, dê uma olhadinha nos preços, salgadésimos.

Eu me forcei a esquecer coisas tipo mousse de maracujá ( o suco concentrado é válido só por 6 meses, é ruim de trazer do Brasil e aqui custa caro ), bolo de fubá com goiabada, sequilhos... Do Brasil trago só mesmo farofa e feijão. E trago Rodasol, que aqui não vende.

Mas uma coisa que praticamente todos os brasileiros no exterior sentem falta é o pão de queijo. Ah, quentinho, assando no forno perfumando a casa toda, com um cafézinho passado na hora... Não, esse não dá pra ficar sem!

A solução mais fácil são aqueles saquinhos da Yoki, e até o ano passado, eu trazia do Brasil ou pedia pra comprarem no caboverdiano de Rotterdam. Nessa última ida ao Brasil, assistimos, minha mãe e eu, um programa de TV falando sobre os produtos químicos em misturas preparadas, e dos exemplos que deram, um dos piores era o pão de queijo. Além de conter um valor acima da média de conservantes e acidulantes, é carregado no famigerado glutamato monossódico, salitre para os íntimos.

Foi então que minha mãe lembrou da receita da minha adolescência, a primeira que aprendi a fazer: pão de queijo de liquidificador. Você bate os ingredientes, coloca nas forminhas de empada e assa. Nas festinhas era o maior sucesso.

Trouxe a receita e como aqui na Holanda se acha o tapioca starch ( polvilho doce ) fácil nas lojas asiáticas, ando me refestelando de pão de queijo, que já aprendi a fazer na coqueteleira, apenas 1/3 da receita, já que o marido não curte. E não deve ter pontos no Vigilantes, não está na listinha! Ho ho ho.

Para minha surpresa, há alguns meses saiu a receita no site do Rainhas do Lar, até liguei pra minha mãe pra contar. De lá, peguei umas fotos pra vocês verem.

A receita é:

3 ovos
3 xícaras de polvilho doce ( tapioca starch )
1 xícara de leite
1/2 xícara de óleo
200 gr de queijo duro ( tipo parmesão )
sal ( eu coloco 1 boa colher de sobremesa )

Bater tudo no liquidificador, colocar em forminhas de empada ( ou uma forma de muffins ) e assar em forno pré aquecido a 180 graus. Não precisa untar a forminha, e coloque só 1/3 da forminha de massa, vai crescer pacas. Uma receita rende umas 40 forminhas médias.





Além de baratésima, a vantagem da receita é que você sabe o que vai nela. Eu coloco ovos com Omega3, óleo de girassol, leite desnatado, sal marinho. Especialmente pra quem tem criança, pra que ficar entuxando os estomaguinhos deles com essas químicas esdrúxulas, e especialmente, pra que bombardeá-los de salitre?

Tentem, povo, vocês vão gostar!

segunda-feira, junho 29

Que mais falta?

Primeiro, Ivetão aparece grávida. Pela segunda vez, do mesmo Lolito.

Agora, leio que o Gugu foi pra Record.

Só falta vocês me falarem que a Hebe tá morena.

Que é que tá acontecendo aí do outro lado do mundo, hein?

Simpatia

Prezados leitores, aquele que por ventura conhecer uma simpatia, remédio caseiro, mandinga, reza, qualquercoisa que aumente a nossa paciência com gente burra, favor informar.

Tô deveras precisada.

Minha paciência é pequena, e tenho que lidar com gente que raciocina devagar, e com aqueles que parecem não raciocinar at all.

Pensei em rezar pro são longuinho, pra achar a paciência que perdi, mas a verdade é que nunca a tive. Logo…


domingo, junho 28

Vestido de chita

Depois de um breve levantamento sobre a condição do meu guarda-roupa de verão, a suspeita se confirmou: estou pelada!

Comprei, há algumas semanas, um vestido longo liiiindo, não vejo a hora de usar. Tenho várias saídas de praia novas, nisso o Brasil, em especial o Nordeste, é imbatível. Comprei também, assim que saiu a coleção verão, um shorts médio de algodão-linho, pra garantir. Fora isso, só trapos.

É contra meus princípios investir muito em roupa de verão. Aqui em casa, nossas roupas de verão são submetidas à condições terríveis, as coitadas. Como frequentemente vamos de férias por longos períodos, fatalmente temos que apelar pra alguma laudromat, conhecemos lavanderia em todos os países! E daí colega, sua blusinha de 200 euros da Diesel vai ter é que aguentar muito o tchak-tchak das máquinas industriais de laudromats.

No Brasil, só as malhas da paulista Scene aguentam o tranco. Mesmo porque, aqui em casa, é lavagem à tombo e secagem à tombo, nem varal temos ( temos um rackizinho pras cuecas preciosas do marido ). É por isso que eu, macaca velha que sou, espero as liquidações holandesas pra abastecer meu estoque. Acabei de chegar do centro e fiz a festa: com 55 euros, na minha loja favorita, comprei uma calça capri cinza, um vestidinho de alcinha rosa e cinco blusinhas muito legais. Tudo com 50% ou mais de desconto, roupas que eu vi no preço original e fiquei só monitorando a liquidação. Agora faltam roupas de alcinha, porque vai estar calor que nem fez ontem aqui, e senhor, quase morri (emos).

Como a Holanda muda no verão! Como EU mudo no verão! Ontem estavam todos felizinhos e saltitantes pelas ruas. O supermercado vazio, muita gente de férias ou simplesmente sem vontade de fazer a "obrigação" de fazer o rancho ( eita como eu lembro da minha cunhada curitibana quando falo fazer o rancho ). E supermercado vazio é o supra-sumo da felicidade pra mim. Ontem fiquei 2,10 hs no AH. Aghhhh como saí feliz de lá.

Agora é esperar a viagem. Carro alugado pros 15 dias, vamos virar aquela ilha do avesso. Ontem comprei também um guia de Rhodos, com "inside tips", que costumamos fazer questão de visitar de cabo à rabo. O duro vai ser aguentar a espera, trabalhando que nem elfo doméstico e passando fome.

sexta-feira, junho 26

A 100 km daqui...


Eu trabalho há um ano entre holandeses e belgas. Nesse ano de convívio, tenho a impressão de que os belgas tem um certo refinamento sutil, talvez pelas influencias francesas, que os holandeses não tem. São pequenos detalhes, mas que eu acho que fazem bastante diferença.

Por exemplo. No trabalho, os diretores, tanto daqui quando da planta da Bélgica, sempre deixam suas portas abertas em sinal de que estão disponíveis. Aqui na Holanda, holandeses entram na sala direto e começam a conversa. Os belgas batem na porta aberta, esperam o diretor levantar a cabeça do que estão lendo, ou do computador, e só então entram.

As duas plantas subsidiam sopas. Eu adoro a sopa de ervilhas holandesa, prato super típico. É super grossa, com pedacinhos de cenoura, e com rodelas de um salsichão defumado típico. Não é pra quem é fraco não, dá um suador! Na Bélgica, servem também sopa de ervilhas, delicadíssima, só a ervilha mesmo, com uma sombrinha dum gostinho de cebolas refogadas. Um charme! Mas tenho daí a impressão que holandeses ( e eu ) gostam de sustância, enquanto os belgas de sabores mais refinados. Ou como diz meu colega belga, a sopa holandesa não é sopa de ervilhas, é sopa de legumes com salsicha ( além da ervilha tem também batatas e cenouras ).

Por conta das 4 semanas que teremos de férias, conversa-se muito sobre os planos de férias. A maioria dos colegas holandeses se preocupa mais com o destino do que com o hotel onde vão ficar. Muitos aqui dão preferência a campings ou àqueles bungalôs de madeira em campings ou em parques de veraneio. Já os belgas tem sempre uma sugestão de um lugar charmoso, um hotelzinho bacana, nada espalhafatoso e carésimo, lugares "sutilmente refinados". A última sugestão do colega belga quando eu disse que gostaria de ficar uns dias numa praia aqui por perto foi esse hotelzinho aqui, vejam que graça:

http://www.residentie-delaurier.be/

É incrível como são diferentes os dois povos que moram a menos de 100 km de distância. Se bem que em São Paulo nós, paulistanos, fazemos piadas dos Santistas, e a bem da verdade, até o sotaque a a mania de usar o tu dos santistas é diferente.

Anyway, gostcho dos belgas. E me divirto com eles tirando o sarro dos holandeses. Ho ho ho. Agora mesmo, acabei de ouvir "dormir no chão ( se referindo a camping ) é coisa de holandês".

:o)


R.I.P.

Gente, ele, o rei do pop, morreu. Estou perplexa.

E olha que eu nem era assim tão fã, imagino como esses devam estar arrasados.

E como num passe de mágica, a media que tanto o chamou de véio safado que dorme com menininhos, agora escreve sobre sua genialidade.

Me pergunto porque é que eu ainda leio jornal.

R.I.P.

quinta-feira, junho 25

Filosofia barata de uma gorda desanimada

Minha dieta não está indo. Semana passada, a primeira, entreguei-me aos (des)prazeres das refeições a vapor novamente. E da pizza. Trabalhando até tarde, não queríeis que eu fosse ainda às compras e ao fogão, queríeis? Eis que no mercado rápido do sábado nem noto um artigo diferente no meu carrinho, paguei, e fui ver só em casa na hora de guardar: appelflappen congelados crus, para assar em casa, marca da casa AH. Bosta pensei, não gosto de appelflappen! Mas, Bart, que gosta, os assou, e gente, indico muito, que delííííícia! O que eu não gosto do appelflap tradicional é que ele é meio seco e aquelas pontas ficam sem recheio, mas o do AH é em formato de maçã, que além de ser uma graça, é ainda super bem recheado. Quem morar por essas bandas, comprem! E para quem não sabe o que é um appelflap, é isso aqui:



Daí, hoje, desvairada de fome no supermercado, não aguentei ver essas panquequinhas americanas, que eu nunca havia experimentado. Comprei. Amei. Amei muito. Amei demais da conta. Com margarininha light e um açuquinha ( !!!! ) de confeiteiro. Hummmm. Já disse que amei muito?



Terça foi aniversário do Gerente da Engenharia, o tal charmoso. Estava numa reunião e ele deixou pessoalmente um Bossche Bol pra mim. Ele é de Den Bosch, e dizem que essa iguaria é especialidade da região. É uma bolona de uma massa tipo a de profiteroles, recheada de um chantilly beeeeeem leve, e coberto com um chocolate bem gostoso. É ultra doce, é enjoativo, mas um bem feitinho... Aghhhhh...



Acho que é do dêmo se vingando do post que eu fiz sobre ele, me mandando todos os pontos vigilantes do pesístico possíveis pra cima de mim.

Ó Senhor, ajudai essa pobre filha redondinha. Ajudai!

PS.: Arrumarei a diagramação dessa bosta de Blogger amanhã, hoje tô indo dormir.

quarta-feira, junho 24

Então...


Uma parte do meu estar puta da vida é causado pela situação aqui na empresa.

A empresa nos comunicou que teremos redução de jornada, mas como sempre, meu departamento é a exceção e, como sempre, ninguém nos comunicou nada. E no mesmo dia que o presidente da empresa comunicou que a empresa pediu redução de jornada ao governo porque estamos "over staffed", meu diretor me pediu para cancelar minhas férias, e eu, que nem precisei dizer não, disse que o faria se a empresa pagasse meu pacote turístico. O diretor até perguntou quanto era, mas quando eu disse, claro que achou caro, mas pediu, já que eu chego numa quinta-feira, para que eu venha trabalhar na sexta. Tive que dizer não.

Mas o que mais me encana, é minha situação, se ficar o bicho pega se correr o bicho come. Nos últimos 5 meses eu trabalhei num projeto de um fornecedor que faliu. O fornecedor substituto foi escolhido, agora é meio que levar com a barriga, mas até então eu trabalhei como um elfo doméstico, sexta passada saí daqui às 9 da noite, na segundo comecei 7:15 ( trabalhar antes das 8 é contra meus princípios, mas tive que ). Como gostaram de como eu levei o projeto, me colocaram como project leader de outro fornecedor que faliu. Quando ouvi que eu seria project leader fiquei super contente, são poucos os que chegam lá, além de ser um projeto legal, enorme. Só que minha alegria durou pouco, porque também fui informada que o Project Manager será o Diretor Bonzinho, que apesar de bonzinho, não faz nada a não ser o que envolva aparecer na frente do big boss. Nesse meu projeto anterior, 50% do meu trabalho era na verdade trabalho que eu fazia no lugar dele.

Sabem, trabalhar até tão tarde todos os dias tem um custo que eu não sei se eu estou a fim de pagar novamente. Foram meses de comidas congeladas porque eu chegava tarde e cansada demais pra cozinhar. E roupas empilhando no cesto. E eu mal via o Bart e meus piolhetos. Nos fins-de-semana eu estava sem vontade de fazer nada a não ser deitar e ler um livro ou ver um filme. Eu não quero continuar vivendo nessa falta de balanço, tenho uma casa pra terminar, tenho um marido pra dar atenção.

Hoje o Diretor Bonzinho tinha que apresentar o status do projeto pro Big Boss. No meu departamento eu sou a project leader de Plásticos e meu colega de Espumas. O Diretor Bonzinho veio pra fazer a apresentação, e eu, besta, já sabia que ía sobrar, por isso um dia antes já tinha falado com todos os departamentos e pegado as informações. Estava tudo prontinho. Quando ele foi sentar com o meu colega, ele, que já tem certa idade, já trabalha aqui a 25 anos, educadamente entregou ao Diretor Bonzinho 4 slides com a parte dele e só. O Diretor Bonzinho ficou vermelho e disse que faltavam as informações da engenharia, do laboratório, que faltava tudo! Sem levantar a voz um decibel meu colega disse que ele era responsável por compras, qualidade, finanças e logística, e que as informações dos quatro grupos estavam ali. E sentou na mesa dele, e atendeu ao telefone que tocava. O Diretor Bonzinho ficou azul. Ele sabe que meu colega está certo. Ele sabe que ele não pode ir ao nosso diretor e dizer que o colega não fez isso ou aquilo, porque não é responsabilidade do colega. Só sei que azul de raiva ele saiu e foi colher os dados nos outros departamentos. E eu, que não sou burra nem nada, na semana que vem farei o mesmo.

Sabem, eu sei que ainda terei que ralar muito, sei que muitas vezes terei que ficar até mais tarde ou chegar absurdamente cedo, mas sacrificar minha vida familiar pra fazer um trabalho que não é meu, pros outros colherem os louros, não farei mais. No fim, é o diretor bonzinho vindo trabalhar de Audi-lease e eu de bicicleta. Chega!

Essa parte está resolvida. Ainda será um trabalhão, e sei que vez ou outra ficarei até mais tarde, mas não mais todos os dias. Só falta agora decidirem aqui em que dias trabalharemos e se entraremos na redução de jornada ou não.

O resto meus amigos, é resolvido com uma caipirinha de morango durante uma longa ligação via Telestunt com sua melhor amiga no Brasil, muitos risos e à conclusão inevitável de que somos umas barangas mesmo. Cè la vie.

domingo, junho 21

Pausa para descanso

Estou chateada.

E como dizer qualquer coisa só dará espaço a comentários de que não estou bem em lugar nenhum, e de que eu sou uma doida, e que o marido é sei lá o que... recolher-me-ei ao meu canto onde ponderarei, sozinha, sobre o sentido da vida.

Até eu ter um assunto legalzinho pra comentar, ficarei no meu canto.

quinta-feira, junho 18

Boer zoekt vrouw


Já disse isso uma vez, vou voltar ao assunto.

Cada vez me surpreendo mais com o número de homens solteiros interessantes nessa terra. Digo interessantes não por serem lindos, porque se eu for honesta com vocês, os que eu conheço são normais "de beleza", ou seja, nada fantástico mas também nada medonho, mas são interessantes porque são inteligentes, bom papo, bem humorados, tem empregos bons, uma boa parte tem hobbies legais ( tem um que é voluntário num castelo holandês onde ele é um especialista em restauração de objetos de escavações ).

Talvez aqui na Holanda a pressão pra se casar seja menor que no Brasil para ambos os sexos, porque até pra homens no Brasil chega uma hora que todo mundo começa a encher o saco: "tá na hora de sossegar e formar família". Talvez tenha menos mulher do que homem. Vai ver também que meu universo de convívio é dominado pelo sexo masculino, daí eu ter a impressão que tem muito solteiro. Sei lá, mas que é estranho, é.

Às vezes penso em promover um encontro internacional de amigas brasileiras solteiras e holandeses interessados, pra ver se dá samba. É uma pena, tanta mulher do lado de lá procurando cobertor de orelha, e tantos aqui querendo uma orelha pra chamar de sua.

Quanto a mim, estou bem do jeito que estou, mas se eu for ser sincera, bom, bom mesmo, é namorar. Casar tem lá seus benefícios, mas ô como era bom, no dia que dá na veneta pegar o carro, se aventurar por aí, sem dar satisfação pra ninguém.

quarta-feira, junho 17

Coisa do dêmo


Foi o dêmo que inventou a dieta.

Há uma lista de coisas terríveis quando se está de dieta, e só uma boa: ver o ponteiro da balança baixando.

Me preparei psicológicamente, comprei livrinhos, peguei mil receitinhas, mas mesmo assim, quando o grande dia chega, não é fácil.

Ter que ficar se policiando o tempo todo é terrível. Não come a balinha que o colega ofereceu, ela custa 0.2 pontos. Foge na hora do gebak ( torta ) de aniversário da secretária, uma fatia tem 8 pontos. Troca o queijo delicioso por um "queisopor" qualquer pra economizar calorias. Ninguém merece, coisa do dêmo.

E aí, de mau humor e fraca de fome, você ainda tem que fazer alguma atividade física, senão o ponteiro não baixa. Eu baixei o tal de Zumba, e é até legalzinho, mas depois de 7 minutos ( duas músicas ), tudo doía e eu queria mesmo é ir pro sofá assistir Oprah. Sem falar que ficar chacoalhando as banhas no zolder em frente ao laptop é coisa de gente demente. Ou melhor, coisa do dêmo.

Pra facilitar minha vida, já que a dieta é coisa do dêmo mesmo, um colega de trabalho, de quem eu ganhei uma aposta quase 6 meses atrás, resolve hoje me pagar a aposta: 10 pacotes de 10 barrinhas de koetjes reep ( uma barrinha de chocolate holandês bem doce ). Que coisa mais do dêmo!!!!

Chocolates no pote de doces do departamento, volto pro meu lanchinho zero pontos: uma pêra. Enquanto como a pêra, vou entronizando: pêra é uma delíííícia, ohmmm… pêra é dociiiinha, ohmmm… tudo que eu quero na vida é uma pêêêra, ohmmm… Comer pêra quando o corpo grita por um muffin de chocolate ( 11 pontos ) é coisa do dêmo.

Aliás, porque Deus fez a Gwyneth Patrow gostar de peixe com missô e me fez gostar de bife à milanesa? Não foi Deus, foi o Dêmo.

A única coisa que compensa nesse inferno todo é subir na balança e ver o reloginho digital registrar já mais de um quilo a menos. Aí é sublime, é muito de Deus. E você é capaz de jurar que a roupa tá folgada, que tua barriga tá mais lisinha, que tua cara tá menos de bolacha. Li uma vez que as pessoas ao seu redor só registram sua perda de peso depois de você perder mais de 25% do excesso. Ou seja, eu posso estar me sentindo a poderosa, mas minha bunda, pros outros, continua do mesmo tamanho e os pneus do mesmo calibre. Além de tudo o dêmo deu olhos ruins pro povo, é óbvio que minha barriga tá "quase" sarada, pô.

Sabe como eu imagino o Céu? Todo mundo vestido de túnicas de cores pastéis, bem largonas, confortáveis… Nada de túnica com decotão, justa ao corpo pra mostrar os "abs", de cor escura pra emagrecer… Todo mundo feliz e contente.

Já imaginou como seríamos mais felizes se tirassem todas as revistas femininas de circulação e ninguém mais pudesse ser massacrada com fotos das Giseles, Adrianas, Drouzens, Naomis? Seria o Céu!

A Bikini Edition da Sports Ilustrated é coisa do dêmo, muito do dêmo.

segunda-feira, junho 15

Segundona

Sábado sai pra comprar roupas, a liquidação de verão começou! A cidade lotadésima, tinha também um show de um tal de Guus Meuus our algo parecido ( nunca vi mais gordo ), e fazia um solzinho, razão pra ir torrar euros. Olha a crise!

Não achei absolutamente nada para mim, o que eu gostava e vestia bem, não tinha a cor certa, o que tinha a cor certa não tinha o tamanho, que ódio. Filas quilométricas em todos os provadores, ninguém merece! Foi aí que decidi: vou comprar roupas por internet. Já tive uma experiência favorável com a Wehkamp, que vende minha marca favorita de roupas. Paguei pra estacionar, andei feito uma camela, e não achei nada que me contentasse, internet sai mais barato!

E chegando e casa, continuo a saga do que fazer na tal semana extra de férias.

Eu não vou pra hotel nenhum sem morrer de pesquisar o tripadvisor, que tem resenhas feitas por viajantes do mundo todo, e embora eu use mais para hotéis, tem também resenha de atrações, restaurantes. É a bíblia online do viajante experto ( com x ). Na Holanda, há um site semelhante, chamado "vakantiereiswijzer". A vantagem do site holandês é que o site mostra que agências da Holanda vendem pacotes com aquele hotel, o que facilita muito as buscas, mas vou te dizer uma coisa: como holandês é caipira pra viajar, minha nossa senhora.

Eu só pesquiso hotéis 4 ou 5 estrelas. Se for pra ir em muquifo fico em casa. Você vai ler as resenhas dos holandeses e em 80% delas, um dos motivos principais para atribuir altas notas para o hotel é eles trocarem as toalhas de banho todos os dias. Ré-lou? Num hotel 4 estrelas isso é mais que obrigação! E dão notas baixas se o hotel tem "entretenimento noturno" fraco. Ré-lou 2? Ir pra hotel pra ficar vendo zéa-manéa chacoalhando em cima dum palco? Aliás, holandeses amam o RIU porque eles sempre tem showzinho noturno, o RIU do México foi deprimente, a cidade linda, famosa pela vida noturna, e você passa pelo teatro abafado e cigarrento do hotel e está cheio de véio-véia-creonça batendo palminha enquanto umas mexicaninhas semi-nuas rebolam ao som de Macarena em cima do palco.

Os ingleses são movidos por booze. Eles sempre vão comentar se o hotel tinha bebidas boas, vão dar ótimas notas se os drinks forem baratos, e nos all-inclusive vão comentar se as bebidas são de marcas famosas ou não.

E as fotos? Eu acho as fotos super úteis, tem sempre fotos dos quartos, dos banheiros, da varanda do quarto, da vista, das áreas públicas do hotel, do restaurante, dos pratos servidos, tudo isso é muito útil. Mas tem gente babaca que fica colocando zilhões de fotos dos filhos, da mulher, que até estão no hotel, mas cuja foto não mostra nadinha do local. Porque o sujeito faz uma coisa dessas? Pra mim, só pode ser Zé Mané que nunca viaja e quando o faz, tem que mostrar a felicidade da família. Ô Zé, no tripadvisor? Vai abrir uma página no Flickr!

Meu ponto é, que se pescar muito bem que tipo de resenha é útil ou aquelas que foram feitas por pessoas que nada tem a ver com você.

Isso dito, ainda não sei pra onde vou. Queria mesmo um pacotinho simples pra eu não ter que ficar reservando carro, pesquisando o que fazer. Já pensei em tantos lugares diferentes! Noruega ( caro ), Vale do Loire ( só tem castelo ), Tunísia ( mais de 40 graus ), Espanha ( tudo cheíssimo de ingleses beberrões ).

E pra encerrar, já que este post está super non-sense mesmo, eu já disse aqui e vou repetir: eu não tenho paciência pra treinar ninguém. Entrou no nosso grupo, preenchendo uma das vagas abertas, um rapaz que foi dispensado na primeira fase de cortes da empresa. Ele tem 4 anos de casa e nadica de nada de experiência em compras, tem que ser treinado do zero. O problema é que eu estou sobrecarregada, não tenho tempo pra ficar explicando mil vezes a mesma coisa, e tem coisa, tipo a forma como tal peça é produzida, que Santo Google explica. Não tenho saco, não mesmo. Não é nem 10 da manhã e ele já me chamou 6 vezes pra perguntar alguma coisa.


sexta-feira, junho 12

Que semana, criatura de Deus!


Hoje, depois de quase um ano de negociações, o contrato com a empresa do fornecedor Bocarra foi assinado. Acho que vinha daí meu nervoso, hoje a diretoria da empresa dele estaria aqui assinando o contrato junto com a minha diretoria, e eu, mané, é que tinha que preparar a papelada em pastinhas, com adesivinho pro chefão assinar, encomendar um caminhãozinho que dão pro fornecedor de "lembrança", receber apresentações e preparar um beamer, essas coisas de peão. Tudo deu certo, meus colegas são ponta firmes e me ajudaram muito. Estou tão aliviada!

E é confirmado que estarei de férias do dia 18 de Julho ao dia 16 de Agosto, 4 semanas! É uma pena que o pacote da Grécia não possa ser esticado em uma semana ( não há vôos de volta disponíveis, porque vocês sabem né, a crise tá feia… ), assim eu incluiria uma outra ilha, mas já estou fazendo planos.

Povo, quem aqui já foi pros fiordes noruegueses? O vôo pra Oslo tá super barato, tô pesquisando umas cabines junto aos lagos, o que é que vocês acham? Seria só uma semana, mas as fotos são lindíssimas, seria bem diferentinho, não acham? Apesar de não ter praia, tô animada. Quem diria!

E para completar a celebração, ontem, depois de 6 meses morando na casa nova, meu fogão foi instalado. Acreditam? Mas ainda não cozinhei, ele é muito lindo e está muito limpo, fiquei com medo de sujar. Ha ha ha, podem rir. Vou postar foteeenhas, minha cozinha ficou linda. A única coisa que falta é a gente decidir o revestimento da parede da pia, acho que vamos pintar com aquelas tintas que podem ser lavadas. O projeto inicial previa uma parede de aço inox, mas sinceramente, não sou corna o suficiente. Tenho geladeira, fogão com aquelas paredinhas atrás, sugador e microondas de aço inox, e isso é o máximo que uma pessoa que trabalha fora e não tem empregada dá conta de limpar. Você olhou pro inox e o dito fica marcado. O fogão SMEG parece mais fácil de limpar do que a geladeira Bosch, mas vamos ver, vou usar hoje.

No mais, o sol brilha ( até quando? ), o findi tá aí, eu tenho motivos pra comemorar. Outro motivo pra comemorar é o fim do livro Sepulcre, eita livro chato. Rumbora que tá na hora de ir pra casa fritar um ovão e comer arroz com ovo frito. Eita beleza!


quinta-feira, junho 11

Premonição

Vocês acreditam em premonição? Eu acredito!

Estou com uma sensação péssima de que alguma coisa vai acontecer ou está acontecendo que eu não vou gostar… Já olhei meus e-mails atrasados pra ver se é alguma coisa aqui na empresa, já liguei pro Bart, mas não sei, fica essa sensação ruim…

Estou louca pra chegar em casa cedo hoje, já até avisei aqui que 4 da tarde pico a mula, porque quero ligar pro Brasil, ver se lá está tudo bem.

Ai credo...

If I were in Brugge right now...

Terça feira acordei com uma saudade imensa de Brugge.

Para quem não conhece, Brugge é uma cidade medieval na Bélgica, distante umas 2 horas de Eindhoven. Muitos turistas confundem com Brussel, que em Flemish ou Holandês é Bruxelas ( em inglês Brussels ).

Além de ser uma cidadezinha pequena e romântica, Brugge é famosa por duas de suas delícias: os chocolates e a cerveja. Ali, pode-se comer as mais deliciosas trufas belgas e para os que apreciam, visitar cervejarias que servem mais de 100 tipos de cerveja.

As trufas belgas nada têm a ver com as trufas que conhecemos no Brasil, enquanto o recheio das trufas brasileiras é pesadão e bem consistente, o das trufas belgas é levíssimo, lembra um chantilly, e ultra cremoso. Gosto dos dois tipos de trufa, claro, aliás, uma das especialidades da minha cunhada, que eu aprendi bastante bem, é fazer um bolo maravilhoso recheado com morangos e coberto com o recheio das trufas brasileiras, é de lamber os beiços.

Mas então, acordei, gorda que sou, com as trufas belgas na cabeça. E como não vou tão cedo à Bélgica, comentei com um colega que ficarei na vontade das trufas por algum tempo. Eis que esse colega sugere que eu vá à Leônidas, loja famosa de chocolates belgas na Holanda, para ver se eles têm trufas. Outro colega, belga, ouviu e disse: Leôninas é ruim, aquilo não é chocolate belga. Outro, que passava, também belga, confirma: belga que é belga não acha que Leônidas é bom, pralines ( belgas chamam bombons de pralines ) bom é aquele que o seu chocolatier faz todo dia, sem conservantes.

Achei isso chique demais, "seu chocolatier", como quem fala do padeiro do bairro, ou da florista. Como se fosse comum ter o chocolatier da família.

E hoje ganhei duas trufinha de chocolate ao leite, olha que coisa linda. Alongadinhas, menores que um ovo, com raspas de chocolate envolvendo um recheio indescritível de tão leve e cremoso, mil pontos nos Vigilantes.

Outra especialidade de Brugge, são os restaurantes que servem caldeirões de mexilhões ( mossels ). Eu não gosto, mas dá gosto ver o povo com aquele panelão fumegante nas mesinhas de fora dos restaurantes, comendo mexilhões e mais mexilhões, com pão fresco e manteiga caseira, acompanhado de vinho branco.

Quem vier pra essas bandas de cá tem que ir pra Brugge. Com o perdão dos fãs de Brussel ( Bruxelas ), mas Bruxelas não chega aos pés de Brugge no charme, beleza, prédios e praças históricos, restaurantes… Além de andar pelos canais, há ainda que se fazer o passeio de barco e o meu favorito: o passeio de "carruagem" ( ou é charrete? Como se chama um carro puxado por cavalos? ). É uma pena que essa cidade seja pouquíssimo conhecida dos brasileiros.



P.S.: Corrigido. Pergunta: para quem fala espanhol, qual é Brujas, Brugge ou Bruxelas?

quarta-feira, junho 10

Momento Zen


Como diria Jon Stewart ( de quem sou fã de carteirinha ), momento zen da semana:

Sábio conceito desenvolvido pelo pai workaholic de uma amiga workaholic, cujas palavras eu gostaria de lembrar ao pé da letra, mas em me faltando a memória, registro aqui com as minhas próprias:

"Tenho engolido tanto sapo, que já criei um pântano dentro de mim".

Terapia relaxante é respirar fundo, e repetir:

Sou um pântano… ohmmm… tenho não só sapos, mas também lírios d'água… lírios d'água… lííííírios… ohmmmmmmm

A terapia é de minha autoria e raramente funciona.

Odeio engolir sapos.

terça-feira, junho 9

Ahn?

Ivetão tá grávida???

segunda-feira, junho 8

Socialista ou corpo-mole?


A Holanda é um país socialista. Beeeem socialista. Sei lá se tem uma escala na "socialização" de um país, mas comparados ao Brasil, o povo daqui é tudo comedor de criancinha. Se é que vocês me entendem…

É uma sociedade, para mim, difícil de compreender. Eu mesma, tem dias que acho o sistema ótimo, tem dias que acho péssimo.

Aqui, os impostos são muito mais altos que no Brasil, mas o governo faz muito mais pelos cidadãos. Muito mais. Infinitamente mais. Faz tanto, que às vezes eu acho que o povo fica até meio mal acostumado.

Digo isso por causa da crise, e das negociações salariais do pacote que eu mencionei hoje. No mundo todo, milhões de pessoas perderam seus empregos, muitos suas casas, tem gente vendendo tudo o que tem pra colocar pão na mesa, se endividando, e aqui na Holanda, algumas pessoas são impassíveis, não admitem, numa crise dessas, perder um centavo.

Na minha humilde opinião, o "sacrifício" vai ter que vir das 3 partes: do governo, da empresa, do funcionário. Se cada um ceder ( e pagar ) um pouquinho, as chances de superarmos essa crise sem grandes tragédias é maior. Mas tem Hans Mané aqui que não aceita sacrificar um euro do salário. Vão pra casa no apito, jantam com a família as 6 da tarde, sentam na frente da TV com sua Heinekken, e ficam reclamando da crise, metendo o pau nas empresas e no governo, mas a verdade é que todo mundo pode se ferrar, o governo esvaziar os cofres públicos, as empresas continuarem a dar prejuízo, desde que o salariozinho dele continue a ser depositadinho bonitinho na conta, pra ele poder continuar se empanturrando de "biertje" e acampar nas férias.

Dessa vez, quem reclama são os operários do segundo turno. A empresa vai extinguir o segundo turno, e os funcionários desse turno, ao invés de serem mandados embora, vão trabalhar no primeiro turno. Esses funcionários deixarão de receber oo bônus por horas trabalhadas à noite, algo em torno de 15% do salário, e ao invés de estarem aliviados que continuarão tendo um emprego, a maioria está revoltada com a diminuição do salário. E olha que com esse pacote vem 21 meses de estabilidade de emprego!

E esses argumentam que a empresa lucrou muito "nas costas deles" e que agora a empresa tem que "bancar" o salário integral deles. E é isso que me irrita pronfundamente, é esse povo ser tão mente curta a ponto de achar que um grupo americano investiu numa empresa holandesa na casa do chapéu só pra dar empreguinho pros desempregados da região. LUCRO, é isso que uma empresa americana, ainda mais uma listada na NASDAQ, busca aqui por essas terras, nada mais.

Cheguei a ouvir o absurdo de "ah, por esse salário eu fico em casa recebendo auxílio desemprego, com a conta cheia dos euros recebidos ao ser mandado embora, até a crise passar e eu encontrar um outro emprego". E isso foi dum holandês lourão, não foi turco não, viu!

I am so sorry se eu ofendi alguém aqui, mas estou meio pissaroca da vida, cansada dessas incertezas, e como todo mundo que tem juízo, querendo ver meu empreguinho garantido. Eu topo redução de jornada, redução de salário, tudo para que a maioria, eu incluída aí, mantenhamos nossos ganha-pão. Tenho contas pra pagar, uma hipotecona, odeio procurar emprego e sei das limitações de um estrangeiro em época de crise, e quero trabalhar tranquila sabendo que vou ter um salário daqui a 3 meses, nem que seja um ligeiramente mais baixo.


O que fazer?


Foi anunciado hoje que a empresa entrou num acordo com o sindicato e todos os funcionários passarão a trabalhar com carga reduzida, dependendo do departamento, de 20% a 50%, sem perda salarial.

Isso tem um lado muito muito bom e outro nem tanto. Não vou mentir, estou gostando da idéia de ficar um dia em casa, poder acordar mais tarde, dar uma limpada melhor na casa, poder fazer compras com mais calma. E o mais importante: continuar ganhando o mesmo salário.

Por outro lado, a carga de trabalho continuará a mesma, então muito provavelmente, em épocas de pico, teremos que ficar ( ainda mais ) até mais tarde. O diretor disse que teremos que "dar prioridades" aos projetos, mas não vai funcionar, um engenheiro te ligar pedindo pra você fazer tal coisa e você dizer que não é sua prioridade. Sei lá, vamos ver.

Alguns colegas acham que nosso departamento vai ser excluído do tal pacote, mas eu acho que não, afinal pelo acordo com o governo, esses 20% de salário serão pagos pelos cofres públicos, e a empresa vai querer enfiar o máximo possível de funcionários no pacote.

No jornal, saiu que a minha empresa, que é famosa no país, foi a mais afetada pela crise. Vai ver que é por isso que tudo aqui me parece tão difícil e problemático e a percepção da crise por outras pessoas é diferente.

Gente, e aí no seu trabalho, como está? A situação está melhorando? Você já consegue ver o fim da crise? Sua empresa está também aplicando medidas de contenção de gastos, há redução de jornada? Contem-me tudo!

Ah, aqui dizem que o país europeu mais afetado é a Espanha, e que o desemprego está assustador por essas bandas. Verdade?


sábado, junho 6

Nada prezada Lara Amorim

Comentário deixado hoje, dia 5 de Junho sobre o post de ontem, dia 4 de Junho:

Ninguém lembra de dizer que esse pai biológico era/é um boa vida sustentado por mesada da mulher falecida, sem trabalho e p... nenhuma!Ninguém lembra de dizer que esse menino é super bem tratado pois tanto a avó materna qto o padrasto são pessoas de EXCELENTE condições de vida no Brasil e eu posso dizer pq OS CONHEÇO! Ninguém tb lembra de dizer que coincidentemente esse pai só começou a se manifestar qdo a mãe morreu, claro a herança do menino é GRANDE já que a avó é somente a dona do quadrifoglio.. E tb ninguém acha que um padrasto pode realmente ter se apegado ao menino... Mas no seu mundo blé Adriana isso não deve acontecer não é? Pq vc nem sequer tem filhos seus e pelo que leio aqui nem sequer tem vontade de os ter, quem dirá criar filho alheio! Deve ser uma delicia julgar fatos pelo que se sabe da midia, julgar pessoas e devia ser mais delicia ainda a vida da falecida que sustentava o americano faz-p...-nenhuma-da-vida... Mas vc não entende isso, pq o seu gringo te bancava né "gata"? Adriana quer saber de uma coisa, vai emagrecer e cuidar da sua vida que é o que vc pode fazer de melhor, vc é MUITO BLÉ!
Obviamente vc não vai aceitar esse comentário, mas.. Pronto falei!


Esse caso todo do menino Sean Goldman deu à maioria de nós, brasileiros, uma imensa vergonha pelo labirinto de leis arcaicas vigentes no nosso país, que permitem que uma criança fique por tanto tempo sem poder ao menos ser visitado por seu pai biológico. Que permite que o padrasto rico e influente, sabe-se lá como, apague o nome do pai biológico da certidão de nascimento de um menor, para poder levá-lo numa viagem internacional. E que "o sistema" seja corrupto de forma tal, que partidos políticos intervenham em decisões tomadas por um supremo tribunal federal. Aliás, o Obama e o Lula se encontraram para discutir as relações entre nossos países, mas acabaram é falando do menino Sean! Aqui na Holanda, 3 pessoas já me perguntaram o que acontece com as leis brasileiras, e tudo o que eu posso dizer é que eu estou tão estupefata quanto o resto do mundo. E envergonhada.

Mas o que me envergonha mais, mil vezes mais, é que no nosso país tenha gente, como essa criatura que deixou esse comentário acima, que ache que esse menino deva ficar com o padrasto porque ele "tem uma EXCELENTE condição de vida no Brasil e que o menino é super bem tratado". Quer dizer que se o padrasto e avó fossem pobres, morassem na favela do Vidigal, gostando e se apegando ao menino ou não, o melhor seria devolver o garoto ao pai americano? Quer dizer que estamos todos então a venda, quem pode mais, leva? Talvez você, deslumbrada, "se ache" porque CONHECE a dona do, como é que é? quadrifoglio... ( alguém sabe do que se trata? googuei mas só achei uma loja de quinquilharias online com esse nome, e um restaurante no Rio ) ... mas nós, gente mais normalzinha, vimos um pai desesperado, que a família da falecida no Brasil, mesmo com toda a grana e influência ainda não conseguiu desabonar, brigando pela guarda do filho, que foi SEQUESTRADO pela mãe há 5 anos. Pelo jeito você também, Lara, compartilha da falta de caráter dessa família brasileira da falecida mãe do menino Sean Goldman.

E "gata", não eu não tenho filhos. Mas vou trancar bem a porta de casa de qualquer forma, porque se gente como você acha normal fazer leilão de filho ( quem dá mais? ), quem dirá de gatinhos? E olha Lara, meu vizinho tem dois AUDI's, eu um Atos Pocotó, será que o Plato seria mais feliz dormindo no banco de couro aquecido do carrão de luxo? Ele tá bem gordo e ronronante aqui no nosso casebre, viu...

Estou errada, povo? Sou só eu que acho que esse menino tem que, com toda a ajuda psicológica possível, ser reunido ao pai, e em breve voltar aos EUA e continuar sua vidinha por lá?

quinta-feira, junho 4

What goes around comes around...


Sobre a história do menino Sean. Eu acho meio óbvio o menino ter manifestado o desejo de continuar no Brasil, afinal, é a vida que ele conhece, e se nós, marmanjas, temos medo de mudar prum outro país, aprender uma nova língua, conviver com outros costumes, imaginem um menino de 9 anos! Mas… o menino tem pai biológico, que o quer, está brigando para tê-lo consigo por anos, e nesse caso, deixá-lo com padrasto, que não tem nenhum laço sanguíneo, ou com os avós, sendo que o pai está vivo, é um despropósito.

Nessa história toda, eu acho que o tremendo mau-caráter é esse padrasto. Primeiro, por ter se envolvido com uma mulher que sequestra o filho. Eu conheço algumas brasileiras que trouxeram seus filhos para a Holanda, e todas elas tiveram alguma dificuldade em conseguir o consentimento do pai das crianças, mas nem por isso elas raptaram seus filhos. É uma questão de caráter, e na minha opinião, não só a mãe era uma mau-caráter, mas o novo marido, que aceitou a situação, idem.

Fico me perguntando, se esse padrasto tivesse um pouquinho de consideração pelo próximo, colocar-se-ia no lugar desse pai ( afinal, o padrasto tem uma filha biológica, certo? ) e imaginaria a dor que deve ser ter um filho em outro país, sem poder falar, ver, conviver com ele.

E essa é uma situação que vejo cada vez mais acontecendo. Pessoas esquecem que aceitar um cônjuge que faz uma sacanagem dessas é ser conivente, e tão sacana quanto.

Várias vezes me escreveram mulheres com a mesma história: estou apaixonada por um holandês/alemão/gringo-em-geral, descobri que ele é casado, ele me diz que não ama mais a mulher, que vai deixá-la mas agora não pode por causa dos filhos, eu o amo muito, não consigo viver sem ele, o casamento já estava mal das pernas, não fui eu a causadora do problema… SAFADA! Isso é o que quem se sujeita a isso é. O cara te confessa ou você descobre que ele é casado, o que uma pessoa com um pingo de caráter faz é dizer pro canalha: filho, vá pra sua casa, vá fazer terapia de casal, tente recuperar seu casamento pelo bem dos seus filhos, e me esquece. Se o canalha voltar pra casa, se divorciar, e voltar a te procurar, mande-o pastar. Primeiro, que o safado que faz isso com a esposa e mãe dos seus filhos vai fazer o mesmo ou semelhante com você. Segundo, que você vai sempre carregar nas costas a culpa de ter espatifado uma família. Eu sou a pessoa mais contra no mundo, a ficar-se casado por causa de filhos, afinal, se acabou o amor, o respeito, a vontade de ficar junto, o mais honesto é se separar, explicar da melhor forma possível para os filhos toda a situação, encontrar juntos uma forma de ambos serem presentes na vida dos filhos ainda que separados. E sou também totalmente a favor dos divorciados recomeçarem novas famílias, meu irmão mesmo é o segundo marido da minha cunhada, e meus sobrinhos tem mais dois irmãos do primeiro casamento dela, mas tem que ser assim, nessa ordem: separação, namoro com o novo parceiro, juntação/casamento.

Sabem, eu acho que a vida tem uma forma de trazer de volta pra você as coisas que você faz. Todo mundo tem problemas, e momentos difíceis, e nesses momentos suas escolhas, certas e erradas, vão influenciar sua vida toda. Eu tenho certeza que esse padrasto, que dificulta tanto a vida do enteado e do pai do garoto por puro egoísmo, vai ver todo esse sofrimento de volta na vida dele. Acho que a moçoila que destrói um lar, vai ter seu lar destruído um dia.

É como a velha expressão, what goes around comes around.

quarta-feira, junho 3

O pequeno mundo da Adriana

No jornal brasileiro: (…) um acento de avião, querosene, uma bóia laranja foram avistados a 600 km de Fernando de Noronha, na rota do avião da Air France. Os destroços poderiam ser do avião desaparecido. - Óquei minha gente, vamo pará de jogar acento de avião e bóia laranja em qualquer lugar, levem seus acentos de avião, porque eu sei que você tem um na sala de estar, pro lixão. Gente, que coisa ridícula, PODERIA ser do avião? Blé.

Ontem comemorei que finalmente o pai americano conseguiu a guarda do filho brasileiro que AINDA está com o padrasto no Brasil. Hoje, morrendo de vergonha, vi que o STF arranjou mais um motivo pra melar o caso. Dentre o vergonhoso joguinho de poder, há o argumento de que a adaptação do menino ao pai deveria ser feito no Brasil. Com'on people, o pai não vai levar o menino pro Afeganistão. Se bem que eu tenho dó do garoto, que agora já está apegado à irmãzinha e vai ter que viver separado. Que caso triste, blé.

Eu sou uma burra, ainda não entronizei a noção de que para os holandeses "tempero" quer dizer pimenta. Para eles, aquele monte de potinhos com nomes diferentes no mercado são só enfeites da sua carésima cozinha que vem com gaveta porta-tempero. A nova batata "extra gekruid" ( extra-temperada ) é na verdade umas meias-luas de batatas mergulhadas em pimenta cayenne. O frango provençal é lotado de pimenta dedo-de-moça, e olha que eu nem sabia que em Provence nascia a tal pimenta. Raros são os restaurantes chineses aqui que não apimentam os pratos, até o nasi ( arroz com leguiminhos, ovos e presunto ) aqui é apimentado. O mais famoso restaurante chinês de Eindhoven, o do Mandarin Hotel, faz um pato laqueado ( Pekin Duck ) de comer de joelhos, mas o chef coloca 3 pimentas fatiadas em cima do prato, como se fosse normal pato laqueado ser super apimentado. Eu sempre peço a pimenta à parte ou ausente, normalmente vou buscar a comida pra comer em casa, e abro o recipiente do pato ainda no restaurante, e não teve uma vez que o pato estivesse sem as tais pimentas. Mando trocar. E o saté? Eu amo molho saté ( de amendoim ) mas compro um pote do infantil, menos apimentado, e mesmo esse ainda é meio picante. Pimenta em comida de bebê? Aqui tem! Olhem os potinhos de comida para bebês com mais de 1 ano da Olvarit, tem sempre pimenta na lista de temperos. Eu acho um pouco demais, começar a fritar o estômago do seu bebê desde tão cedo. Blé.

Essa noite, dormi de pijama de meia-manga, sem meias, só com lençol e não passei frio! Se a Holanda tivesse sempre esse clima, eu estaria feliz de morar aqui. Dormir 8 meses com pijamão de flanela e edredom de pena de ganso é muito, muito bléééééé.

Faltam 7 semanas para as minhas férias na Grécia, e eu ainda não comecei minha dieta. Ser gorda é muito blé.


terça-feira, junho 2

LOST


Eu, assim como todos vocês, estou aqui de boca aberta com o desaparecimento do avião francês possívelmente em águas brasileiras. Assim como a maioria de vocês que moram no exterior, pensei que podia ter sido eu, visto que só vôo de KLM que é partner da Air France, e usa os mesmos aviões - ainda não voei com o A330, mas quem já vôou, como a Alice, diz que é ultra confortável.

A essas alturas, as chances de acharem sobreviventes são ínfimas, o que não me impede de ainda imaginar esse povo todo sentado numa ilhinha qualquer esperando resgate. Nessa hora me solidarizo com as famílias, que devem estar arrancando os cabelos.

Eu não estou acompanhando a cobertura pela TV brasileira, só pela CNN aqui na Holanda, que até interrompeu o plantão falência da GM para cobrir a história do avião, mas nesse momento dá vergonha alheia dos jornais e jornais online brasileiros. Nessa hora, não há que se ser melodramático, há que se usar da abrangência e qualquer outro recurso para ajudar a fazer o que deveriam: informar. O que me interessa se tinha um estudante catarinense no vôo? Ou que um casal de franceses amigos do cônsul holandês escapou de embarcar naquele vôo porque estava lotado? Ou que o príncipe Fulano, quarto na sucessão ao trono brasileiro ( que trono??? ) estava na aeronave? Entretanto, no site inteiro ( folha de SP ), não havia um telefone ou um link para as famílias das vítimas irem em busca de mais informações. Ou uma cópia, na íntegra, do comunicado da FAB. A CNN botou o Richard Quest bonitinho lá dando as informações, traduzindo o comunicado, apontando as discrepâncias desse comunicado com o da Air France.

Impressionante a falta de informações até agora. Eu me pergunto, e diga aí se alguém souber, se esse avião não tinha um GPS pra indicar a posição? Pô, até cachorro hoje em dia recebe chip de GPS, não dava pra colocar um dentro da caixa preta? Como é que um avião some sem ninguém ter nem noção de onde? Na minha cabecinha, o piloto deve ter se esbugalhado de transmitir SOS's may-day, may-day, será que estavam sem comunicação nenhuma?

O que me irrita profundamente é que naquele episódio do choque do aviãozinho americano com o da GOL, falou-se tanto dos buracos negros, áreas sem cobertura de radar do espaço aéreo brasileiro, e até agora não fizeram nada? Porque aqui o que se diz é que existem muitas áreas sem cobertura no espaço aéreo brasileiro e que o avião estaria numa dessas áreas, daí a falta de dados precisos.

Agora vão levar semanas procurando, parece que o Sarkozy pediu ajuda ao Pentágono, nem sei se a gente tem caças na FAB, mas aqui disseram que tem um caça francês deixando o continente rumo ao Brasil pra ajudar nas buscas. Torço pra que achem os destroços logo para dar algum tipo de "closure" pras famílias.

Triste, triste, triste. E se eu estava pensando em trazer a minha mãe pra ficar aqui comigo nas semanas sem trabalho de julho-agosto, é bom eu ir esquecendo, tão cedo ela não vai querer nem ouvir falar.