quinta-feira, outubro 2

A ex-grávida e os gatos em pandarecos

Quando minha colega da empresa anterior voltou de licença maternidade e, mesmo trabalhando um dia a menos por semana, foi promovida, eu comentei aqui e comemorei o fato de a maternidade não ter prejudicado a carreira dela. Pelo jeito comemorei cedo.

Aparentemente, o novo diretor acha que se a pessoa não está disponível 5 dias por semana e não tem disponibilidade total para viajar, deve então ser colocada em projetos menores, deve ter um cargo mais operacional. A verdade é que havia um gerente de engenharia que sempre reclamava quando ele procurava a ex-grávida às sextas e ela não estava, e o nosso antigo diretor sempre falava pra ele se programar de forma efetiva, e se adaptar à situação, e esse diretor de engenharia não reclamava porque era antiético, proibido por lei, sem falar que era injusto, pois ela voltou da licença maternidade com gaz total e estava trabalhando super bem. Mas o novo diretor de certa forma concorda com o descontentamento desse gerente de engenharia, e acaba não dando apoio algum à minha ex-colega.

Quem vier falar que a maternidade não prejudica a carreira da mulher, mentira! Tudo vai depender do superior que você tiver, da forma como ele vê a situação. E vai depender também de que tipo de trabalho você tem, quanto mais operacional for, mais fácil é programar as atividades do seu dia de outra forma ou passar para outra pessoa. Eu também acho que se a mulher quer muito ter seu bebezinho, dane-se chefe, carreira, whatever, você vai ter seu filho e pronto. Mas entrar numa empreitada dessas achando que vai ser moleza é burrice.

Ah, mas eu ía esquecendo de contar. Estou falando disso porque a ex-grávida também está deixando a ex-empresa. Ninguém gosta de ser colocada de escanteio, ser promovida a gerente num mês e três meses depois ser colocada em projetos secundários, só porque o cacique é outro e pensa diferente. Não estou mais lá para ver o que está acontecendo, mas a situação deve estar insuportável, pois sei que há meses ela estava super contente com a promoção e trabalhando muitíssimo bem em vários projetos legais, naquela época nem pensava em sair da empresa.

Trazendo isso para a minha realidade, ter a carreira desacelerada me incomodaria tanto? Hoje penso que não. Cheguei onde queria, não me importaria de estacionar por aqui um bom tempo. Saí das "trincheiras", não fico mais comprando pecinhas, o que depois de 10 anos em compras cansa, mas apesar de ser "manager" no meu cargo, não sou chefe de ninguém. Detestaria ser chefe de alguém. Eu não nasci para manter neguinho motivado, para dar reprimenda sem ferir os brios do cidadão, pra aguentar neguinho que vem com crise de identidade porque se olhou no espelho de manhã. Estou feliz onde estou. Mas porque então não arrumo uma creonça? Porque ainda não sei o que fazer com ela. Ainda não sei como criar "menino", como dizem fora de SP, sem ajuda de mãe, cunhada, tias, etc. Ainda me dá arrepios pensar que naquele dia que eu chego em casa estourada, teria ainda que ir cuidar de um bebê, além de cozinhar, dar atenção pro marido, limpar o banheirinho dos gatos.

E, on top of that, acho que seria uma péssima mãe, não teria pulso. Ontem levei Plato e Ty para o check-up anual e vacinação. Levei uma enorme bronca, enorme! Ty não engordou tanto, passou de 8,3 para 8,6 quilos, mas ele já estava acima do peso, e ao invés de emagrecer, engordou. Plato está oficialmente GORDO, passou de 7,6 para 8,4, um ganho enorme em um ano. A barriguinha ( ona ) dele foi medida e está bem maior do que deveria, e a médica me fez apalpar as costelas dele, que óbvio não se acha. A veterinária olhou bem para mim e me disse: você acha que está fazendo o melhor para eles, mas nesse ritmo, eles vão estar sériamente obesos em 2 anos, e gatos obesos vivem menos, e a qualidade de vida é pior. E ela está certa, certíssima. Tenho que acordar mais cedo, dar comida pra os dois em cômodos separados, ir tomar banho, guardar a comida, e dar a segunda refeição só quando eu voltar do trabalho. Hoje deixo lá à disposição deles e eles abusam! Mas me corta o coração ver como o Ty fica em pandarecos quando está com fome, e o Plato fica uma peste, mia até! E sinceramente, que outras alegrias tem um gato na vida senão dormir, brincar com o dono, e comer? Tem que entrar no regime? Cruel! Eu olho pro Plato e acho que ele está ótimo, um espetáculo, principalmente nessa época do ano que o pêlo está cheio, comprido e macio, parece um bicho de pelúcia! Como negar comida praquele anjinho com carinha de piduncho?

9 comentários:

Anônimo disse...

Aiiiii eles são lindos!!!
Só falta vc postar uma foto recente liiinda deles ;)
hehehe
Bjo

Anônimo disse...

8 kilos para um gato acho que é demais, eles devem estar mais pra lince do que pra gato haha
minha cachorrinha Yorkshire esta com 1,8kg e fico preocupada pq ela só pensa em comer, meu marido diz que dou pouca comida, mas dou o tanto que é especificado por dia e mais outras tantas coisinhas durante o dia. Outro dia fiz um teste, só pro meu marido ver que se deixar ela come até sair pelos olhos (e ele não acreditava até ver).
Bicho não sabe se controlar, então a gente tem ter mão firme com eles...
bj

Anônimo disse...

Sim é duro negar comida, mas como eles não saem de casa, gastam menos energia e precisam de menos comida também. Se você não quiser que seus pimpolhos fiquem doentes logo, é melhor seguir os conselhos da veterinária e garantir que eles fiquem muito tempo com vocês! Vi o gato do meu ex-sogro no finde, o bichinho tá com 19 anos! Tá quase cego, mas tá ali...

Anônimo disse...

Eu coloco um pouquiiiiiinho de manhã e depois só quando eu chego. E ainda coloco no alto porque assim eles não petiscam o tempo todo e têm que pular para chegarem à comida o que, por si só, é um exercício.
Morro de medo que meus gatos fiquem obesos porque teria muito mais pena em vê-los sofrendo, correndo com dificuldade do que por aguentarem passarem o dia sem ração.

Anônimo disse...

Uma matéria na Revista Isto É desta semana ilustra bem seu ponto de vista sobre a carreira das mulheres x família.
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2031/artigo104579-1.htm

Anônimo disse...

vc falou essa historia da costela do gato, eu fui direto na minha para ver se ainda achava ahahhaha ta quase sumindo, a situacao ta crítica aqui tambem!

Anônimo disse...

Nossos gatinhos chegaram hj, eles têm 5 meses (acabendo ficando com outros, não aqueles das fotos que eu te mandei). Eles são bem esbeltos. spero manter as costelas palpáveis!!! Mas a julgar pelo meu filho humano eles serão magrinhos.
Boa semana.

Anônimo disse...

acabendo = acabamos

:-0

Anônimo disse...

Dri...

Você há de considerar que nada é fácil nessa vida. Tudo exige sacrifício, parafraseando um rapaz, senão se chamaria "sacrifácil" e aí nem teria graça.

Estou afastada do serviço faz 7 meses e disseram-me que ainda meu nome consta como coordenadora do meu grupo, e olha que o povo, na crise de auto-estima ainda briga ou brigava por esse status. Se queres saber de mim, quase liguei pro chefe e pedí a ele para colocar um colega meu no meu lugar, sem falar que acho este colega meu mais preparado, inteligente, tranquilo e menos exigente que eu, enfim acabei desistindo de dar pitaco,ele é o chefe.
Para mim tanto faz, na verdade existem tantas outras coisas mais importantes na vida pra mim nesse momento que um cargo ou ter um nome na lista em primeiro lugar indicativo de status profissional. Creio mesmo que gostaria de me aposentar (rsss). Trabalho desde os 17, lá se vão 20 anos e agora devem faltar mais uns 17.
Preparada para maternidade??? Acho que nenhuma mulher vem com um manual de instruções: como ser uma boa mãe, mas a humanidade segue e é natural quando se quer. O que também é natural não se querer, tudo é perspectiva de prazer.

No mais, a vida exige decisões que não são fáceis ou nos coloca numa bifurcação, cabe a nós decidir sem medo de alçar vôos, às vezes a asa quebra...

Abraços.