Laiá laiá... Já sabem, né? Ando sem tempo nem pra almoçar, mas faltam 5 semanas pras minhas férias de verão no inverno...
Super interessante a discussão o post anterior. Os comentários fazem a gente pensar, não é? E é como dizem: cada um é cada um, vejam só a Marina e a Eliecy, com experiências tão opostas.
Mas esse era o meu ponto, que quem passe por aqui ( e o post ficará ali no arquivo ) se informe mais, que veja os dois lados da moeda. É como uma vez me disse uma brasileira morando aqui, a gente até lê as experiências mais negativas, mas a gente sempre acha que conosco será diferente. Bom, o que eu digo é: tem que ter otimismo, senão não se aguenta o tranco, mas um otimismo inteligente, né meu povo, sabendo das dificuldades e do caminho à frente.
Outro ponto interessante foi o deixado pela leitora Renata, que diz estar melhor aqui. Acho interessante que normalmente quem tinha dificuldades financeiras no Brasil aqui se adapte mais fácil, não pense em voltar, e já aqueles que tinham uma situação financeira mais estável fiquem mais com o pé atrás. Eu já tinha 9 anos de experiência numa multinacional no Brasil, tinha passado já daquela fase de incertezas de começo de carreira, e vejam bem, entrar e me manter na GM não foi fácil, pelo contrário, mas eu desfrutava lá de uma situação muito muito boa. Sempre que eu volto ao Brasil e vejo meu irmão com uma casa fantástica dentro de um condomínio lindo, com carrão zerinho na porta, penso que eu podia estar na mesma situação. Mas o ponto chave não é só estar na situação financeira confortável, é além de todo o conforto material, ter toda a família por perto. Os amigos. É ter sempre a casa cheia, a família e todos nossos amigos de infância praquele churrasquinho na idícula, pra farra na piscina. A amiga de Rotterdam quer voltar pra Salvador, vê os amigos se dando super bem, ela se daria ainda melhor, não conheço ninguém mais inteligente e capaz que ela. E olha, se eu fosse soteropolitana e viesse parar na feiosa Rotterdam eu ía sonhar com a volta todos os dias, principalmente com uma família animadésima como a dela.
E já outras horas penso que aqui não tenho o "glam" mas também jamais passarei necessidade. Outro dia eu estava ouvindo minha mãe falar, ela tem artrite reumatóide e o tratamento é carésimo, mais de mil reais por mês. Mesmo tendo uma condição razoável, seria difícil pra ela bancar esse rombo no orçamento até o fim da vida. Como minha cunhada é assistente social e conhece os "trâmites burocráticos" do SUS, ajudou minha mãe com a papelada e ela está recebendo 80% dos remédios pelo SUS, mas gente, é uma via sacra inenarrável, que uma pessoa doente, sem ajuda da família, não consegue chegar ao fim. A cada 3 meses ela tem que preencher a papelada de novo, pegar laudo médico, pegar fila lá nos cafundós... Aqui na Holanda, fui à médica com uma alergia na pele, saí do consultório já com a receita encomendada na farmácia ao lado, chegando na farmácia o remédio estava esperando por mim, assinei o papel que vai pro convênio, não desembolsei 1 euro-tostão. Não tenho preocupações com a minha velhice, e isso, ao lado do fator segurança, é o que me segura aqui.
Já fui muito revoltada com essa terra, mas fiz minhas pazes com ela. Estou bem aqui, melhor que muitos, melhor até que muitos holandeses. Sofro a falta da família, peno no inverno com a depressão, acho o idioma a coisa mais horripilante que existe nessa galáxia. Mas... tenho minha casinha legal, ando na rua sem olhar pros lados, estaciono meu carro em qualquer lugar, sempre sobra grana pra viajar muito e bem, tenho segurança no emprego - e um emprego que eu gosto muito... Não vou mais me queixar não. Ou melhor, vou sim, mas passa...
Só que eu jamais vou esquecer como o começo foi difícil, eu jamais vou esquecer como eu me senti um cocô a cada não que eu levei na cara, jamais vou esquecer de quantas vezes eu me perguntei "será que um dia voltarei a exercer a profissão que eu tanto amo?". Deixo aqui claro que eu não sei como foi que eu aguentei. Eu gostaria de contar pra vocês clichezões do tipo "encontrei uma força que nem eu sabia que tinha", "sou um ser humano melhor agora", ou então o fatídico "sou uma vencedora". Mas a verdade é que voltar pra trás não era uma opção. Teria sido mais difícil do que enfrentar tudo o que eu enfrentei aqui. Sou uma vencedora? Eu me acho é uma sobrevivente. E já tá bom demais.
E bom demais também é essa época das tortas de maçã, uma melhor que a outra. Nem a Chanele da Paca dá conta de derreter as banhas que se acumularão se eu não me controlar.
segunda-feira, outubro 26
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3 comentários:
Tb acho interessante e válido discutir os prós e contras de morarmos no exterior.
De qualquer maneira, cada caso é um caso, não dá para generalizarmos, o que é bom para uns pode não ser tão bom para outros.
Maaaas, não podemos esquecer de que , pelo menos na grande maioria dos casos, a vinda para a Holanda acontece por conta de um amôr. Acho que a porcentagem de pessoas que vieram para cá por causa da qualidade de vida é muito pequena.
Acredito que a grande maioria não teria vindo, se não tivesse encontrado um grande amôr.
Guenta firme, as férias estão chegando...
Um abraço!!!!!
Adriana acho super legal o seu blog venho sempre aqui me identifiquei com voçê também me acho uma sobrevivente moro no Rio trabalho , faço MBA todos os dias quando chego em casa encontro meu filho e marido agradeço a Deus uma vez escutei uma entrevista com o
presidente da TAP que é brasileiro falando que quem não tem segurança não tem liberdade a nossa liberdade de ir e vir acabou há muito tempo e moro na zona sul .Meu filho 10 anos tem medo de andar na rua a noite só pela segurança Dri já é maravilhoso morar ai. Meu abraço Maria
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