Brasileiro também é um povo bem esquisito, viu. A coisa mais comum é ver o brasileiro se gabando da nossa comida ( picanha, ahhhh ), das nossas praias, da nossa música, da beleza das mulheres, and the list goes on and on. No entanto, pra quem tem todas essas maravilhas, pra quem se gaba tanto de tudo isso, como sonhamos ( e insistimos ) em morar e trabalhar no exterior, mesmo tendo um dos mercados mais promissores do mundo!
Notem que incluo-me no "somos" acima, porque antes de casar eu mesmo estava pesquisando o processo de imigração pro Canadá e já estava atrás de toda a documentação para pedir minha dupla cidadania italiana.
Ultimamente tenho recebido mais e-mail de gente querendo imigrar do que recebia antes, e não entendo, porque na última vez que estive no Brasil achei tudo tão melhor, e sinceramente, enquanto estamos comendo o pão que o diabo amassou com a bunda aqui na Europa com essa crise, o Brasil pôde se dar ao luxo de praticamente ignorá-la.
Eu sei que o brasileiro está cansado da violência, e isso não tem como negar, aqui temos infinitamente menos, mas é só por isso que o brasileiro quer imigrar?
Sabem, eu tenho a impressão que o brasileiro ainda mantém aquele sonho dourado de que vai "fazer a América", ou "fazer a Europa", como tínhamos antigamente. Acho que teve até uma novela com a Debora Secco, que mudou pra Miami, não foi? E acho que nós blogueiros contribuimos muito para essa idéia de que aqui estamos nadando em dinheiro, afinal estamos sempre mostrando nossas viagens, nossos carros, nossos eletrônicos, nossas casas, e raramente o blogueiro diz: não tenho dinheiro pra isso, ou não posso comprar aquilo, e nem é por mal, afinal que post chato seria "vi um I-Pod mas não tenho dinheiro pra comprá-lo".
A verdade é que o brasileiro que muda pra cá tem que repensar as suas prioridades. Sempre recebo e-mails dizendo, "tenho uma vida estável no Brasil, moro num apartamento bom, tenho um carro zero, viajo uma vez por ano, posso ir prum restaurante legal no fim de semana - quanto precisaria ganhar de salário pra bancar tudo isso na Holanda?" e eu sempre penso em responder: é impossível, mas não é impossível, é só (muito) pouco provável.
Sempre digo, e vou repetir aqui e deixar um link lá do lado, eu e meu marido trabalhamos, ganhamos relativamente bem, não temos filhos, e para podermos bancar nossas viagens e nossa casa legal, temos um carro bem cacareco, nunca vamos à restaurantes, minha TV ainda é aqueles trambolhões, não tenho I-Pod, Wii, Stereo Surround; meus móveis são Ikea. Certos "luxos" da classe média paulista passaram a ser sonho de consumo distânte pra mim. Faxineira? Não. Salão de beleza? 3 vezes por ano. Mani-pedicure? Nunca. Roupa de Marca? Só se eu achar em mega-liquidações. E eu tenho certeza que qualquer leitor que mora no exterior pode deixar mais uma meia dúzia de itens nos comentários que passaram a figurar só na memória de quem imigrou. Simplesmente não dá pra bancar.
Não vou nem dizer que é o brasileiro que quer tudo, afinal querer ainda é de graça ( e não é poder ), mas no Brasil, assim como nos EUA, tem-se crédito pra tudo, mas aqui não é bem assim. Aliás, não é nada assim. O brasileiro tá acostumado a financiar o carro "a perder de vista", aqui financia-se em 2, no máximo 3 anos, o que torna as parcelas caras, e há de se somar os impostos, vistoria, manutenção, e combustível ( € 1.35 o litro! ). O brasileiro paga a viagem de férias em 10X no cartão, aqui é na raça, quando muito deixam você dar uma entrada, e te dão alguns dias pra pagar o resto, mas no geral, 6-8 semanas antes da viagem ela tem que estar totalmente paga. Aliás, cartão de crédito aqui não parcela. Nunca. Aliás, cartão de crédito raramente é aceito. Eletrodoméstico pode, em algumas lojas, ser financiado, mas aqui em Eindhoven por exemplo, tem uma loja só que financia ( MediaMarkt ), e nem sempre tem os melhores preços e quase nunca tem os modelos mais atuais.
Isso sem falar que em muitos casos ( acho que a maioria ), a gente imigrou pra morar com o namorado, casou, juntou, e no começo foi "bancado" pelo parceiro. Pode parecer pouco, mas pra quem vem sozinho, gastos como aluguel, comida, seguro médico, transporte, pesam pra caramba no orçamento. Quem vier sem emprego garantido tem que ter um boooom pé de meia, quem vem com emprego garantido TEM que se adaptar aos recursos limitados. Sinceramente, quem pensa que vai vir pra cá e ter o mesmo nível de vida material que tem no Brasil, vai se frustrar.
Compensa? Ah, isso é muito pessoal. Ter mais segurança é muito bom. Ter um plano de aposentadoria melhor é ótimo. Poder viajar pra capitais européias que antes eram só um sonho é bom, mas em contrapartida, os finaizinhos de semana na praia já eram. Ter leis trabalhistas que protegem melhor seu emprego é bom, assim como o auxílio-desemprego decente, mas você tem que trabalhar 5 anos antes de ter direito a esses benefícios. E pelo menos minha cidadezinha é mais verdinha, pra quem gosta tem zilhões de rotinhas de bicicleta ( lazer saudável e gratuito ), a vida é muito mais calma que a vida em SP.
Mas há também as coisas péssimas, que vão te irritando e te cansando a um ponto que tem épocas que todo mundo se pergunta "o que é que eu tô fazendo aqui, meu deus?". Abri mão de ter meu próprio carro, e apesar de ter que percorrer menos de 2km até o trabalho na minha scooter, no inverno eu vou e volto xingando, e quando chove eu quero matar um. Ir ao médico morrendo de dor, achando que você está na fase terminal de alguma doença, e jamais ser mandado fazer um exame pra acalmar sua consciência, e receber uma cartelinha de paracetamol ( Doril ), é terrível. Chegar em casa louca pra colocar o aquecedor no 25C e ouvir que 21C tá mais que bom é ultra irritante ( coloca mais roupa querida - mesmo que eu já esteja praticamente vestida pra ir esquiar ). A pilha de roupas que nunca se auto-dobra ou auto-passa, quem nem acontecia no Brasil ( Janildaaaa! ). Essa língua horrível hora-após-hora-após-hora, essa raspação maledeta de garganta. Esse céu cinza, você vai conhecer 100 tons diferentes de cinza, se voltar ao Brasil vai trabalhar na Faber Castell na divisão de lápis de cor cinza.
Quem vier me pedir a opinião eu digo: se você é jovem, solteiro, sempre sonhou em ir pro exterior, venha, arrisque, no mínimo vai ser uma experiência interessante. Quem tem família, seja mais cuidadoso, pense bem, pondere. Sair de uma classe média brasileira pra ser o pobrinho imigrante aqui é difícil, especialmente se você tem filhos.
Mas povo, vamos tirar da cabeça essa idéia do Brasil subdesenvolvido de antes. O Brasil nos próximos anos vai explodir de oportunidades de trabalho legais, tem empresa do mundo inteiro com os olhos aí.
Ó, só de pensar que aí eu poderia pagar a Janilda… me dá uma vontade de fazer as malas!
22 comentários:
Olá Xará!!
Adorei esse post! Uma coisa é verdade: muito brasileiro pensa que viver no exterior é poder ter um carro que nunca sonhou aqui no Brasil, como se isso fosse sinônimo de riqueza... Não imaginam que na Alemanha, por exemplo, compra-se um Audi pelo preço de um gol daqui (ou menos), mas que a qualidade de vida como um todo, além do stress muitas vezes pode ser péssima para o imigrante.
A experiência cultural com certeza deve ser muito interessante, mas quem pensa que vai encontrar um mar de rosas, você narrou bem... está enganado.
O Brasil de fato está muito perigoso, mas se pensar que sobre o RJ, por exemplo, só se divulga o problema da criminalidade e nada mais, dá-se a falsa idéia de que aqui é só isso que tem, quando na verdade não é pior que Nova Iorque. A imprensa piora a qualidade de vida do cidadão mantendo todo mundo sempre em pânico, não deixando que vejam o lado bom das coisas. Polícia e política, os assuntos mais comentados pela imprensa... só coisa ruim. O Brasil é melhor do que isso, é só mudar o foco da leitura e ser mais feliz.
E como você bem disse, as coisas ainda podem melhorar.
Grande abraço!
Adriano
Adorei, adorei!! Tanto seu texto como o do Adriano. Parabéns a ambos, que conseguiram colocar perfeitamente no papel o que tento explicar para meus familiares e amigos que moram no Brasil . E que me chamam de maluca qdo digo que quero voltar!!!!
Ai ai ai, e o dentista? Se alguém tiver dor de dente e não tiver seguro??
Porque não estudei odonto?????
Boa semana!!
Excelente post...disse tudo. Vamos completar com a celebre frase (nao lembro de quem). VIVER NA EUROPA E BOM MAS E UMA MERDA E VIVER NO BRASIL E UMA MERDA MAS E BOM. :))
bJ
Dri, gostei muito do seu texto!
Eu acho super divertido o jeito que vc escreve as coisas boas e as coisas ruims!
Até linkei esse texto num dos meus post, pode? :)
bjs
Adriana, também gostei muito do seu post. Muito do que vc disse eu concordo mas tem algumas partes que discordo. No meu caso fui para a Holanda estudar por causa do noivo, me casei e comecei a trabalhar (passei por ótimas empresas)na Holanda. Enquanto estudava e não trabalhava realmente foi um pouco difícil mas sempre tivemos casa própria e carro pois essa sempre foi nossa prioridade desde o começo. Restaurantes,viagens e roupas caras ficaram esquecidas por 1 ano.Enfim, depois disso sempre tivemos uma vida maravilhosa na Holanda.Tínhamos dois carros carros, reformamos a segunda casa que compramos, sempre viajamos (2x por ano pro Brasil), comprávamos tudo que queríamos, sempre investimos em aparelhos bons para a casa e sempre nos vestimos bem.E eu sempre disse que mesmo assim algum dia (não próximo) gostaria de voltar ao Brasil por causa da saudade da família. Pois a oportunidade surgiu ano passado, com a promoçcão do meu marido de só 30 anos para Diretor da área de consultoria da empresa que ele trabalha na América Latina toda.O único porém:teríamos que morar em São Paulo.Moramos muito bem (em Moema)em um apartamento de 210 m2, tínhamos faxineira, carro e todos os "luxos" daí (secadora de roupa, lava louças, tv LCD de 42P etc) tudo pago com nosso dinheiro e sem prestações.Eu não consegui emprego e não quiz baixar meu nível pois não precisávamos financeiramente. Eu fui ver meus pais todos os meses, desde o ano passado quando mudamos fui a Holanda 3 vezes. Mas além da violência terrível, não vi meu marido desde que nos mudamos e passamos alguns sufocos com tentativas de assalto. A vida em S.P é muito estressante, corrida tirando o desrespeito de tudo e todos no nosso país.Estamos voltando prá Holanda em Dezembro. Nossa experiência no Brasil valeu e muito, mas não trocaremos mais a segurança, o respeito e a tranquilidade da Holanda. A maioria da classe média brasileira vive bem e tem tudo hoje em dia por causa das milhôes de dívidas que fazem.Conhecemos pessoas que não têem nem casa própria,andam mal vestidos e não viajam mas fazem questão de andar de carro novo e caro. As coisas aqui estão caríssimas, vc tem que pagar tudo 2vezes pois apesar de pagármos tantos impostos não recebemos o retorno do governo (pagar pedágio quando se paga IPVA caro e termos que pagar por segurança)ou seja, para mim apesar da Holanda também não ser um país perfeito tem muitos mais pontos da minha lista de prioridades de vida do que o Brasil mesmo que eu sempre tenha vivido muito bem aqui aqui, que aqui seja meu país que tanto amo e seja aonde minha família e amigos moram. Boa semana!!
Bem realista.
Claro, vão fazer fila os que dirão que é pessimista (blá, blá, blá).....
A realidade nem sempre é um balão cor-de-rosa, acho que se a pessoa pensa em imigrar tem que estar MUITO ciente do "pior", porque descobrir e se surpreender com o melhor, é fácil!
Alias, quanto ao comentário sobre "cartão de crédito", conheço muitas pessoas que saem daqui, em viagem, e pensam que vão comprar tudo na Europa com o GOLD, em 10x sem juros.
hihihihi
E vai dizer que a maioria dos estabelecimentos sequer aceita nota de 100 euros, que dirá cartão!!!!
É.......
Gostei muito do post.
bj
Juliette, a frase era do Tom Jobim, e ele nao falava da Europa mas de NY (onde ele passava os fins de semana, coitado).
Isso que a Marina disse de conhecer gente endividada até os ossos mas que anda de carrao eu também conheço - aqui na Italia. Vaaaarios casos.
Enfim, concordo e nao concordo. A vida aqui na Europa anda muito dificil sim, e eu acho que so' tenho o padrao de vida que tenho aqui hoje porque meu marido é microempresario e nao empregadinho. Nao deu muito tempo de organizar a minha vida financeira porque engravidei pouco tempo depois de começar a trabalhar como freelance e hoje logicamente nao consigo trabalhar muitas horas por dia com a Carol em casa, mas tenho a impressao de que teria que trabalhar feito um camelo pra conseguir viver decentemente (o que pra mim significa comprar livros na Amazon sempre que der na telha e viajar, viajar sempre). Comemos muito fora porque o Mirco adora e porque a vida social aqui é isso, comer, mas nao gastamos nada em roupa de grife nem em celulares escalafobéticos porque nossas prioridades sao outras. De qualquer forma, eu acho que vivendo sozinha nao conseguiria juntar grana pra viajar toda hora e comprar livros todo mes. E isso porque eu moro num buraco; imagina quem mora em cidade grande, onde a vida é moooito mais cara.
Sei la', quando fui ao Rio esse ano tive a impressao de que estou pronta pra voltar pra la', mas quando estou aqui entro no esquema legal e nem penso muito no assunto. Vida de expat cansa, vou te contar.
Marina,
Quem lê seu comentário pensa que todo mundo na Europa, antes dos 30 anos, tem casa de meio milhão de euros, dois carros na garagem, viaja a torto e a direito e só usa Tommy Hilfiger. Você há de concordar que o caso do seu marido é um caso à parte, não é comum por aqui. Aliás, o país todo reclama que a renda média de um casal holandês está na casa dos 35 mil/ano, e você há de concordar que com uma renda dessa, aliás, com duas rendas dessa, não dá pra bancar o padrão de vida que você tinha. Os jovens em começo de carreira reclamam que não dá pra comprar uma casa própria "para iniciantes" com os salários que ganham e os altos preços das casas, tanto que o governo criou subsídios.
Entenda, não estou aqui dizendo que vocês não merecem, muito pelo contrário, Alice sempre falou ultra bem do seu marido, de como ele é inteligente e capaz, de você também, só estou dizendo que vocês são a exceção e não a regra.
E daí brasileiro quer acreditar que vai ficar riquésimo aqui, lê seu comentário, pensa: se ela conseguiu, eu consigo, e muito provavelmente se ferra.
Beijos e bem vinda de volta à Colderlands, digo, Netherlands.
Dri
Ri de me acabar com a raspação de garganta. Tuuuudo verdade! Acho que vou botar o link do seu post também pra quando neguinho achar que eu tô milionária na Alemanha.
Olá Adriana,
Achei bastante pé no chão seu comentário e endosso que a vida aqui não é fácil. Fui transferido do Brasil para Holanda no começo deste ano e vim para cá com minha familia, antes de chegarmos aqui sabíamos que nossa vida não seria um mar de rosas e que muito menos teriamos como vc disse certos luxos comuns a classe média brasileira. Claro que existem por aqui alguns expatriados que possuem um contrato diferenciado com suas empresas e usufruem de uma vida que é simplesmente irreal e sem comparação a vida de pessoas como você e eu que temos um contrato de trabalho local e somos tratados como qualquer holandes.
Concordo com você que um dos pontos positivos aqui é a segurança, o ensino, em alguns casos o trasporte público, mas que de uma forma geral isso aqui não é Nova York e nem tampouco um paraíso do consumismo aonde se compra de tudo com crédito ilimitado e a preço de bananas.
Pra que não me chamem de hipocrita, minha escolha de viver aqui foi por um tempo limitado e foi muito em função da promoção e oportunidade de crescimento pessoal que tive.
É pena que alguns de meus familiares mesmo após várias explicações ainda achem que estou aqui para fazer a minha vida e para voltar para o Brasil como um milionário (hahahahaha)
tb gostei mto de seu post. é isso mmo brasileiro é bem complicado; mas p falar o q acho tomaria mtas pgs. só digo q morei fora e p aguentar tem q ser simples, pé-no-chão, mto responsável e serio , q ñ é mto o q se ve por aqui - Brasil. enfim vc tem toda razão. eu acho q os valores tudo é mto diferente. e cartão de crédito em 10 x é uma mamata!
Excelent post, excelente visão. Fiquei surpresa com o lance do cartão de crédito.
Menina, é por isso que eu via tanto beggar em Dublin? Tudo falta de uma Casa Bahia!
Eu te twittei.
Eva - www.interney.net/blogs/cintaliga
Eu morei 8 anos na Europa (Bélgica, UK, França, Itália) e confirmo o que vc disse. Fui encontrar minha felicidade e muitas facilidades que nem tinha no Brasil aqui nos States. Maridão (que é belga) tb não quer mais voltar. Europa e Brasil, no nosso caso, só para passear! Um beijo
Excelente post para quem quer imigrar pensando em "fare l'America". A vida aqui nos Estados Unidos eh (e sempre foi) dificil. Concordo. Agora que tal um post pra tentar explicar por que voce e todos nos ainda estamos longe do Brasil. Eu me lembro de uma amiga que voltou para o Rio antes de completar 5 anos na America. Ela, muito sabiamente, me disse: "volto agora ou nunca mais. A gente acaba se acostumando depois dos 5 anos". Eu fiquei. E estou ha quase 30 anos. Por que? Acesso facil a cultura?Bibliotecas maravilhosas e PUBLICAS. Museus fabulosos -- e, no caso de Washington, D.C.-- de graca? Possibilidade de ir para o trabalho, que fica a 16 milhas (25 km) sem medo de ser assaltada ou de levarem o meu carro (depois de um tiro na cabeca, como cortesia)? Eh... acho que vale a pena morar aqui. Acredito que a America nao eh para todos (meu filho resolveu emigrar para uma ilha na Europa). Mas para mim, nao imagino um lugar melhor. Principalmente para quem nao precisa votar no Lula.
Um abraco
Dri, para finalizar o que eu quiz dizer é que apesar de tudo que sempre tive no Brasil e mesmo a Holanda sendo um país difícil (tem o frio, a falta da Janilda como vc disse, a falta das manicures) eu ainda sim prefiro aí.Eu acabei escrevendo demais e o que eu queria dizer era somente isso (espero que não tenha me achado esnobe pois não sou assim). A vida para nós foi um pouco mais fácil aí porque nós dois sempre trabalhamos muito. Concordo plenamente com você que não se faz fortuna aí, pois eu mesma nunca fiz. Você também passa em seus posts que tem uma vida ótima, fruto de muito trabalho seu e do seu marido. A minha vida era boa aí e é aqui também devido as prioridades que eu tenho: restaurantes, casas carésimas e carros caros nunca foram nossas prioridades (pelo menos não até o momento).E as roupas bacanas tb sempre foram compradas nas promoções. Eu escolho a Holanda não pelo o fator financeiro pois como eu disse eu sempre tive tudo aqui para viver confortavelmente mas sim pelo o fator da segurança e respeito. Beijão
Adorei o post!!! outro dia li algo semelhante numa blogueira da Suécia e fico indignada por ter nascida no Brasil. Sei que não há lugar perfeito para se viver, porém apenas o que gostaria de ter é Segurança dentro de casa e nas ruas, respeito como cidadã e uma natureza para desfrutar com tranquilidade, ir e vir sem sobressaltos; é muito triste se viver o tempo todo cuidando pra não ser passada pra traz, ludibriada em cada negociação, pagar impostos sem ver retorno, e se chamar por justiça morre sem ver a conclusão...Aff!
comentando o q a Wilma e Vperrone escreveram (q blog interessante), eu tb co a Wilma acho terrível passar pelo q se passa aqui. viver fora é mto dificil, mas tb gostaria de ter nascido numa Escandinavia ou Canadá.ter q se defender constantemente~da má-fé, falta de respeito, quebra de valores , violencia - nem se fala!- um Poder Judiciário do século 18, ignorancia , fora os políticos é desgastante mmo. tb gostei do q a Marina escreveu , porém a maioria ñ vai viver co ela mmo.
Dri, adorei o seu post!!! MARINA, voltar para a Holanda por uma questão de SEGURANÇA, ok!!! Mas por uma questao de RESPEITO.... Peraí!!!!!!!
E tem mais... quando voce consegue entrar no mercado de trabalho, voce vai ter que trabalhar de uma forma, que vc nunca imaginou que pudesse existir. Ou seja : Pesado.
O controle de qualidade exigido é alguma coisa que vc não conhece. Nem adianta dizer que vc trabalhou em multinacionais, pq o nivel é outro, a cobrança por resultados é controlada no papel... ali diante dos teus olhos vc vê o quanto lucra pra empresa que te emprega.
Tudo tem o seu preço nessa vida...
OLá Dri...
Não posso fazer essa comparação por nunca morar na Europa, só de férias de 2 meses por ano, durante 4 anos, e isso é muito pouco suficiente para uma avaliação. Meu marido, que tinha um bom emprego aí não quer nem falar de voltar para o país dele, ainda diz que para ter uma vida decente com dois bambinos teríamos que os dois trabalhar e termos bons salários. Então, vamos ficando por aqui, muito provavelmente de bunda pra uma das nossas praias tropicas (rsss). Quem sabe depois da aposentadoria... Mesmo assim...frio, dias cinzentos, paisagens bem parecidas...não sei não... Acho que só de férias mesmo!!!!!
Sds.
Eu acho que nem mais visamos tanto o lado material, mas o emocional. É um choque mesmo. É "Janildas" que a gente deixa pra trás, os restaurantes, o cinema, o shopping preferido no fim de semana! Até do sorvete da Parmalat, da pizza Hut a gente sente saudades, da esfiha do Habib's!rs...Do pãozinho francês quentinho da padaria da esquina de casa, da hora do café. Aqui muda tudo!!! Nem que vc queira pagar, vc tem as mesmas coisas que tem no Brasil. Um ex foi na cabeleleira, onde perguntei o preço de uma hidratação e ela me olhou, admirada, e me disse que isso eu mesma poderia fazer em casa! E pedir pra fazer escova...pra quê??? E se vc apenas quer dar uma lavadinha e secar com uma escova rápida...isso não existe nem que vc peça! Eu tenho saudades, da Rose hahahaha e ter colegas de trabalhos holandeses...ohhh vida sem emoção! hahahaha sem contar que eles agem como aqueles macaquinhos: não vi, não ouvi e não disse nada! Não é mole não! Mas como já nos estabelecemos por aqui, a gente vai levando...porque acho que uma mudança de volta seria outro abalo emocional depois de tudo aqui já conquistado! Há de se ponderar sempre!
Que engracado que a maioria das pessoas concorda com o seu post. Eu discordo.
Pra mim a vida aqui nao foi e nao eh dificil nao. Eu nao sou milhonaria, mas continuo tendo uma vida boa e confortavel como a que tinha no Brasil, gracas a meu pais.
Nao me sinto uma “pobrinha imigrante” na Holanda, me sinto antes de tudo uma vitoriosa por ter conseguido tantas coisas por forca propria num outro pais. No Brasil, trabalhando na area em que me formei, publicidade, nao ganharia a metade do salario que ganho aqui nessa area. La, eu com certeza ainda estaria dependendo de ajuda dos pais pra me sustentar, ou entao encalacrada em dividas pra manter o padrao. Aqui, a gente trabalha bastante sim, mas eu nao me lembro de ter trabalhado menos no Brasil.Voce se lembra?
A diferenca pra mim, eh que aqui sou compensada por todas as horas trabalhadas, inclusive as extras. E vejo que com o meu salario e o do meu marido, conseguimos pagar as contas numa boa, a hipoteca da casa, gasolina, comprar roupas legais, viajar e ainda fazer uma boa poupanca. Portanto somos a prova de que ter uma vida estavel aqui na Holanda eh possivel sim.
Eu tambem nao sinto falta dos “luxos da classe media brasileira”. Gosto daqui porque existe igualdade social, se isso significa nao ter empregada e nao ir a manicure toda semana, perfeito! Gosto de saber que elas aqui recebem um salario justo e espero que no futuro isso tambem mude no Brasil.
E pra falar a verdade, acho estranho voce escrever um post assim, porque sempre te vi como uma vitoriosa tambem, uma brasileira que fez carreira aqui na Holanda, que mostrou a que veio. Achei que voce tambem tivesse uma vida boa aqui, mas pelo visto me enganei.
Sucesso,
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