Em duas semanas a colega que teve bebê e foi meio que colocada pra escanteio volta, e ainda não acharam uma vaga pra ela. Ela esteve aqui hoje, e ela está arrasada.
Na semana antes do ano novo ela foi chamada, informaram oficialmente que para o nosso departamento ela não volta, e ela fez uma entrevista no RH pra ver em quais posições ela se encaixa, tem muita vaga interna aberta, mas tem muita gente sobrando por causa da crise. Minha empresa ainda está parcialmente operando com redução de jornada, e tem departamento que quer dispensar metade dos empregados.
O RH foi educadésimo com ela, em teoria estão tentado, mas eu estava numa reunião onde o dois diretores discutiam o caso dela e o que disseram é: com tanto cara novo, solteiro, descompromissado, com o mesmo grau de instrução ou até mais, que departamento que vai preferir ela, um mulher com dois filhos que quer trabalhar 3 dias por semana pelos próximos 12 anos?
Olha, é difícil ser mulher e ser também profissional. Eu estava nessa reunião ajudando o diretor a estabelecer o perfil de um candidato para o departamento ( mais um colega está saindo ), e tendo a opção, qual eu preferiria? Eu estaria mentindo se eu dissesse que seria ela. Por outro lado eu penso, e se fosse eu com dois bebês em casa? Se bem que eu acho que 80% do problema é ela querer trabalhar 3 dias ao invés de 4 e de não ter assim aqueeeeeela fantástica performance.
Aliás, a colega hoje falou que com duas crianças ela precisa de um dia pelo menos pra "colocar a casa em ordem" e outro só pra curtir as filhas, e eu meio que fiz uma cara. Quando ela me perguntou, eu expliquei que se ela tivesse dito que ela acredita que precisa ficar 2 dias por semana com as filhas pra criar bem, eu não concordaria mas entenderia, mas matar a carreira assim pra limpar, lavar, passar... paga uma empregada ( eu pagava 120 euros por mês a empregada vinha 1 vez por semana e a casa ficava linda ) e pelo menos com 4 dias disponíveis ao invés de 3, seria mais fácil achar uma vaga. Bom, desnecessário dizer que eu não consto mais da lista de "Faves" dela.
Já que ultimamente andam me chamando de Mãe Adrianá ( a irmã da Mãe Diná ), vou prever uma coisa: vão acabar oferecendo umas 2 vagas xexelentas pra ela, ela vai recusar, e vão acabar demitindo-a com a desculpa "ela é que é inflexível".
5 comentários:
Querida Dri,
Nao se sinta mal se "mae com dois filhos" pos voce no "shit list". A realidade eh que os tempos estao duros e se ela nao pode acomodar-se a situacao... bem... o problema eh dela e nao do mundo. Eu fui mae solteira (sem marido ou pensao. solteira de marredesi) nos anos 80s e criei meu filho, entao com 5 anos, muito bem. Todo fim de semana era pra ele; iamos a museus, zoo, parques com carrossel (ele adorava), aulas de teatro no Kennedy Center, aulas de pintura no Glen Echo park... Quando ele estava dormindo, dava uma arrumadinha na casa que, me lembro, tinha apenas os moveis necessarios. Tinhamos um grupo de maes que fazia baby sitting em troca de "chips" e quando voce precisava, voce pagava com chips pra alguem babysit pra voce. Nem eh preciso dizer que fim de semana, a noite, eu pegava o pequerrucho e ia pra casa das outras maes pra ganhar meus "chips". E sabe de uma coisa? Foram tempos duros mas eu ate que tenho uma certa nostalgia daqueles tempos.
Na Holanda o empregador pode demitir a funcionária que acabou de retornar da licença maternidade? Ou não existe licença maternidade? Se a demitirem, isso não seria considerado discriminação?
Eu no lugar dela também preferiria pagar uma empregada para poder trabalhar mais um dia, ao invés de ficar limpando casa.
Márcia, ela está voltando da licença. Aliás, nos últimos 18 meses ela trabalhou uns 6, e mesmo assim meio-periodo, pois voltou da licença maternidade da filha anterior, engravidou 4 meses depois, aos 5 meses teve um problema no pescoço e ficou afastada até ter a filha. Pelo que eu saiba não há aqui aquela estabilidade de 6 meses depois da licença como tem no Brasil, mas não tenho certeza. E legalmente, dizem meus colegas que se a empresa oferecer 3 cargos compatíveis com a formação acadêmica dela e ela não aceitar, eles estão livres pra demitir. Bjs, Dri
Adriana - não se preocupe c ela pq ela parece q não é mto profissional. co. é q em pais desenvolvido e pessoa c instrução arranja filho um atrás do outro?! e trabalhar só 3 dias por semana? não conheço as leis ai,mas fossem mto paternalistas o pais não teria o grau de desenvolvimento q tem. tenho impressão q ela é bem folgada. a Vickie disse bem - se ela não pode acomodar-se a situação, ninguém tem nada c isso. e eu acho q faria a mma cara q vc fez ou faria até pior.
Myiska pelo jeito não conhece a Holanda - acho que uns 90 por cento das holandesas que conheço são como a colega da Dri. Ralam na uni, conseguem um empregão, depois acham o príncipe delas para poderem ter filho um atrás do outro e trabalharem meio período e depois exigem da empresa todo tipo de regalia.
E sim, é um país super desenvolvido. O sistema social permite esses abusos. Até quando, não sei, pois os tempos mudaram.
Alguém tem que desenhar para elas que a maioria das caarreira exige dedicação integral!
E quanto a esse dia livre, bom eu quando raramente tinha folga às terças-feiras, eu ia à sauna, pois era o dia das mulheres, e adivinhe, a sauna fica lo-ta-da nesse dia!! Tinha mulheres de todas as idades lá, principalmente jovens.
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