quinta-feira, março 31
Missão impossível
Alguém precisa escrever um livro: como comprar roupa de bebê-menina e não enlouquecer.
Hoje a minha missão pós-hospital era comprar roupinhas pras nenês das comadres. Gente, foi-se o tempo que nenê vestia só aqueles macacõezinhos e pronto, né? Eu juro, se eu tivesse uma filha, além de ir à falência, ela ía ser trocada 10 vezes por dia.
Mas então, fui à loja Prenatal, uma mega-loja bebezística que eu acho que tem na Europa toda.
Como uma mulher grávida não enlouquece? Dá vontade de comprar tudo! Eu peguei sainhas, aí achei que aqui é muito frio pra nenê usar saia. Troquei por calças bufantinhas. Aí vi que tinha leggings e meias-calças, voltei a pegar as sainhas. Mas aí eu achei que elástico da fralda, mais elástico da legging, mais elástico da saia... é muita coisa apertando a criaturazinha. Aí pensei, se eu fosse um bebê, fosse ficar deitadinha o dia todo de preguiça, o que eu gostaria de vestir? Malha! Aí fui pras roupas de malha. Gente, são malhas ultra macias, todas modernosas... é tanta escolha!
Aí, que estilo pra filha de uma e que estilo pra filha da outra? Claro que a gente acaba indo meio pelo estilo da mãe, aí escolhi uma mini-peruinha e uma mini-roqueirinha.
Os rompertjes ( macaquinhos ou onesies ) eu confesso ainda não caíram no meu gosto, mas acho que acabo acostumando. Tem rompertje muito bonitinho e outros bem breguinhas. Todo bebê que eu já vi tem um rompertje "I (heart) oma ( ou mama, papa, ). Quem é que vai fazer um: minha mãe foi pra Aruba e tudo o que eu ganhei foi esse macaquinho bobo.
Na hora de pagar, pedi pra fazer os pacotes e a mulher perguntou: juntos? Não, apesar de ser o mesmo número, ambos pra meninas, são separados e a mevráu riu: é, chega uma idade onde a gente tá comprando um presente pra nenê por mês.
Putz, tá certa a mevráu.
Anta, pero no mucho...
Ontem no trabalho tive umas tonturas, umas tremedeiras, e tive um início do piripaque que deu início a essa saga, diferença é que eu estava no meio de uma reunião e sem Holandesa pra me abanar... Fui pro médico de família.
Lá chegando, ótima surpresa: como a minha médica de família ( que tirou o diploma por correspondência ) não trabalhava aquele dia, passei com outra, nova na clínica, e ótima. Claro que eu virei casaca e vou mudar pra ela definitivamente. Essa nova médica leu todo o laudo do hospital pra mim, me explicou direitinho que tipo de anemia eu tenho, me explicou porque não me deram nenhum remédio extra, me disse pra eu não me desesperar se no próximo exame de sangue ainda der baixo ferro porque segundo ela ferro é ultra difícil de repor, de ser absorvido, me examinou, olhou minha cor e me achou coradinha ( depois de 2 anos pálida cadáver, nem minha maquiagem comprada toda pra tons pálidos de pele combinam com minha nova tez quase africana ), e me pediu exame de sangue djá, porque segundo ela, se eu estiver com glóbulos vermelhos baixos de novo, não há razão para esperar mais 10 dias pra fazer mais transfusão ( bate na madeira 3 vezes ).
E o principal: mevrouw van den Broek, talvez ninguém tenha explicado a seriedade da sua situação com ferro a 3.8. A senhora podia ter entrado em coma, ter tido um ataque cardíaco, foi seríssimo, onde já se viu tirar 3 dias de descanso? A senhora ficará em casa até o dia 7 de abril, quando fará seus exames novamente, e daí conversamos de novo. Vá tomar chá e comer sopinha em casa, assistir TV, quem sabe aproveitar o tempo pra fazer um pouquinho de jardinagem ( mal sabe ela que meus planos são de instalar grama artificial e me livrar daquela praga ).
E é isso querido leitor desse chato-blog, estou de molho em casa, aliás saindo pra fazer o tal exame de sangue, e já que está chovendo, eu decidi que jogarei the sims até cansar.
Eu bem que podia ir convalescer em Curaçao, que cês acham?
terça-feira, março 29
Eu sou uma anta
Voltei ontem ao trabalho, mas estou pegando leve. Meu diretor concordou que eu preciso passar parte do meu trabalho para um outro comprador, as coisas estão progredindo bem. Estou me alimentando super saudável, nada de alcool, e desde que sai do hospital, não precisei tomar um paracetamol para o quer que fosse.
Hoje, um supervisor da engenharia deu piti na minha mesa. Estávamos fazendo uma mini-reunião na hora do almoço, eu lá discutindo um projeto e tomando minha sopinha, quando esse maluco chega, ouve a discussão e começa a gritar comigo, que o projeto está atrasado e eu fico "querendo seguir os procedimentos", e que todo o projeto vai pro buraco porque eu não dou um "jeitinho holandês". Eu estou totalmente apoiada pelo meu chefe, estou seguindo os procedimentos da empresa, estou bonitinha fazendo meu trabalho, mas perdi as estribeiras. Acabei falando alto ( o que sempre me traz arrependimento depois ) e dizendo que ele que fosse falar com o diretor do projeto e que se ele me autorizasse a ignorar os procedimentos, que eu faria o que ele estava me pedindo. O que gerou mais gritaria dessa pessoa, e aí eu sabiamente calei. A briga/reunião foi adiada pra amanhã.
No minuto que esse bendito virou as costas e se foi, meu estômago contraiu-se em espasmos, uma dor infernal. A dor do estômago amenizou para atacar então o baixo ventre e dali as costas. A dor nas costas estava tão agonizante que eu cheguei em casa e fui direto tomar uma ranitidina pra preparar o estômago e tive que tomar um Voltaren, que é um veneno estriquinina pros estômagos sensíveis. Coloquei ainda uma bolsa de água quente nas costas, mais tarde tomei banho de banheira, e deitei retinha na cama pra ajudar. A dor nas costas matou meu apetite, e olha que eu cozinhei feijão fresquinho, e me deixou totalmente sem ar, com muita dificuldade de respirar. Aí é claro que eu desabei no choro e solucei pro marido que a falta de ar só podia significar que meu corpo tá matando meus novos glóbulos vermelhos de novo, e que dia 7 vão me internar de novo naquele quarto de enfermaria com outros 5 doentes.
E chorei. E esperniei. E acalmei. Um pouco.
Agora vos pergunto: precisava eu passar esse nervoso? Eu não podia ter ficado em casa convalescendo até o retorno médico? Porque é que eu me saboto dessa forma, será que eu quero ser mártir? Será que eu quero que alguém diga: nossa que menina aplicada, mesmo doente veio trabalhar.
Só sei que nesse momento a única coisa que me passa pela cabeça é: Adriana, sua anta! Anta, anta, anta! A.N.T.A.
segunda-feira, março 28
O céu é o limite
Eu nunca fui uma pessoa boa com limites. Não sei impor meus limites pros outros, não sei eu mesmo colocar meu próprios limites pra mim, e muito frequentemente ultrapasso os limites dos outros.
Mas agora, me recuperando da anemia e ainda sem saber a causa dela, tenho que colocar limites pros chefes, colegas, marido e para mim mesma.
Está sendo dificílimo.
Ontem tive que ter uma conversa com o marido. Tive que dizer que até eu receber alta do médico, eu não vou fazer tarefas domésticas que requeiram esforço, e que me recuso a viver no meio da zona, então ele vai ter que "man up" e ajudar. Eu gostaria muito, muito mesmo que meu marido fosse diferente e que não precisasse que eu falasse isso. Queria que ele já fosse tomando as rédeas desde o minuto que eu fui para o hospital, mas não foi assim. Ele me deu, e ainda me dá, o maior apoio emocional, passou a tarde comigo nos dois dias que eu fiquei internada, fez malinha, comprou comida, cuidou dos gatos. Mas quando eu voltei pra casa e comecei a fazer uma coisinha aqui e acolá, a mente dele entrou em módulo "ah, tudo com dantes no quartel de Abrantes" e me chateou imensamente quando eu me dei conta que doente e tudo eu acabei levando o lixo de 23 lt pra fora, que limpei o banheirinho dos gatos, lavei roupa, cozinhei, comprei comida do gatos e carreguei do carro pra casa ( 6 kg ). E nos acertamos, pelo menos por enquanto.
E aí vem o segundo passo: eu colocar limites pra mim mesma. Detesto gente que fica fazendo beicinho quando está doente e estrapolando no corpo-mole, mas não posso continuar no mesmo ritmo porque se no dia 7 de abril eu voltar pro acompanhamento e tiver tudo dado errado eu vou ficar me culpando, achando que se eu tivesse descansado meu corpo teria reagido melhor. E vamos combinar, meu corpo PRECISA reagir, logo, devagar no andor.
E por último, e não menos importante, são os colegas de trabalho, principalmente o chefe. Eu já tinha, naquela fatídica segunda feira mostrado pra ele minha carga de trabalho e o que eu posso e o que eu não posso fazer, já tinha preenchido o requerimento de um funcionário extra para tarefas administrativas e estava discutindo com ele mais um comprador. Eu não quero que misture esse "temporário" slow down com a real necessidade de mais braços pra fazer o trabalho. A necessidade já vinha de antes, e vai continuar, mesmo que me dêem mais 15 litros de sangue de um negão africano de 2 mt de altura. Aliás, note for self, eu tenho que determinar meu novo ritmo, porque como estava não dá pra ficar. E tudo isso requer reflexão da minha parte, que eu determine meus limites, e que saiba convencer os outros que esses limites são aceitáveis e normais. Meus colegas de trabalho estão sendo gente finíssima, todo mundo me dando muito apoio, todo mundo falando pra eu pegar leve, mas a conversa na salinha do diretor com portas fechadas eu ainda não tive.
Nesse meio tempo, os planos de férias miaram todos, eu preciso esperar o resultado dos próximos exames pra ver o que faremos, e isso me frustra muito, porque em momentos de desespero eram os planos da próxima viagem que me seguravam, aquela luzinha no fim do túnel, que agora está apagada total. Eu sempre expandia um pouco meus limites sabendo que dali a 2 meses eu estaria numa ilha grega comendo tzatziki e bebendo ouzo ( not ).
Bom povo, como eu não tenho o R$ 1,5 milhão da Betânia pra fazer esse blog ( pergunta: como é que alguém consegue justificar a necessidade dessa grana toda pra manter um blog de poesia? É mooooita cara de pau, isso sim ), vou ficando por aqui porque tenho que ganhar o leite das crianças, digo, a comida renal dos gatinhos.
sábado, março 26
Breaking Down
Eu não sou de fugir de uma boa briga de um bom pega-pra-capá. Enfrento o touro à unha. Mas nesse momento estou com uma vontade incontrolável de jogar todos os problemas pro alto, e olha que são muitos, catar uns vestidinhos, biquinis e havaianas e me mandar pra uma praia qualquer no Caribe, de mar azulzinho e areia fininha.
E iria sozinha! Porque estou precisando de paz e silêncio.
Burn out? Não, não foi burn out. O piripaque começou com uma comida de bola homérica da minha médica de família que tirou o diploma via correspondência e continuou com a minha tchonguisse. A diferença é que ela estudou 10 anos pra receitar paracetamol, o maior disperdício da face da terra na minha opinião é essa faculdade de medicina geral da Holanda - onde nós, os tax payers, pagamos pra esse bando de gente malemolenga aprender a receitar paracetamol - 10 anos aprendendo a justificar pro paciente por que ele não precisa de um exame e que paracetamol o curará, aliás, será que o médico ganha caixinha da seguradora por exame NÃO pedido?
Então, há mais de um ano eu estou com o ferro super baixo, mas a idiota pediu o exame de sangue no ano passado e quando eu liguei pra perguntar o resultado, ouvi que tava tudo normal. Fui saber agora nessa internação do resultado do ano passado ( fiz no mesmo hospital e os resultados ficam no banco de dados ), e que então eu já devia ter começado um tratamento de reposição de ferro. O que aconteceu? Não sei. Não sei se ela nem abriu o resultado, ou se tava cutucando o nariz e fazendo bolinha de peteira quando eu liguei e viu o número errado, ou se simplesmente é burra mesmo.
Agora, dentre os meus já graves problemas, tenho mais um: procurar outro huisarts. Porque dá pra confiar nessa aí? Não dá.
Putz, comecei falando de alhos e terminei em bugalhos. E daí minha vontade de querer sumir. E marido entende tudo, é bonzinho e tals, mas na hora do vamo-vê ele ainda espera que eu vá pro supermercado, que leve o lixo pro container, que limpe o banheiro dos gatos. E juro, não tenho energia pra isso não.
E aí, digam-me, jogo tudo pro alto e mando-me pra Cuba, Curação, Aruba?
Só de me imaginar flutuando nessa água me dá vontade de chorar.
sexta-feira, março 25
Um dia de sol
Hoje farei o test drive dos meus recém adquiridos glóbulos vermelhos. E que o negão surinamense que os doou seja abençoado, porque estou sim me sentindo mais fortinha. Vejam bem, não estou ainda novinha em folha, mas estou bem mais animadinha. Acho que dá até pra sair sem maquiagem sem assustar ninguém.
Começou a liquidação da V&D, o circo dos preços, e se não estiver entupido de gente, vou dar umas fuçadas. E vou comer torta de morango com capuccino e vou comprar vitamininhas no De tuin.
Tudo isso SE eu conseguir tomar banho normalzinha, me vestir, e dirigir até o veterinário pra comprar ração sem me sentir sem fôlego. Só aí eu dirigirei os 4 km que me separam do centro da cidade e andarei pelo centro. Estou curiosa pra ver como anda minha resistência, no sábado mal consegui andar 200 mts.
Post chato, mas estou animadíssima com o solzinho e a perspectiva de dar uns bordejos.
Bom fim de semana povo!
quarta-feira, março 23
E o dia chegou
Estou aqui me perguntando se vou lhes aborrecer com os detalhes da minha saga dessa semana, mas vou deixar pra mais tarde.
Basta dizer que seguindo o piripaque da semana passada fui à medica de família e acabei no hospital, glóbulos vermelhos ultra baixos, e como dizem aqui "paniek paniek". Ganhei transfusão de sangue, infusão de ferro, e alguma experiência com o sistema de saúde holandês nos dois dias que fiquei internada.
Estou agora em casa e me sinto bem fisicamente. O psicológico está um caquinho, visto que o diagnóstico da causa do problema não foi feito. As hipóteses vão de uma simples má absorção de ferro por causa da gastroplastia, a uma possível úlcera estomacal, a sangramentos desconhecidos, câncer e até leucemia, esta última praticamente descartada visto que meu sangue está riquinho dos globulos jovens e plaquetas e sei mais lá o que.
No Brasil provavelmente teriam aproveitado a internação para fazer 29 diferentes exames, gastando bem o dinheiro da seguradora, mas provavelmente chegariam a um diagnóstico nas primeiras 48 horas de internação. Por um lado é sim um disperdício, por outro, é praticamente um ato humanitário, porque viver na dúvida é uma tortura.
Aqui na Holanda o approach é diferente. Primeiro estabilizam o paciente como fariam no Brasil, e disso não posso reclamar, fui ultra bem atendida e fiquei ultra bem impressionada com o serviço das enfermeiras por aqui, e do hospital em geral. Mas ao invés de gastarem dindin da seguradora com os tais 29 exames, decidiram esperar duas semanas pra ver como eu respondo ao sangue recebido, pra então começar a desenhar um plano de investigação.
Não vou julgar aqui e acolá. Estou aqui e terei que dançar conforme a música.
Os exames então serão repetidos em 2 semanas. Para me manter sana repito a cada meia hora que o lógico é alguma má absorção do estômago ou uma danada duma úlcera, e afugento os pensamentos de alguma coisa mais grave. Nem sempre sucedo, e daí estar um caquinho. Olho pro meu TyTy, que há duas semanas estava com uma pata aqui outra no além, e agora todo serelepo, sempre famintozinho e já ganhando uns graminhas, e torço para que da mesma forma que o corpinho dele tenha reagido ao tratamento dele, o meu reaja ao meu.
Me mandaram ter paciência, só não me deram a receita pra comprar.
domingo, março 20
Cada um é cada um, em casa ou em Paris
Eu sempre começo minhas pesquisas de viagem no Tripadvisor, e com o tempo a gente aprende a separar o joio do trigo nas resenhas, e vai notando um padrão que se repete.
Os americanos são carentes, essencial pra eles é que o garçon ou recepcionista do hotel lembre o nome deles. As resenhas positivas sempre incluem nomes e mais nomes de bartenders, GO's, garçons que por tratá-los pelo nome os fizeram se sentir praticamente da família. Eu sempre leio essas resenhas e me pergunto: quem vai de férias pra memorizar nome de garçon, pelamordedeus?
Os holandeses, no tripadvisor ou vakantiereiswijzer, são a clientela menos exigente que eu já vi: bastou ter um buraco de água clorinada no chão pra filharada se banhar, uma cama razoavelmente limpa pra eles dormirem, tá tudo bom. É muito, muito comum você ver resenha de hotéis 4 estrelas e a holandesada estar elogiando e se surpreendendo que o hotel *** troca as toalhas de banho e limpa os quartos todos os dias!***. É, pra quem passou gerações acampando e depois "caravaneando" tem muito o que aprender.
Os ingleses, é só dar booze e fazer uns showzinhos de noite, e tudo tá beleza pra eles.
Os alemães são os que eu mais me identifico: são ultra exigentes com o quarto, com limpeza, com a qualidade das áreas públicas.
Os brasileiros também são um povo à parte. A turminha dos resorts tá aprendendo, mas ainda se deslumbram com pouco. Eles vão pra all-inclusive, pagam o dobro do que um europeu paga, e ainda se deslumbram quando lhes servem uma pratada de camarões. Aliás, com tanto camarão na orla brasileira, com oportunidades mil de comer camarões fritinhos deliciosos em qualquer barraquinha de praia do litoral brasileiro, de onde vem essa fixação com camarões? E daí, como pagaram os tubos no resort e o resort dá camarão "de graça", eles não saem do portão do hotel. Não importa se estão próximos daquela vilinha charmosésima, ou se estão ao lado de lindas piscinas naturais, casa gole d'água tomado fora do hotel é um gole de caipirinha ou guaraná que eles "perderam" do resort. O bugueiro em Porto de Galinhas até brincou: cliente de resort fazendo passeio de dia inteiro, só se for gringo mesmo.
E os brasileiros que fazem outro tipo de viagem são o que eu chamo de maratonistas. Não há turista-maratonista como o brasileiro. Eu mesmo já fui turista-maratonista. O maratonista é aquele que, livrinho em punho, anda non stop, de atração em atração, das 8 da manhã até o corpo não mais aguentar. Na última vez que eu estive em Londres, tinha um casal de brasileiros sentados ao meu lado, e ela lia um guia e dizia pro marido: estamos indo pra Portobello Road e diz aqui que é o melhor lugar para se andar sem rumo e absorver o ambiente de Londres, temos uma hora pra ver tudo. Kinda defeats the purpose, dontcha think?
Nem entre amigos recomendações dá muito certo, uma das comadres não gostou nadinha de Rhodes e eu e o marido adoramos!
Eu e o Bart não saimos de casa pra ir pra hotel "só pra dormir". Se não for pra ficar num hotel legal, fico em casa. Gostamos de all-inclusive porque ambos detestamos escolher restaurante, então no resort tá tudo ali te esperando, se for como o do México que tinha vários restaurantes a la carte sem reserva, melhor ainda. Sempre que aconselhável alugamos um carro já no aeroporto, assim não temos que ficar esperando por gentarada nos shuttles da vida e nem fazendo pinga-pinga de hotel em hotel. Na volta também podemos chegar ao aeroporto bem antes dos ônibus de transfer e pegar os melhores lugares. E com carro, a gente já viveu cada aventura!
Em Rhodos visitamos vilazinhas que produzem vinho e mel, andamos por ruelinhas medievais, vimos praias desertas. Em Creta pegamos uma via costeira esquecida do mundo, e dirigimos beirando o mar entre abismos ( eu quase morri de medo ). E assim foi também no Chipre, Fuerteventura, Mallorca, Mexico, e até no Brasil já saímos do aeroporto na Bahia devidamente motorizados.
Estamos agora pesquisando um destino meio maluquinho pras férias de maio. Claro que tem praia, e como aqui na Europa maio ainda é mês de mar gelado, acho que vamos cruzar o atlântico de novo. Embora seja um destino ultra comum aqui na Europa, é difícil encontrar informações mas abrangentes na net. Acho que o motivo principal é que americanos não podem entrar nesse país. Do Brasil, como a única conexão disponível é uma cara e com horários terríveis via Panamá, poucos turistas vão. Mas aparece sempre nas listas das 10 melhores praias do mundo.
Já adivinharam pra onde queremos ir?
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Sim, Cuba. E quem tiver dicas, ou conhece alguém que já foi, pode deixar um comentário. Estou pesquisando o Sandals, que é um hotel all-inclusive só para adultos, e tem mais, só para casais.
A única desvantagem é o vôo... senhor, 11 horas.
quarta-feira, março 16
Oh Joy!
O alívio é imenso, só Deus sabe o tamanho.
E para completar, pegamos nosso carrinho novo hoje. É lindo lindo lindo, todo cheio de novidades, botões, e tem até aquecimento de assento, que para desgosto do marido, é o acessório que eu mais gostei.
Seu eu estava reclamando do inferno astral, hoje retiro o que disse, foi um dia de bençãos e alegrias.
segunda-feira, março 14
Soluções
Soluções, soluções… Ando procurando muito soluções para probleminhas e problemões que me cansam, ou me aborrecem, ou aborrecem o marido ( que em consequência me aborrece ), que tornam minha vida um tico mais complicada.
Por exemplo. Passar horas no mercado no fim-de-semana disputando espaço com pais que trazem mil crianças pros corredores lotados, idosos que poderiam muito bem ter ido durante a semana, e gente como eu, desesperados pra pegar logo suas compras e sumir dali. E o marido odeia ir à mercados, quando vai só piora as coisas ( falta muito? Já acabou? Pra que tanta coisa? ), então sobra pra mim carregar tudo. Essa semana recebi minha primeira entrega do AH. Deu tudo certinho. Vem tudo em caixas plásticas dobráveis, a parte de geladeira numa sacolona plástica dentro de um isopor, o entregador deixa tudo dentro da sua cozinha, os legumes vieram fresquinhos, as carnes com bom prazo de validade. Com o tempo ( e disposição ) que me economizou, eu cozinhei comida fresquinha nesse findi, ao invés de recorrer ao chinesão ou à pizza.
Nessa semana outro problema se resolverá. Pegaremos o carro novo e eu herdarei o nosso poisé, que para fazer os 1500 mt de casa ao trabalho tá muito bom. Meu humor melhorará consideravelmente nos dias frios e chuvosos.
Ha ha haa ha, um probleminha até engraçado que foi resolvido: o tubinho de papelão do papel higiênico. Eu jogava no cesto do banheiro, marido brigava porque tinha que ir pra cesta de papel descartável ( no andar de baixo ), mas resolvemos o problema com um novo papel higiênico cujo tubinho é biodegradável, é só jogar no vaso sanitário, ele "derrete" e vai embora com a descarga. Bom pro meio-ambiente, bom pro casamento.
O home theater tá todo comprado e nesse findi assistimos nosso primeiro filme 3D, que é fantástico. Falta ainda um módulo sem fio da Philips encomendado e com previsão pra semana 13, enquanto isso vamos vivendo num mar de fios pra todo lado.
O próximo passo é convencer o marido a deixar de ser mão-de-vaca e investir numa boa grama artificial, porque minha grama morreu, rest in peace, amém. E grama normal na primavera é aquela inferno: cheio de erva daninha, tem que ser podada a cada 10 dias… Se dá pra facilitar com a tal grama artificial… O marido fica insistindo: pagamos um bom dinheiro na nossa grama normal, tem que ressucitar.
Outros problemas esperam pacientemente ser resolvidos, a vizinha com os peixes comedores de gente, as férias, o zolder, o resto dos móveis, o regime.
E agora mais um: tenho que ir ao huisarts porque tive um piripaque. Achei que ía morrer, em pleno restaurante japa. Putamerda, se é pra morrer assim, em público, que seja pelo menos num lugar chique ou famoso, mas no japa rodízio a €23 por cabeça é de lascar!
domingo, março 13
Dica preciosa
A dica foi do Daniel, filho da Alice. O seriado Merlin da BBC.
O seriado usa bem livremente algumas das histórias Arturianas, e conta as aventuras do Principe Arthur, ou seja, Arthur antes de se tornar rei, e como ele conheceu e se tornou amigo de Merlin.
É um seriado bem família, muito bem humorado, com cenas lindas do Chateau de Pierrefonds, onde a história é filmada. O ator principal, que faz o Merlin é uma graça e super cômico, e o príncipe Arthur um tetéio.
Impecável, dos figurinos à atuação de cada um dos atores, tudo de primeira.
Uma pena que a terceira temporada tenha acabado e a BBC tenha renovado a série mas só para 2012. Tudo por causa do chatinho Dr. Who, que já deu o que tinha que dar 3 atores atrás.
quarta-feira, março 9
Até duracell fica sem energia
Além da preocupação com o Ty-ty, o trabalho que tá numa fase péssima, a história da clinica da vizinha, e como se não bastasse, uma gripe importuna acabando com as minhas resistências.
Na terça-feira eu tive um problema com um dos meus projetos, e eu estava tão desbalanceada que eu quase chorei falando com um dos gerentes de programa. Vi então que ir trabalhar nessas circunstâncias no fim acaba atrapalhando mais que ajudando, que a gente pode tomar decisões erradas das quais a gente se arrepende depois, e muitas vezes não há como desfazer o já feito, desdizer o já dito.
Por isso hoje fiquei em casa. Dei ao meu corpo tempo de se recuperar, dos remédios agirem. Tomei um longo e fumegante banho de banheira, fiquei debaixo de mil cobertas vestidinha de moleton quentinho. Tomei sopa, comi pão com meu queijo preferido e uma caixinha inteira de morangos. Estou me tratando bem, sendo paciente, cuidando de melhorar o nivel de estress porque o negócio anda tão brabo que eu até assustei.
Amanhã ainda ficarei em casa, ainda estou naquela fase da gripe onde os olhos ficam lacrimejando o tempo todo, eu fico mais acabada do que a gastroplastia e todas as outras cirurgias junto.
E o meu Tyzinho hoje tomou café da manhã, almoçou e jantou, cedo pra comemorar, mas já é um bom indício. O tratamento de infusão acabou hoje e eu estou bem apreensiva de como ele vai reagir sem a infusão e sem os remédios injetados.
Plato, meu piolhinho, teve também um mini tchu-tchu. Não sei se comeu demais, se comeu algo que lhe fez mal, ou se ele simplesmente captou as energias negativas da dona, mas ele teve vômito, diarréia, ficou jururu. Já tá serelepão de tudo, que o bicho é forte que nem um tourinho, mas tava passadinho o meu piolho.
E a vida segue, sorry pelo blog chato-de-marré-de-si, logo a fase passa.
terça-feira, março 8
O gato subiu no telhado
Como eu já contei aqui, nosso Ty-ty continua doentinho. Ontem voltamos ao vet para a segunda de 4 aplicações de fluidos subcutaneos. Dessa vez foi o veterinário dono da clínica que nos atendeu, o que sempre cuidou dos meninos.
Quando estávamos dirindo pra clínica, eu disse pro marido que eu gostaria de ouvir dele um prognóstico realista: tem X por cento de chance dele se curar, dele viver uma vidinha normal. A veterinária foi meio vaga na sexta-feira, e disse que se o tratamento for bem sucedido ele ainda vai viver muitos feliz e contente.
Então quando eu perguntei ao veterinário se ele podia ser mais específico, ele nos disse: olha, ele teve um mal começo, a uréia no sangue está altíssima, tudo vai depender de como ele vai reagir ao tratamento, mas 80% do rim dele tá morto.
E a gente ficou lá, com cara de desespero, cara de sei lá o que. E holandês não tem meio termo é 8 ou 80, a veterinária na sexta foi super vaga ( talvez querendo nos poupar um pouco ), já o veterinário ontem já foi direto falando do worst case scenario sem dourar pílula nenhuma. Talvez o Joaquim devesse explicar a história do "seu gato subiu no telhado" em cadeia nacional.
Estou aqui de nhém-nhém-nhém, eu sei. Fui eu que pedi pra receber o worst case scenario e agora estou aqui reclamando, aliás não tô reclamando, estou só surpresa com a minha própria reação, pra falar a verdade. Eu teria achado tudo muito mais fácil de engolir se ele tivesse falado: "nós vamos fazer as infusões, nós vamos dar a comida especial, o remédio, há boas chances dele se recuperar, mas o caso é grave e ele já está começando com um nível muito alto de uréia no sangue".
Eu sei, eu estou me pegando na semântica, na ordem da frase, no fato dele ter começado: seu gato já começou mal, com um dos piores níveis de uréia no sangue possível, mas a gente vai tentar tratar, há chances. Ou sejá, o pior na frente, as chances atrás. Cadê o otimismo? Ah, Adriana, não é melhor ser realista?
Óquei povo, estou rambling, resmungando. Mas dá um desconto, porque eu estou preocupadíssima. Ontem nosso menino voltou bastante melhor da clínica. Voltamos com um pacote com 15 tipos diferentes de comida, pra ver qual ele gosta mais, pois ele não estava se dando com a renal da Royal Canin. Ontem ele comeu bem a Hill's Urinary, até me surpreendi. É uma alegria ver seu gatinho doente comer, vir miar na sua porta porque quer mais comida. É nesse momento o que está nos dando mais esperança. Plato tadinho, tá meio esquecidinho num canto, mas assim que o Ty sair dessa, e ele há de sair, daremos mais atenção a ele.
Nesse momento eu penso em duas coisas. No desespero que deve ser para alguém com meios limitados ter um bichinho doente em casa. É um esparrame de dinheiro, só no dia que ele foi diagnosticado foram 300 euros em exames, consulta, injeções, remédios. Ontem foram mais 100 euros, e as duas aplicações de fluído finais serão 70 euros cada. E a comida especial é cara, e os remédios também são caros. E daqui a 4 semanas repetimos todos os exames novamente pra ver se o tratamento está surtindo efeito.
A segunda coisa que eu tenho me questionado bem é se eu gostaria de ter o diagnóstico "realista" no caso de um dos familiares ter um problema grave. É desesperador pensar que dali a um mês você pode estar dizendo o último adeus. Eu ainda não passei pela perda repentina de um ente querido, sempre achei que quando a pessoa fica doente nos dá tempo pra nos preparar, mas será que há como se preparar para a perda? Nesse momento eu acho que é só um sofrimento a mais, por isso nos agarramos em cada fiapinho de esperança com o nosso meninuxo.
Aqui na Holanda a eutanásia em seres humanos é permitida. Eu e Bart já discutimos o assunto, porque ele teria que decidir pela minha morte e eu pela dele. Ambos decidimos que não a utilizaríamos, por diferentes razões.
E que os que fiquem façam bom uso do buffet do meu enterro, já incluido no nosso "seguro enterro". Eu digo que podem doar os orgãos que puderem, joguem minhas cinzas na lagoa do Epcot Center, podem usar um tupperware ( novo, please ) pra levar minhas cinzas sem ser barradas na alfândega. Sei lá, não me preocupo muito com o que vai acontecer por aqui com os "restos mortais", mas confesso uma coisa: tenho muito, muito medo do que vai acontecer do lado de lá.
segunda-feira, março 7
Na tela da TV no meio desse povo...
Tcheu perguntar só pra checar os fatos. É impressão minha ou o carnaval no Rio meio que já era? No jornal tem duas vezes mais fotos e notícias do carnaval em Salvador. No Rio vê-se artista gringalhada, mas me parece que os famosos brasileiros tão todos na Bahia, ou é impressão minha?
Ivetão tá linda. As roupas estão carnavalescamente legaizinhas. O vozeirão continua legal dimais da conta. Algum sem noção da Folha colocou foto da Leitte dizendo que era Ivetão. Blé, tava bêbado o cara.
Adriana Galinhesteu, apesar de insuportável, sempre teve bom gosto. Agora, nem isso. Que fantasia foi aquela no carnaval do Rio minha gente? Ela tá sem programa, tá desempregada, que pàsa pra sujeita dar uma apelada daquelas?
Gisele, ao contrário, chiquérrima. Tipo: ó, tô podendo e não preciso mostrar o fiofó pra aparecer em jornal.
Meu povo, como é que Timbalada leva o Blue Man Group pra avenida e eu não fico nem sabendo? Adoro Timbalada e adoro o Blue Man Group. E o pior: não acho nem no youtube nem em lugar nenhum, só fotos e poucas!
Eu sou super a favor de plásticas, desde que dentro dos limites aceitáveis e bem feitas. Scheilla Carvalho por exemplo dá vontade de chorar ao ver, afinal ela foi eleita pelos leitores da Playboy a mulher mais bonita do Brasil nos idos de 2000 e agora parece a Isabelita dos patins. Agora eu pergunto, queridos cirurgiões brasileiros, vocês são os melhores, no mundo inteiro fazem referências a vocês, mas dá pra inventar uma dermolipé ( tummy tuck ) que não produza aquele umbigo de cyborg? Até a Sabrina Sato, lindinha, com um corpo lindo, tá de umbigo de cyborg. Aliás, as fotos das famosas no carnaval é um ataque de umbigos cyborg.
Quem inventou contratar a Sandy pra musa da Devassa devia ganhar 10000% de aumento de salário, se for um assalariado. Todo santo dia tem algum jornal, revista, blog, site falando da devassa da Sandy. Só faltava agora alguém dar um pileque de Crystal na mocinha, dizer que é Devassa e botar a santa pra dançar em cima da mesa, a la Paris.
Enquanto isso, aqui no sul da Holanda, volto aos idos de 1978 quando mamãe me levava pro salão vestida de mulher maravilha e assisto ao Carnaval Brabantista. Ó, é legal, viu! O povo bota fantasia, sai todo mundo fantasiadão na rua ( o que não se vê mais em SP ), criança, velhos, todo mundo brincando. A única coisa que eu acho meio exagerado é o tanto que se bebe e como é bem aceito socialmente que vai todo mundo manguaçar. Acho que manguaçam mais que no Brasil.
E o sol brilha. Frio, mas brilha!
O Panda - desabafo de uma alma atormentada
Eu estou esperando pela gota d'água.
O Tai-tai continua malzinho.
A vizinha continua querendo abrir uma clínica de peixes comedores de carne humana ao lado da minha casa.
O francês continua o lider do projeto brasileiro, e neguinho só vem me pedir favor quando tem alguma bomba ou coisa chata pra fazer.
Nosso projetão está "flopando", todo mundo vem com mil desculpas pro que está errado, uma hora é falta de experiência em projetos, outra é falta de sistemas de suporte, mas a verdade é que falta mesmo é gerência.
Minha grama morreu. R.I.P.
O Old Fart continua fazendo oldfartisses e essa semana eu tenho que chamar o véio na xinxa.
E eu estou gripada que nem um gambá.
Há uns 15 anos a Lilian Wittefibbe surtou no jornal do SBT e no meio de uma notícia de um panda que roubou o sorvete de um menino num zoológico, ela levantou e disse: quem quer saber disso? E foi-se. Diz ela: foi meu momento Panda tomando sorvete.
Então, se a última gota d'água não cair, o panda vai tomar sorvete!
sábado, março 5
Meu bichinho
Então, a caminho do vet ele já foi mostrando que tava mesmo doentinho: fez xixi na gaiolinha. E miou, miou, inconsolável de ter que ficar ali, de bunda molhada, cheirando mal, até chegar no destino.
A veterinária ouviu minha preocupação e começou pesando nosso menino: de 8kg em outubro/2010 a 6,2 kg ontem, realmente preocupante. Com a bexiga vazia restava fazer exame de sangue: vocês já viram tirar sangue de gato? Então, raspa-se os pêlos da garganta e tira-se dali. Maquineta precisa de 15 minutos pra dar o resultado. Ele é limpado do xixi, a gaiolinha idem, sai o resultado: rins muito-muito mal. Mais umas semanas e seria um caminho sem volta.
Ali mesmo ele recebe 5 imensas ampolas de uma solução salina debaixo da pele, esse tratamento para ajudar a diluir as toxinas do sangue tem que ser repetido segunda e terça. Outra injeção pra ele dar uma animadinha, ele estava bem apagado. Remédio em pílulas para o rim, uma melequinha num frasco com bombinha pra abaixar o fosfato, e comida "renal" pro resto da vida.
Foi muita injeção, pegação, limpação, agitação pro meu menino, e no fim da consulta ele simplesmente deitou-se no fundo da gaiolinha e não se mexeu, ficou ali meditando.
Ele está agora todo pimpão e eu ainda preocupada, pois só saberemos se o tratamento está surtindo efeito em 45 dias.
Estou um caco, uma gripona - a segunda do ano, depois de um tempão sem ter muitas gripes, febre, deprimida porque quem a gente gosta tinha que viver pra sempre, maquiagem borrada de quem encostou na cama pra ler às 9 da noite e ferrou no sono paracemolístico decafeinado.
Meu menininho é um anjo e não merecia estar tão doentinho. É São Francisco de Assis o santo dos animais, não é? Vou rezar muito pra ele!
sexta-feira, março 4
Quanto riso ( not ) quanta alegria ( not )
Hoje é sexta de carnaval e essa que vos fala não está nada feliz. Nada a ver com saudade do carnaval porque aqui na minha terra-yolandesa tem carnaval sim senhor. Pra quem não sabe, aqui no Sul se celebra o carnaval com bailes, um pouco de carnaval de rua, e em Den Bosch, aqui perto, o povo já está doidão desde ontem de noite.
Então. O motivo da minha não-felicidade é que hoje vamos levar nosso meninuxo Tai-tai pro vet. Tai-tai está magérrimo e não sabemos porque. A gente passa a mão nas costinhas dele e dá pra sentir osso por osso, a bacia tá proeminente, as costelinhas também. Estou ultra preocupada.
No ano passado, no check-up de outubro, o vet nos disse que o Plato estava gorducho demais e que nós tínhamos que parar de deixar comida disponível o dia todo, e que deviamos cortar a comida molhadinha do jantar. Ou seja: pratinho de café da manhã, guarda a comida, pratinho de jantar.
Eu não sei se tem a ver com o novo método acima, mas o Tai-tai já estava meio magro ( havia baixado de 8,2 pra 7 kg em 2 anos ) mas depois de a gente começar controlar comida ele emagreceu mais, vamos ver hoje o quanto. Eu percebi isso faz uns 10 dias, quando fui pegá-lo no colo ( ele odeia colo ) e senti osso por osso, e o peso pluma. Pra piorar ele é super crica com comida, então eu tô tentando tuxar comida molhadinha, snacks da Whiskas, peito de frango defumado ( ele gosta de frios de sanduíche ) além de ter comprado 3 comidas diferentes da Royal Canin, mas não vejo ele comer mais não. Enquanto isso, é eu virar as costas achando que finalmente o Tai-tai tá comendo a comida seca especial que eu comprei, e ele perde o interesse e o Plato aproveita e rapa o prato, eu só chego a tempo de vê-lo limpando os beiços. O resultado é que meu Tai-taizinho tá raquítico e o Plato eu juro pra vocês que vai explodir qualquer dia desses - a pelama do Plato cresceu muito depois da tosa do verão, juntando as banhas, ele tá uma coisa indescritível de tão grande.
E é isso povo, tô preocupada. Vamos ver o que o vet fala hoje, mas vão aí torcendo pro meu magrelo estar só sendo difícil com a comida, e não estar doente.
E bom carnaval, arlequins e columbinas!
quinta-feira, março 3
O bicho da maçã
O consumidor da Apple é o cliente mais perfeito de qualquer indústria: ele sabe que seu produto é ruim, ele sabe que é caro, ele sabe que outros farão melhor que você em 2 meses, mas eles são fiéis e vão pro túmulo defendendo seu produto.
Colega de trabalho R. é um desses consumidores vorazes de produtos Apple. Já tinha um Ipod, adquiriu um Iphone, carinhosamente apelidado por nós de I-don't-phone porque teve que ser trocado 3 vezes, e de Natal deu-se de presente um Ipad, aquele menos ruim que custa €749 ( nos EUA US$ 749 ).
Hoje ele chegou ao trabalho irado: o Ipad 2 foi lançado ontem, estará nas lojas na semana que vem, tem o dobro da velocidade com o mesmo uso de bateria, tem metade da espessura, duas câmeras, slot pra SD, em dois meses vai ter um software upgrade e será multitask, e custará exatamente o que ele pagou no "velho".
A sacanagem applezística da vez foi não dar aquela abaixadinha de preço no produto antigo antes de lançar o novo, fazendo com que quem comprou o produto recentemente se sinta um perfeito palhaço. O pior, é que segundo os sites americanos que estão começando a comercializar o Ipad "velho", quem quiser vender o velho pra comprar um novo vai pegar em torno de 150 paus no modelo "fortinho" e menos de 100 paus no fraquinho.
Adrianinha, em casa, tem utilidade zero pra um tablet, visto que pra assistir minhas séries em Torrent a tela do Ipad é muito pequena e eu não vou ficar segurando aquela joça pesada por horas, e para ler livros não vou cozinhar meus olhos com aquela tela brilhante ( depois de 10 horas de tela de computador no trabalho ) e também não vou segurar aquela joça. Mas pra viagens, especialmente agora que os tablets estão mais finos e marcas como a Samsung oferecem um tamanho intermediário, o trocinho seria útil ( se não fosse o marido preferir o netbook ). Mas a pergunta que não quer calar: Ipad ou no Ipad? Eu gostaria mesmo é do Motorola Xoom, mas TUDO, absolutamente TUDO, está sendo desenvolvido pro Ipad. Até arquivos de livro piratão, tudo pro Ipad naquele infame arquivo MOBI.
Alguém sabe dizer se já incluiram na caixa um nariz de palhaço? É, porque em 6 meses vão lançar o Ipad 3 e Adriana vai se sentir a Bozolina.
quarta-feira, março 2
Speechless
Ó só:
A letra dessa é tristíssima, mas ó que linda:
E pra mim, aquela que vai ser praticamente impossível de superar, em versão ao vivo:
E além de tudo ela é linda!
terça-feira, março 1
Whaddafuckever
Sim, estou ranzinza. E talvez eu seja louca, mas eu esperava sim que aqui na Holanda, um país de primeiro mundo e com um mercado de trabalho muito mais equilibrado que no Brasil, as coisas fossem diferentes, que as pessoas trabalhassem melhor, que trabalhassem a carga horária esperada. Mas não, o que eu vejo é engenheiro que estudou sem uma preocupação financeira na vida, com bolsa do governo, 100% do tempo dedicado a faculdade, sentar numa estação de CAD e não engenheirar um tubinho de ar. Enquanto no Brasil eu trabalhava com engenheiros que fizeram a faculdade no sufoco, trabalhando e estudando ao mesmo tempo, desenhar, engenheirar, testar sistemas ultra complexos e ainda te ajudar a avaliar as cotações de um fornecedor.
Ah, mas é melhor eu não comentar, porque ao sinal da menor comparação, sou a ranzinza que devia voltar pro Brasil.
Sei lá, vai ver que eu sou anormal, mas meu cérebro é programado assim: eu amo sorvete de chocolate, sempre tomo sorvete de chocolate, de vez enquando eu troco por um de baunilha, aí meu cérebro já registra que o chocolate tem gosto mais forte, que a textura é mais macia, que o crocantinho das gotinhas de chocolate são uma delicia estalando na língua, e isso não quer dizer que só o sorvete de chocolate seja bom, nem que seja o mais gostoso pra todo mundo, nem que eu nunca mais vá tomar o sorvete de baunilha.
Pô, é natural a gente comparar, a gente achar isso ou aquilo melhor, em tudo!
Essa questão a Holanda e o Brasil já virou um sacão. Mas ó, eu não entendo a mente de quem só vê coisa boa aqui, o Walhaha terrestre, nem a mente de quem só vê merda no Brasil, o inferno encarnado. E sinceramente? Que importa?
Eu escolhi viver aqui pro motivos 1, 2 e 3. Isso não quer dizer que eu não ache ótimo os fatores 4, 5, e 6 do Brasil. E vice e versa. E também não sou o bicho papão nem uma pessoa do mal total só porque venho aqui nesse humilde blog e comento meu desapontamento com alguma coisa.
Putz gente, taqueo viu...