Ligo pra minha mãe uma vez por mês, antes era mais frequente, mas de 2 ou 3 anos pra cá, sempre que ligo é aquela reclamação toda, aquele borocoxô, e eu não tenho saco e também não quero ficar esquentando com coisas que são 33% exagero dela, 33% coisas que eu não posso resolver, e 33% coisas que eu posso aconselhar, mas ela não ouve.
Minha mãe encasquetou que “remédios não são de Deus”. Não me perguntem porquê, não somos católicos, nem crentes, e o que tem Deus a ver com o remédio. Há anos já que minha mãe vive mudando as doses dos remédios que os médicos dela prescrevem, e claro que está sempre com dor, choramingando.
No ano passado eu estava tendo váááárias crises de dumping. Era só comer qualquer açúcar ou carboidrato, passava ultra mal. O tratamento é controlar com dieta ou com remédios. Evitei o remédio por duas razões, a primeira é que eu não queria ir à médica de família pedir, a segunda é que o remédio é meio pesadão pro fígado. Controlei bem por vários meses, e finalmente cedi e como achei o remédio na farmácia daqui ( Pantoprazol ), fiz o tratamento com o remédio.
Como não dizer que o remédio é de Deus? Se você não é ateu, há de acreditar que foi inspiração divina criar algo que te livre, tão rápido, de tamanho incômodo. Fiz apenas duas semanas de tratamento, como prescreve a bula, e inacreditável, posso comer o que for! Clááááro que é péssimo pro regime, mas gente, o alívio que é ir a um almoço de negócios – como o que tive ontem – onde só tem sanduíches e pastas, e poder comer sem medo de terminar a reunião desmaiada ou tremendo e babando no chão!
Só sei que semana passada falei com a minha mãe e ela veio de mimimi, eu só falei pra ela: ó, se você não tá tomando o remédio, é porque não tá doendo. Quando tá doendo, ou a gente tá passando mal de verdade, a gente tá pouco aí se o remédio é de deus, se é do capiroto, se é feito pelo próprio malufão em pessoa ( disseram-me que o malufão é pior que o capiroto ), se cura a maladia, tá valendo.
Uma das coisas difíceis de se morar tão longe da família é que em um ponto do caminho, colocam uma bifurcação na sua vida, e sua vida e a da família seguem rumos muito diferentes. Lá no Brasil não entendem o contexto daqui ( como assim não tem quem estuque a parede, como assim não encontra empregada? ), e a gente não tá acompanhando o que está se passando por lá. E ficamos assim, uma ligação com ruído na linha.
Só sei de uma coisa, por causa da carestia ( ó que palavra de tia véia ) no Brasil e a vontade zero de ouvir os mimimis da minha mãe, acabei decidindo por não ir ao Brasil nesse fim de ano. Comemoraremos nossos 10 anos de casados com um tour pela Tailândia ( vamos para Bangkok, Koh Samui e Krabi ). Mas… acabei de ver a foto do meu novo sobrinho-cão Loopy ( postei no Facebook, vão ver que lindeza ) e agora estou morrendo de vontade de conhecê-lo e passar alguns dias na farra com a família. No ano passado, pelo passamento do Bono, estavam todos tristes, esse ano a alegria voltará àquela casa!
Ai ai ai, comecei falando coisa ruim e terminei com coisas ótimas, a alegria que um bichinho traz a qualquer lar.
Quando será que eu vou adotar meu chiuahua, hein?
2 comentários:
Você vai amar Tailandia... Só se prepara pq vai estar QUENTE e LOTADO. Mas comer um delicioso seafood padthai por 2 dolares em qualquer esquina não tem preço... ;)
Não achei a foto do Loopy.... Queria muito ver! Beijocas
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