segunda-feira, agosto 13

Não, não é normal. Ponto.

A Liliane deixou um comentário sobre o post anterior, dizendo que achou minha opinião sobre "hook suspension" uma visão preconceituosa de quem curte BDSM. Normalmente, quando alguém deixa no comentário uma critica construtiva, eu penso bastante sobre o assunto, examino o ponto de vista de quem leu meu texto, e muita, mas muitas vezes mesmo, minha opinião se não é mudada, pelo menos acaba influenciada pelo ponto de vista daquele leitor.

Nesse caso foi o primeiro que eu não precisei pensar um segundo. E com todo o respeito, Liliane, seu comentário prova um pouco minha teoria, de que hoje queremos ser tão politicamente corretos, modernos e pra frentex, que acabamos sim perdendo noção do que é normal ou não.

Não me atrai nem incomoda essa modinha BDSM toda. 50, 100 ou 150 shades of grey pouco me importam. E também não acho anormal. Sabe o que eu acho absolutamente fora do normal? Isso aqui ó:

( por favor, não abram o link se vocês se impressionarem com imagens fortes - tô me sentindo o Silvio Santos agora )

Hook Suspension 178

Hook Suspension Gallery

Então, se minha sobrinha vier me pedir minha opinião, vou dizer que não entendo, não acho normal, acho perigoso - inflamação, infecção, contaminação se várias pessoas usarem os mesmos hooks sem limpá-los, as cicatrizes... E que na minha opinião essas pessoas precisam de tratamento psiquiátrico.

Adoraria saber o que os demais leitores pensam sobre o assunto.

16 comentários:

Valery disse...

Adriana, concordo com voce. Acho um horror, coisa de gente com mente deturpada, pra mim normal não é de jeito nenhum. E tem mais, também não curto nada os ditos esportes radicais, aqueles em que o risco é grande e o erro fatal. Acho muita bobagem colocar a vida em risco só pra "sentir a emoção do momento" ah poupe-me, vivemos no dia-a-dia cercados de riscos que não podemos evitar, acidentes, balas perdidas,doenças graves, e ainda vamos pular de pontes amarrados numa corda, rasgar nossa pele, fazer mil furos e etc, pra mim é ignorância. Não concordo mesmo. Um abraço.

Liliane Gusmao disse...

Adriana,
A minha, opinião vc ja sabe e continua a mesma. Dar informações, sobre perigos e consequencias é uma coisa, dizer que não é normal, que é anormal, é preconceito. Voce, a moça que postou acima, eu não curto. Mas daí a dizer que é anormal, dizer que quem gosta é doente ou tem um desvio mental, tem uma enorme diferença.

pacamanca disse...

Concordo plenamente com você, Dri. Aliás, concordo com a Valery também.

Adriana disse...

Também concordo com a Valery. Ela explicou exatamente o que eu penso a respeito dos esportes radicais.

Adriana disse...

Também concordo com a Valery. Ela explicou exatamente o que eu penso a respeito dos esportes radicais.

Leonardo disse...

Acho que muitos confundem uma opinião diferente das deles como preconceito. Eu particularmente acho que cada um apenas tenta ser feliz da forma que pensa que é o certo. Alguns acham que será feliz chamando atenção de todos a sua volta se pendurando por ai em correntes. Outros chamando atenção dos outros escrevendo em blogs. Todos no fim só querem uma coisa... um pouco de atenção das outras pessoas... Mas acho que os pais podem orientar eles a fazerem isso do mais mais saudável...escrevendo num blog.

Juliette disse...


Normal e equilibradas estas pessoas nao são mesmo.

Juliette disse...


Normal e equilibradas estas pessoas nao são mesmo.

Kenia Mello disse...

Autoflagelação não é esporte, é distúrbio de conduta. Desde quando se ater aos fatos é emitir um discurso preconceituoso?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoflagela%C3%A7%C3%A3o

Agora, é maior de idade e quer fazer? Faça, mesmo sabendo dos riscos (se cortar e sangrar é nada), bom é quando não basta e nego parte pro suicídio...

M. disse...

Adriana,
embora leia o seu blog há muitos anos, este é o meu primeiro comentário.
Como você, sou uma brasileira morando fora do Brasil. Seus posts já provocaram em mim todo o tipo de reação, do silencioso apoio incondicional à silenciosa irritação profunda.
Dito isso: desta vez, você tem toda a razão. E ainda que “hook suspension” fosse a regra e vivêssemos todos dependurados, assim como quem não quer nada, você ainda teria o direito de não curtir esse tipo de prática. Needless to say, o blog é seu e você não está pregando nem a superioridade, nem o extermínio de grupo nenhum.
Tenho a impressão de que estamos vivendo tempos de um relativismo sem limites. Eu acho “hook suspension” abominável. Mas há quem curta comer cocô, fazer sexo com crianças, animais e cadáveres (quiçá, com todos ao mesmo tempo) e ache que mutilação genital seja culturalmente justificável. Experimente escrever que acha nojento comer meleca. Vai aparecer alguém dizendo que isso é preconceituoso e que há quem se alimente exclusivamente de meleca desde sempre, que meleca é uma fonte inesgotável de proteína etc. Chega, caramba. Fala sério.
Abraço,
Anônima

Liliane Gusmao disse...

Olha, sinceramente esse é o meu último comentário aqui. O que pelo que eu vi vai ser um alívio, para mim e para voces.
Primeiro uma retificação conversei com uma amiga que pratica BDSM e ela me disse que Hook suspension não é BDSM mas geralmente quem pratica curte BDSM.
Outra coisa, em momento algum disse que isso é bom ou ruim, apenas disse que não é anormal, nem doença, nem errado. Pois fazê-lo é sim preconceito. Preconceituos@, como aparentemente alguns aqui pensam, não é apenas quem discursa pelo sumiço e extermínio de parte da população discriminada. É também diminuir e desfazer de práticas com as quais a pessoa não concorda.
Cada um faz de sua vida o que melhor aprouver e se alguém não se interessa pelo tipo de atividade que não a pratique, mas por favor não emitam seus julgamentos sobre quem o faz. Pois isso é preconceito puro e simples.
E como já disse antes reitero mais uma vez quem pratica BDSM ou hook suspension não é doente por mais mal estar que a imagem possa lhe causar isso não é doença, nem desvio mental.
Mas considerando que o sexo oral e homossexualidade ainda eram consideradas desvios de comportamento e doença há 50 anos atrás nada mais natural que as pessoas preconceituosas que compõem a nossa sociedade ainda achem hoje em dia que as coisas que não entendem ou apreciem só possam ser consideradas doenças e anormalidade. E sem falar da transsexualidade que ainda hoje é considerada como doença deixando à margem da sociedade um contingente de pessoas que não se enquadram nesse binarismo de certo e errado, macho e fêmea designado pela anatomia genital e pela nossa sociedade patologizantemente preconceituosa.
Embora vocês não curtam ou achem que é modinha, a realidade não é preta e branca os tons de cinza existem e tem quem os curta. Essas pessoas, elas não são, em nada, melhores ou piores que vocês.

Kenia Mello disse...

É muita falta de coerência argumentativa querer equiparar sexualidade com autoflagelação, viu? Melhor sair mesmo da discussão pra não passar vexame...

Sheila disse...

Interessante ler os comentários das suas leitoras, adriana. Afinal, cada um tem direito de ter uma opinião. Não vejo mal algum nisso.

Agora , para sabermos se existe preconceito ao achar que pendurar-se em garras é anormal, tinhamos que saber o que é um preconceito. Complicado...mas eu pessoalmente, não enxergo isso como preconceito. Não é normal pendurar-se em argolas...não é normal se autoflagelar. E achar que não é normal é ter preconceito??

Enfim, cada um cuida de si como acha que deve, mas que não é normal, isso não é...

Sheila disse...

Ai ai ai...desculpe pelo Adriana com a minusculo...erro ao teclar.

Daniela Santos-Hansen disse...

Faço minhas as palavras da Kenia e da Sheila.

E.. Leonardo onde e desde qdo a DOR traz felicidade? Para mim quem só se sente feliz ou realizado com qualquer tipo de sofrimento não é normal não...

Monica Peres disse...

Então ...
Opinião é que nem umbigo, cada um tem o seu e na maioria das vezes não deve de sair de dentro da roupa.
Opinião é um direito (?obrigação) de todos, mas tem coisa que não vale a pena.
Fecha o ziper da calça e cobre com a camiseta, sefazfavor.