segunda-feira, março 12

Foi, é e será

Quando tenho um tempinho, gosto de vir aqui e abrir um arquivo do mesmo dia de um ano longínquo. Me dá alento ver que alguns problemas que eu tinha foram resolvidos, muitas pendengas na cachola se tornaram menos pendengas, muito do que eu achei que fosse ser impossível, hoje é realidade.

Estava lendo um post de alguns meses atrás da Adriana, onde ela fala da preocupação em voltar ao Brasil depois de tantos anos e o povo criticá-la pelo peso ganho. Quando li esse post dela pensei: que bobeira se preocupar com os outros, ninguém paga as contas dela… mas cá estou eu, lendo um post de 2004 onde eu exponho a mesmíssima insegurança.

Ter um diário, como é esse blog, é a melhor forma de acompanhar seu próprio desenvolvimento ao longo dos anos. Diria que 90% do que escrevi ali já não me recordo mais e estaria perdido se não fosse o blog.

Hoje me perguntaram qual foi minha melhor supresa no lado positivo e no lado negativo dessa “empreitada”. Sem pensar muito, porque se eu pensar provavelmente mudarei de idéia, a positiva é ter conseguido avançar na minha carreira de forma que não sei se teria conseguido no Brasil, visto que lá nem sempre só trabalho árduo é suficiente ( e eu não tinha parente nenhum na empresa, nem amiguinho e nunca fui muito boa com a propaganda-pessoal ). E a supresa negativa é que por estar sem família por aqui, nem empregada, nem suporte familiar, nunca tenha me animado a ter filhos, ou pelo menos um. Estivesse eu no Brasil, com minha família por perto e empregada pra dar um apoio, mesmo o marido sendo meio averso à idéia ( hoje ele é meio averso, já foi completamente averso ), teria tentado. E talvez tivesse um bacurinho bochechudo de olhinhos azuis me azucrinando hoje ( e com certeza eu acharia maravilhoso ).

Qual foi o meu maior desenvolvimento pessoal? Foi ter dado o primeiro passo na auto-aceitação, foi começar a me perdoar por esse pecado inominável que é ser gorda. A distância da minha mãe ajudou ( e tem ajudado ) imensamente. Semana passada conversei com a minha cunhada, que também é gordinha ( mas inteirona pra quem teve 4 filhos!! ) e agora é ela que convive com as agruras de ter uma pessoa que odeia gordos por perto. Muito obrigada meu Deus, por esse bálsamo aliviante que se chama oceano atlântico entre nós!

O que me falta? Perder sete quilos e comprar um chiuaua. Daí, tô feliz. Mesmo.

2 comentários:

Alice disse...

Chiuaua!????????

Wilma disse...

Ter blog e fazer uma retrospectiva é meu exercício também. Você foi umas das primeiras blogueiras (+5anos) que passei a ler e até hoje estou por aqui, e mesmo virtualmente vejo que mudou bastante pra melhor. Gosto muito do seu jeito sincero de dessecar(?) certos assuntos.