Hoje, por algum motivo, me deu uma saudade imensa do meu TaaiTaai.
Ontem falei com uma prima no Brasil que perdeu o cachorrinho dela em março, ele morreu de causas naturais aos 15 anos de idade. A família tem sofrido bastante, e assim como eu farei em breve, adotaram mais um bichinho. O problema é que ela e o marido estão tendo problemas em aceitar o cãozinho, tão diferente do anterior. Nós em casa já adoramos a nossa gatucha, enxoval da bichinha tá quase pronto.
Sabem, eu sou infinitamente grata aos dias que eu tive com o TaaiTaai. Ele foi um gatinho muito amado, muito querido. Eu tive o privilégio de ajudá-lo quando ele ficou doente, tive a felicidade de vê-lo ficar melhor, aprendi que “it is not over until it is over”. Até na morte dele ele está me ensinando. Me ensinando que não importa a gente querer segurar, querer ter de volta, querer mudar o imutável, na morte não se dá um jeito, não há dinheiro que evite, não há reza que ajude. E um potinho de cinzas, é só um potinho de cinzas. Que uma lápide é só uma lápide, onde se vai para resgatar memórias, e memórias a gente a gente mantém conosco, sempre.
Não consigo imaginar a dor de quem perde um filho. Não consigo.
4 comentários:
Oh, Adriana, às vezes a gente sente muita saudade, mesmo, mas, como você disse, não dá para voltar, há que pensar que se fez o possível para aliviar o sofrimento do animalzinho, e isso eu fiz com a minha Diana e você fez com o Taaitaai (é assim que se escreve?) Beijos.
Oh, Adriana, às vezes a gente sente muita saudade, mesmo, mas, como você disse, não dá para voltar, há que pensar que se fez o possível para aliviar o sofrimento do animalzinho, e isso eu fiz com a minha Diana e você fez com o Taaitaai (é assim que se escreve?) Beijos.
"Não ter medo de continuar amando filhos, companheiros, pessoas que
permanecem conosco, enfrentar o grande risco de “amar-e-perder”, é outro desafio que a ausência doída, e sempre presente, nos faz.
Uma “ausência presente” parece um paradoxo. Lacan já dizia que a ausência só acontece se ali, antes, houve uma presença. É a presença de filhos, esposo ou esposa, pai
ou mãe que partiram que continuará dando sentido à vida – o amor por eles há de ser positivo, feito de lembranças que convém conservar, sabendo-se que a vida continua ...
Há pessoas que evitam lugares onde as grandes perdas ocorreram – “não vou mais à praia”, “nunca mais vou encarar uma viagem de carro”.
Interromper a vida é negar o bem que nos foi dado. Quem tem um “para que” viver, suportará as condições mais difíceis. Se isso aconteceu em campos de concentração, poderemos ir em frente, carregando a ausência-presença que é memória, saudade, o que deu sentido à vida e... continua dando.
Transformar o ausente, em uma presença viva que nos torna melhores, mais amigos, mais solidários... isso dá sentido à vida que permanece.
Bem dizia Saint’Exupéry: “o que dá sentido à vida, dá sentido à morte”.
Dupla é a nossa missão, diante de perdas irreparáveis: manter o sentido de nossa própria vida (amando e trabalhado por um projeto) e também dar sentido à vida que se foi, interrompida mas conservada na grandeza, no drama, no amor que transcende qualquer
circunstância."
E A VIDA CONTINUA
Leticia Barreto (1939-2005), minha mãe que eu perdi.
Alice, fique emocionada com as sua palavras.
Também perdi minha mãe, em Junho/2012, como dói...
É um esforço colossal não me deixar assombrar pelo que perdi, e, sim, permitir-me ancantar pelo que se foi.
Amo-te Mãe!
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