segunda-feira, agosto 8

Quem vê cara...

No mês passado, nós os novos gerentes do departamento tivemos um curso direcionado à avaliação e gerenciamento de pessoas. Esse ano nós passaremos a ser responsáveis pela avaliação de performance dos nossos funcionários, o que determinará o aumento salarial deles.

No curso "ensinam" que a gente não pode incluir na avaliação pontos subjetivos como aparência física, religião, idade e modo de vestir. O modo de vestir deu discussão porque nós somos a cara da empresa pro nosso fornecedor, pega mal o comprador ir lá molambento falar com o vendedor.

Eu acho dificílimo ser 100% objetiva.

Eu já disse aqui que o OldFart fez dieta e emagreceu. Ele diz que foi 25 "pounds" mas eu sei lá, não parece. E ele queria que o povo ficasse comentando e dando parabéns, mas holandês não é de ficar babando ovo de ninguém. Há já algumas semanas ele vem com cinto na calça e suspensório, ridículo, e quando alguém comenta ele diz "é que eu emagreci tanto que só o cinto não segura as calças". Hoje um colega disse: ei OldFart, porque você não aproveita a liquidação pra comprar calças novas? Eu tenho que me repetir mil vezes: ponto subjetivo… ponto subjetivo… ponto subjetivo…

Mas não adianta, eu não gosto do cara e ele não gosta de mim. Após o anúncio hoje de que eu estaria fazendo a avaliação dos meus funcionários, ele nada discretamente perguntou: mas você não vai pro projeto brasileiro? Vocês precisam ver a cara dele quando eu respondi "não". E depois eu o vi comentando com um colega que "sou mesmo azarado, a única brasileira da empresa e ela vai ficar aqui pra gerenciar o grupo e não no projeto brasileiro".

Eu fico me perguntando mil vezes se é injusto essa relutância que eu tenho em trabalhar com o fulano, e eu cheguei a conclusão de que ele só vai mudar se eu, ao invés de ficar puta da vida com ele mas engolir, discutir os problemas diretamente. Por exemplo, hoje foi o dia de volta das férias, eram 11 da manhã e ninguém sabia do paradeiro do véio, todo mundo procurando. Eu mandei um SMS e nada. Ele foi aparecer meio-dia, disse que chegou de viagem muito tarde ontem e que resolveu tirar meio-dia off, agora me digam, vocês não ligariam pra pelo menos avisar? Ou mandariam um e-mail, SMS? Eu tenho agora que sentar com ele e dizer que todos nós temos a liberdade de tirar um dia off, mas que temos TODOS, até nosso diretor, a obrigação de avisar nosso superior. É verdade ou não é? Sério, eu me sinto mãe de um adolescente revoltadinho. Vou mudar o codinome dele de OldFart pra Kabauter ( anão de jardim ).

1 comentários:

Eliana disse...

Mas que cara chato! Vc deveria ter respondido com outra pergunta: Por que eu deveria ir para o projeto no Brasil? Só porque eu sou brasileira? Só pra ver o que ele respondia e vc não teria que responder. A impressão que dá é a que ele te testa e desafia. Esta de não aparecer sem avisar, quando deveria estar na empresa, com certeza não é ponto subjetivo! Boa sorte.