domingo, dezembro 28

De Holambra

Minhas férias estão chegando ao fim. Vontade zero de voltar. Brasil está meio que flutuando no castelo de nuvens de que a crise não vai chegar aqui, o ambiente está leve e todos estão felizes. E comprando muito. Talvez a crise não chegue mesmo.

Estamos relaxando muito, comida boa, piscina, shopping gigantesco ( Parque D. Pedro em Campinas ). O Natal foi ótimo, apenas a família mais imediata.

Hoje vou ao mercado fazer as comprinhas para a mala: feijão, trigo, remédios, e havaianinhas, dessa vez com jóias de strass nas alças. Ai ai.

Na volta tenho muito que contar, mas por hora vou parando.

Fui!

quinta-feira, dezembro 18

De Salvador

Estou em Salvador, já é de noitinha e fizemos uma verdadeira maratona. Desta vez, estou conhecendo o lugar com uma soteropolitana "da gema" e não sei se é isso, ou se é a cidade que é legal mesmo, mas já decretei que moraria aqui numa boa. Mesmo. E tem mais, agora entendo a amiga que tanto sente falta da terra dela, afinal, se eu sinto falta de SBC ( que é feia pacas ), imagina se eu viesse de uma terra ensolarada com mar verdinho? Quando voltar dividirei umas caraminholas da minha cabeça com vocês, mas a pergunta que não quer calar é: como aguentarei outros 28 anos de Holanda ( até minha aposentadoria ), vendo lugares tão legais para se morar?

Enquanto isso, nossa estadia no Iberostar se aproxima do final. Sinceramente, pra nós, ratões de praia, 7 dias teriam sido pouco, os 14 serão na medida, mas é mesmo para quem quer descansar, aproveitar o resort. Fomos fazer um passeio de quadriciclo pela Reserva de Sapiranga, que foi ótimo. Fizemos também mergulho de snorkel na vila da Praia do Forte, próximo ao Projeto Tamar, e foi o melhor mergulho que fizemos no Brasil, a variedade marinha é bem grande. Mas fora isso, muita piscina, praia, e comida-comida-comida. Acarajé, moqueca, tapioca, água de côco, caipirinha de caju, pudim de tapioca, e até queijo parmesão italiano original pra saciar meu vício. A pança nem balança mais, ela ginga, suinga, lambadeia. Adivinha meu pedido na hora da fitinha do Nosso senhor do Bonfim?

Estou indo de volta pra SP ansiosa para ver meu irmão, sobrinhos e o resto da família, mas também triste de deixar uma terra tão legal, sem saber quando volto.

Estamos eu e o Bart curtindo essa nossa noite em Salvador, em companhia fantástica, que foi com certeza a razão principal de gostarmos tanto daqui. A todos aqueles que tiveram uma impressão diferente de Salvador, helaas... faltou-lhes uma anfitriã como a minha. Um dia, quem sabe venho no carnaval? Ho ho ho, é bom eu começar a ir treinando desde agora. Já me deram a dica do hotel favorito de muita gente, especialmente no carnaval: pousada Marcos. Vou até ver se consta no tripadvisor. He he he.

Bom, agora, só mesmo de Holambra.

Fui!

sexta-feira, dezembro 12

Da Praia do Forte

Estamos aqui, na Bahia!

O vôo da KLM foi melhor do que eu esperava. O novo avião tem cadeiras com mais espaço para as pernas, a comida agora é Conimex, e as toalhinhas umidecidas e o sabonete líquido são da Ritual, que eu amo. A poltrona do meu lado foi vazia, e uma menina esquisitíssima foi na janela. No geral, bom vôo, vale a pena os tostões a mais.

Chegando em SP, que bom ver minha amiga Fê, minha mãe, a Thali... No shopping tudo mais caro do que da última vez, mas menos do que eu esperava. Me assustaram tanto que eu já fui preparada para um assalto à mão armada. Compramos camisetas da Scene por 36 reais, havaianinhas por 23 reais, short para o Bart da Mizuno por 49 reais. Se converter em euros nem é tão terrível.

Chegamos na Bahia acabadésimos, nos arrastando. O hotel é ótimo, nos deram um quarto muito, muito bom. Estamos de frente para o mar, com um coqueiral na frente, o barulho das ondas, mais o barulho das folhas dos coqueiros à noite é super relaxante. Essa noite dormimos de janelão aberto, está fresquinho. O sol apareceu forte hoje, estava meio nublado, e com protetor 50, debaixo da sombra, eu me tostei, assustador! Chegamos na segunda e saímos do hotel só hoje, para vir à vilinha da Praia do Forte, que é lindinha.

Vocês sabem que eu não entendo o povo que não gosta de praia, mas confesso que dessa vez acertamos em cheio na escolha da praia. Estamos adorando! O hotel só não supera o luxuosérrimo da Praia del Carmen, mas é melhor do que todos os outros que ficamos. As instalações são ótimas, a comida muito boa, a praia bonita. Todo mundo merece uma vez na vida se dar um presente desses. Sou uma pessoa de sorte.

Agora devo voltar só lá de Holambra, não vim pra esse paraíso pra ficar mofando na internet, né?

Claudinha: tô adorando sua terra! Ah, e vou ver sua mãe antes de você!

sexta-feira, dezembro 5

Fui!

Sexta de manhã, malas quase prontas, checkada no vôo, boarding pass impresso, amanhã às 10 tô decolando.

Em casa, o banheiro ficou pronto, com vidro e móvel, e é lindo de chorar. Lindo!

Malas explodindo, alguns presentes faltando, mas essa é a vida.

Feliz Sinter Klas pros que ficam, da terrinha mando notícias.

terça-feira, dezembro 2

Skipping Christmas

Teoria Adrianal de Logística Holandesa: a incompetência logística desse povo é incomparável. Ou não?

Holandeses comemoram o Sinter Klas, dia 5 de Dezembro, como nós comemoramos o Natal. O país está ( como todos os anos ) em polvorosa comprando presentes. Perguntas que não querem calar e que provam como o povo daqui é logisticamente anta:

- Letras de Chocolate: todos os anos sobram M, R, e T; sempre faltam F, B e A. Quando é que alguma empresa um pouco mais esperta vai contratar um estagiário estrangeiro pra fazer a estatística anual e bolar um programinha que produz as letras na proporção correta? Hein?

- Roupas: as araras estão lotadas de 34, 36 e 38 que ninguém quer, não se acha nada nos tamanhos maiores, e um 46 é milagre de Nossa Senhora. Quando é que vão contratar um estagiário estrangeiro pra bolar um programinha que produza roupas nos tamanhos proporcionais à demanda? Hein?

- Sapatos: me irrita o sistema dos vendedores brasileiros, que se você pede a sapatinha da ivete preta 39 e não tem, chegam com 20 caixas de produtos semelhantes, de outra cor, de outro número, de outro modelo, de outra marca. Mas aqui, você pede o tênis preto de vírgula fúcsia da Nike tamanho 43, o carinha vai láááááá no estoque e volta de mãos vazias: não tem. Aí você pergunta: não tem algo parecido? Ele responde: claro que tem! E te aponta a parede enorme com 348 modelos diferentes e 235 clientes se estapeando em frente aos displays. Quando é que vão contratar um estagiário estrangeiro pra treinar esse povo e ensinar a velha técnica do "empurra o que tem?". Hein?

- Presentinhos básicos: quando a grana e criatividade tá curta, Zé Mané vai no Boticário, pede uma caixa lindinha vazia e "enche" com os produtos que gosta e pode pagar. Aqui eles fazem umas caixas "pre-montadas" com um monte de bombom de alixe. Aí Hans Maneh quer uma caixa com gel de banho, hidratante corporal e brilho labial, mas só tem com gel, shampoo, hidratante. Aí Hans Maneh quer adicionar o condicionador mas não cabe. Quando é que vão contratar um estagiário estrangeiro para apresentar o conceito para as "Kruidvat" da vida? Hein?

- Pacoteeenhos: muito mais prático levar os presentes já embaladinhos pra casa. No Brasil, lojista esperto já faz mil embalagens pré-prontas, sacos de papel, caixas, ou então colocam um serviço de empacotamento tabajara lááááá no fundo da loja. Aqui, porque somos todos cornos, é o caixa que embala! E aí você quer só pagar seu remédio para hemorróidas e ir pra casa, mas tem aquela fila enoooooorme de tias-véias esperando cada um dos pacotinhos de bala de € 1.99 serem embalados. Quando é que vão contratar um estagiário brasileiro para fazer planejamento de embalagens eficientes nessa terra? Hein?

Isso sem falar em assuntos não logísticos que também irritam essa que vos fala. Quem foi que disse que TODA embalagem de presente tem que ter aquele Papai Noel falsificado e esquálido, cheio de negrinhos trabalhando pra ele ( olha a mensagem politicamente incorreta aí )? Pô, pelo menos uma embalagenzinha neutra pros não-praticantes, all right? Você precisa ir, nessa época, às compras com seus 8 filhos, 3 carrinhos ( ões ) Bugaboos Intergaláticos, o cachorro na coleira, e sua Maxi-bolsa LV falsificada? A creonça não tem pai, tio, vizinho, e em último caso, Dormonid pra ficar em casa e não encher o saco dos demais? Minha mãe NUNCA me levou fazer compras de Natal, eu SEMPRE ficava em casa com a minha avó, so WTF? Você tem que falar no celular, óquei, o marido ficou em casa pra cuidar da creonça ( muito bem! ) e tem que te dar a aprovação pro presente mais caro do Zézinho, mas precisa berrar tão alto ao celular?

Passar pela loucura pré-natalina duas vezes ao ano ninguém merece. Uma antes do 5 de Dezembro aqui na Holanda, outra antes do 25 de Dezembro no Brasil. Só comendo muito Chocottone pra aguentar mesmo...

segunda-feira, dezembro 1

Os macaquinhos

"Numa floresta africana apareceu um caçador procurando macaquinhos, e ofereceu para os nativos de uma pequena tribo 5 dólares por cada macaquinho que eles trouxessem.

A tribo toda saiu catando os macaquinhos e logo o caçador tinha uma enorme jaula com 50 macaquinhos e a tribo tinha 250 dolares para trocar pelo que quer que fosse.

Um mês depois, volta o caçador, dessa vez pagando 10 dólares por macaco, e a tribo novamente se coloca em polvorosa para catar macaquinhos. E lá se vai o caçador embora com mais 50 macacos, deixando 500 doletas na tribo.

E a operação se repete até que os macaquinhos estajam praticamente sumidos, e seu preço tenha atingido a casa dos 50 doletas por macaco. Uma loucura. E aí vocês sabem, falta de macaco na praça, os que aparecem atingem logo o preço de 100 doletas. Isso mesmo, o caçador agora paga 100 doletas por macaco, 100% de inflação macacal. E ocupado que é, o caçador deixa o auxiliar dele para negociar a próxima safra.

O auxiliar, espertíssimo, logo propõe para o chefe da tribo: vendo os macacos pra você por 75 doletas, você vende do volta pro caçador por 100, assim você embolsa 25 sem esforço, e eu outros 25. Negocião da China. O cacique mais que rápido aceita.

Macacos comprados pela tribo, jaula pra tudo que é lado, barulho insuportável, nem um dólar nas bolsas e empréstimo contraído com a tribo do lado, o cacique espera ansiosamente pelo auxiliar no dia seguinte. O auxiliar nunca mais é visto."

Então, é isso que estamos vivendo. Pra mim, o auxiliar e o caçador são os ricaços ár@bes, que já estão se preparando para cair de boca nas empresas que estão pedindo arrocho. E diziam que o Mandarin vai ser a língua desse século, escrevam aí: vai ser o ár@be. O povo aqui diz que eu tenho mania de conspirações malucas, mas não tenho não, só me pergunto, que nem a Gal Costa: onde está o dinheiro, o gato comeu, o gato comeu, e ninguém viu!

Minha empresa acaba de anunciar que fecha a produção não por duas, mas por 4 semanas diretas. Já imaginaram? Uma empresa desse porte 1 mês inteiro sem produzir.

Enquanto isso, no Brasil, o povo diz que a crise ainda não chegou tão feia. Não sei se não chegou mesmo ou se brasileiro tá tão acostumado com crise que nem nota que essa tem tudo pra ser a crise do século. E como tudo tem seu lado bom ( menos o LP do Frans Bauer e do Guilherme Arantes ), eurecas na casa dos 3 contos. Nem sei mais se isso é bom ou mau.

Senhor nos ilumine.