segunda-feira, novembro 29

Neve no fiofó dos outros é refresco

O dia começou com o que poderia ser uma sessão de tortura: o dentista. Desde os 4 anos, quando caí e assassinei os dentinhos de leite, tenho fobia de dentista. Até que achei o Dr. Peter, que é arubano e trabalha no consultório do Dr. Kho, que é chinês, todos nascidos em Breda, mas que tem essa clínica muito chique em Eindhoven. O cara é porreta, aliás, a mão dele é uma porreta na arcada dentária: o cara dá uma anestesia digna de ser televisada por toda a Europa. Amo-lho, anestesiador de primeira!

Indo para o trabalho de moteeenha, começou a nevar sal grosso. Flocão de neve é bonito de ver, é maciozinho, mas essa neve sal-grosso acaba com a cara ( e a maquiagem ) da gente. Eu tava perto da empresa e fui bravamente em frente e cheguei.

O dia se sucedeu em reuniões infames, onde não se resolve nada, e amanhã será outro repeteco. Manja quando você tem a impressão que não produziu nada?

Aí eu trabalhei até as 8 da noite, quando tentei sair tinha 20cm de neve fofinha. Lindo, mas... um sebo. Tentei ir de moteeenha, mas depois de 50 metros escorregamos, eu pulei, a moteeenha se estatelou, eu estacionei a bicha no cobertinho e liguei pro marido.

Fiquei na guarita 45 minutos, porque o marido estava ainda no trabalho e fica longe, e eu ali morgando, pelo menos tava quentinho.

Chegando em casa, já pronta pra cair no choro de desgosto, vejo meus gatuchos fofos os dois esperando a gente na janela, o entregador da Nike me deixou o papelucho de entrega da UPS, que é onde a bolsa da Kipling já está, ou seja, será uma só viagem, e eu tinha molho de tomates congelado pra fazer um macarrãozinho caseiro depois de semanas na comida congelada.

A vida até que não é tão má.

Agora vou ler noveletas debaixo do cobertor.

E pra você que acha linda as foteeenhas nevadas, digo-lhes: neve no fiofó dos outros é refresco! ( literalmente )

domingo, novembro 28

Dois posts em um

Serão dois post em um porque eu sei lá quando vou poder postar de novo, a agenda pra semana que começa está de chorar.

Compras online

Então, eis que eu decido fazer as compras esse ano online. Comprar é fácil, e a maioria dos sites está dando a entrega gratuitamente, mas essa entrega... Claro que só entregam no horário de trabalho e não entregam aos sábados, salvo a Wehkamp.

Comprei uma bolsa pra minha sobrinha e depois do entregado tentar entregar duas vezes, entrei no site da UPS e consegui avisá-los pra trazer o pacote para a central UPS mais próxima que eu irei buscar. Graças a Deus moro em Eindhoven em aqui tem central de todas as entregadoras, mas fico pensando quem mora em dorpje, o saco que deve ser.

Comprei também um tênis da Nike e estou tentando achar a entregadora, mas necas de catipiroba, terei que esperá-los vir aqui, ver qual é a empresa, pra só assim pedir para levar o pacote para a central.

E meu irmão quer ainda um netbook, e só vou colocar o pedido se eu conseguir confirmar no site que eu posso ir direto na central pegar, senão não dá tempo.

E o que me dá mais raiva é que você quer pegar o telefone e resolver a parada mas a maioria desses sites ( Kipling, Nike, Esprit ) não tem atendimento telefônico, só por e-mail.

Então, frustrada com o serviço das online, arregacei as mangas ( mentira, tá -2 graus e só louco arregaça as mangas ), e fui à luta.

Comprei tudo o que precisava? Acho que sim, e mais do que precisava, mas foram 3 dias de intenso labutar, e eu estou me arrastando. Não descansei nada! Fora que aqui não tem shopping como em SP, então é tudo no frio! Imaginem que hoje estava zero graus quando eu fui pro centro, e eu precisava dos presentes "pequenos", aqueles ao redor dos 10 euros, que estão, infalivelmente, nas lojas mais lotadas, porque holandês só dá presente nesse range.

Com isso, minha criatividade "presentística" caiu ao zero: comprei a mesma calça jeans para mim, para a minha mãe e para a minha cunhada, comprei a mesma blusinha de malha para uma tia e duas primas, comprei um colarzinho e brinco combinando para outras duas tias e uma prima. Para o meu afilhado, todos os anos acabo comprando um boné, nesse ano será o mesmo, porque a energia para ir até a Bijenkorf acabou na metade do caminho.

Só quero ver achar lugar pra colocar tudo isso!

O PERRENGUE NO TRABALHO

Sexta-feira tivemos um curso de Staff, só os gerentes e diretores. A proposta era: em 2015 minha empresa será assim... Discutimos e descrevemos como seria a empresa "dos nossos sonhos" em 2015 e as ações para chegar lá.

Na parte de tarde fomos divididos em grupos, e eu caí no grupo do diretorzão. Nosso grupo pegou o assunto "people" no sorteio.

Estávamos lá na sala do diretorzão fazendo nosso assignment e uma das perguntas era: qual o split ideal entre mulheres e homens no departamento em 2015? A empresa estará contratando mais mulheres? ( é notório o ínfimo número de mulheres trabalhando na empresa toda ).

Ele olhou para mim e perguntou: Adriana, vc é a única mulher do grupo, o que você acha?

E eu fui sincera. Disse que o xis da questão não parece ser nem a gravidez e licença maternidade, mas sim o fato de praticamente 100% da população feminina holandesa achar que se ela não ficar em casa pelo menos um dia por semana, que o filho vai ter sérios problemas no futuro. Disse que eu realmente não vejo como o nosso trabalho possa ser feito em 4 dias por semana, mesmo porque qualquer emergência que ameace parar a linha de produção acaba na mão do comprador, então o risco que a empresa corre se aquela pessoa não estiver disponível é bastante grande. Disse que eu deixaria bem claro para candidatas de sexo feminino que o cargo não tem possibilidades de meio período / um dia a menos; e esperaria que elas fizessem sua escolha. Na verdade, a impossibilidade de trabalhar um dia a menos vale para ambos os sexos, mas embora o número de homens trabalhando um dia a menos esteja crescendo, comparado com o número de mulheres, ainda é ínfimo.

Ele me chamou num canto e me pediu para que eu explicasse esse ponto, porque ele é de mesma opinião mas não pode se manifestar. Eu fiquei confusa, mas ele me pediu... Temos duas mulheres diretoras, e elas não gostaram nada do que eu falei, e acho que alguns outros diretores também não, mas é minha opinião como indivíduo, fazer o que?

Não houve tempo para debates, réplicas ou tréplicas, mas depois vieram me falar que é ilegal dizer para um candidato que o emprego não permite part-time, e que se um funcionário requerer o part-time, é ilegal negar. Será? Eu já ouvi de tanta gente que quis negociar com a empresa ao ter filhos e não conseguir. Só sei que eu precido URGENTEMENTE de um treinamento sobre o que se pode falar ou não numa entrevista na Holanda, porque já comecei a entrevistar candidatos para o meu grupo e fico sempre na ultra-dúvida.

Mas eu acho sim que ambas as partes, empresa e funcionário, se beneficiariam de um pouco de honestidade. A empresa em não esconder as possibilidades do candidato ( isso envolve também não prometer celulares, viagens, laptops de última geração se você não pode depois dar ), o candidato em não esconder seu planos pessoais ( a mulher que quer ter filhos, o rapaz que quer tirar um sabatical para ser voluntário na Africa, o OldFart que gosta de viajar a trabalho e odeia sentar a bunda na cadeira do escritório ).

Aí a empresa fica achando o funcionário um "folgado" porque ele quer o celular prometido ou as mil viagens a negócios; e o funcionário fica "p" quando o part-time é negado ou o sabátical. E o governo inventar leis para fazer a empresa cumprir um papel social que cabe a ele é burrice, porque a empresa tem mil estratégias para manipular o funcionário, vide a colega que queria trabalhar só 3 dias por semana e depois de ser colocada num dos piores departamentos da empresa pediu as contas.

Agora me vou, tentar descansar um pouco nesse resto de findi, e começar a arrumar a mala.

quarta-feira, novembro 24

Whadda "beep"?


Quem odeia fazer as compras de lembrancinhas quando vai pro Brasil põe o dedo aqui!

Engraçado é que o povo tem vergonha de dizer: já que você vai me trazer um presente mesmo, me traga X. Meu irmão fica inventando desculpinhas, e eu deixo, porque eu me divirto vendo as grandes elaborações dele. Mas ó, que prático o povo te falar o que quer. Minha sobrinha queria uma bolsa Kipling, já comprei online, devo receber logo. O resto vou ver se compro online. Tá um frio do cão e ficar zanzando pra cima e pra baixo não traz futuro.

Mas então, tcheu contar procês do OldFart. Ontem foi o último dia do funcionário que o OldFart está substituindo. O costume aqui é o que está saindo comprar uma gebak ( torta ), a gente senta na sala do diretor e o diretor faz um discurso e dá o presente com cartão do time. Esse discurso é coisa de holandês, roteiro mais ensaiado do que a festa de aniversário onde todo mundo senta em rodinha e bebe café com gebak, o diretor fala como o funcionário começou, qual foi a primeira impressão dele na entrevista ( sempre sendo bonzinho ), fala de alguns projetos e momentos difíceis - sempre enfatizando como o funcionário em questão se deu bem, tenta engajar uma ou duas piadinhas pro povo rir, e termina agradecendo e dando o presente. Aí o funcionário "saideiro" faz o discurso final, e todo mundo sai feliz. Ontem, quando o diretor acabou, o OldFart levantou, antes do "saideiro" ter a oportunidade de agradecer, e disse que queria fazer um agradecimento especial ao rapaz, que foi o mentor dele nesses 3 meses.

Esse Old-Friggin-Fart levanta e começa: trabalho em time é importante… eu fiz parte de um time de iatismo, competi profissionalmente, ganhei 6 títulos holandeses, 2 europeus, vice mundial, velejei com o príncipe Willem Alexander, e eu fiz isso e aquilo e ganhei louvores e iata iata iata … 5 minutos depois … iata iata iata, e apesar do mundo ser um lugar melhor porque eu existo, eu tenho muito a agredecer ao meu "coach", que assim como o "Saideiro", me guiou para o meu triunfo. E deu um pacotinho pro rapaz com uma camisa do time que ele participou, detalhe: usada!

Ficou todo mundo com cara de bunda, até que um colega soltou: ei, Saideiro, você disse que ía pintar sua casa nesse fim-de-semana, ó aí, já ganhou a camisa!

Gente, me diga, como será minha avaliação anual em 2011 se eu vou ser avaliada por treinar esse trem desgovernado?

segunda-feira, novembro 22

Ah, Bebé, mamar na vaca cê num qué!


Será que fui só eu? Lá em casa eu nunca pude escolher se ía pra Universidade ou não, TINHA que ir, podia ser pra qualquer coisa que me apetecesse, não não ter curso superior não era opção.

E desde pequena fui doutrinada: você tem que ser a melhor, tem que sempre querer mais, e conforme eu fui ficando mais velha, tem que fazer um excelente estágio, tem que conseguir um emprego invejável, tem que ser bem sucedida.

Eu nem sei qual seria a reação dos meus pais se eu tivesse dito: mas eu quero só o suficiente pra comprar um carrinho, alugar um apartamentozinho, ir pra Porto Seguro com parcelamento em 10X pela CVC, e fazer minha festa de casamento no quintal de casa com lanchinho de carne-louca.

Eu acho que a possibilidade de querer menos na vida nem passava pela minha cabeça, porque eu sempre ouvi que eles faziam por nós ( eu e meu irmão ) mais do que os pais deles fizeram, portanto nós deveríamos também chegar mais longe do que eles chegaram. Querer menos nunca existiu.

Eu até preciso perguntar pro meu irmão como ele educa os filhos dele, porque se for da mesma forma que nós fomos educados, coitados dessas crianças, afinal, modéstica bem a parte, eu e meu irmão não nos demos mal na vida.

Só sei que hoje eu estava aqui na minha mesa, quase chorando de desespero, 4 da tarde e já sabendo que o dia não termina antes das 8 da noite, pensando que vou ter que comer comida congelada de novo, quando eu vi a assistente do departamento fechar a mesinha dela, desligar o computador, passar batom, e dar tchau felizinha porque hoje ela vai assistir HP com uma amiga e jantar fora. E eu brinquei: que inveja! Ela só respondeu: Adriana, é justo você ter inveja de mim, porque eu também tenho inveja de você. Você inveja eu sair todos os dias as 4, e o tempo que eu tenho pra ir ao mercado com calma, de ir pra aula de Pilates, de sair com uma amiga em qualquer dia da semana, de eu nem lembrar do meu trabalho depois que eu saio da empresa, e eu invejo você porque você não precisa economizar 2 anos, se privar de comprar roupas novas, vigiar as compras do mercado, tudo pra poder juntar dinheiro pra fazer uma viagem legal ( ela está indo pra Austrália em fevereiro ).

E eu fico pensando… Será que não tem meio-termo? Mas ué, a Holanda já é um meio termo, afinal essa colega ganha pouco mais de um salário mínimo e mora sozinha, tem seu carrinho e vai pra Austrália, quando isso será possível pra quem ganha salário mínimo no Brasil?

A verdade é que eu sou doida e o que eu quero é trabalhar 8 horas por dia, até umas 9 ainda vai, fechar minha mesa, ir fazer curso de Mindfulness porque eu tô mais que precisando, e ainda ganhar o que eu ganho.

Agora respondam aí: dá pé?

sábado, novembro 20

Cinto de inutilidades

Exite alguém que se interesse por uma abominação dessas?

Clique aqui para ver a inutilidade do século

No vídeo os cabos pra tudo que é lado


Tem quem compre?

Cadê o avião?

Todo mundo sabe da minha depressão de inverno. Acho que a cada ano que passa fica mais braba. Hoje fez um solzinho mequetrefe eu aproveitei pra ir andar no centro da cidade, ir resolver uns pepinos ( tipo tirar a carteira internacional de habilitação, que de internacional não tem nada, é toda em holandês, povo burro! ). Como o mau humor, a dor no ombro, a depressão haviam tomado conta desse ser, fui a um salão de bronzeamento artificial e fiz uma sessão de 20 minutos, que ajuda bem. Farei mais.

Estou olhando alguns sites no Brasil e ó, que vontade de mandar tudo pra pqp e sair de férias agora, viu! Comecei vendo site de sandálias, gente tantas e tão lindas! E eu quero bem no estilo 30 real: havaianas, ipanemas, azaleias e ramarins. Quero também uma mais chiquezinha pra jantarzinhos especiais, já que a gente só vai pra praia mesmo.

Daí resolvi pesquisar se tem loja de sandália em Praia do Forte, eu lembro que adoramos o comércio em Praia, mas não lembrava de ter visto sandálias. Claro que tem, e de quebra vi as foteeenhas da vilinha, que é linda de morrer. Ai, que diliça voltar pra Praia do Forte.

Cadê o avião que eu vou-me embora já, que eu não nasci pra esse frio.

Ah, antes que Alice diga que eu reclamo muito, não estou reclamando - só contando um fato.

sexta-feira, novembro 19

Harry Potter 7

Ontem assisti ao Harry Potter 7. O filme ía ser 3D, daí eu ter escolhido o Imax, mas parece que os produtores não conseguiram terminar os "efeitos" a tempo, mas como algumas das cenas foram óbviamente filmadas para dar um sustão no 3D, não duvido nada que o DVD seja lançado em Blue Ray 3D.

Outra novidade é que o filme vem com censura 12 anos, enquanto os anteriores eram censura livre. Eu não acho que uma criança de 10 anos vá se assustar com o filme, mas uma de 6 certamente vai. Fui na sessão das 18:15 ( eu estava planejando ir na das 20:30 pra evitar crianças, bebês, cabras e aliens ) e havia bastante avisos "atenção, censura 12 anos, cenas de violência e suspense", e vi que aqueles que teimaram em levar crianças menores foram avisados de que o filme é escuro e pode ser assustador. Claro que meia-duzia de espírito de porcos foram mesmo assim. Vi dois adultos saindo com crianças no meio do filme.

Quem leu o livro sabe que a primeira metade da história é tensa, só coisas ruins acontecem, que eles brigam muito por causa do horcrux no pescoço, que ficam perdidos fugindo do Voldemort pra cima e pra baixo, e tudo isso está no filme, claro, e daí o filme ser sombrio, pesado mesmo em comparação aos outros. As crianças não vão mais se identificar, porque não tem mais criança no filme, tá todo mundo adulto.

Eu gostei do filme, mas é um filme pros fãs, porque é um pedaço de uma história. Pra quem não é fã, eu diria pra esperar o próximo, assistir esse em DVD nas vésperas, e assim fica-se sabendo do fim da saga.

Para os fãs, e respondendo à pergunta que não quer calar, onde acaba esse filme? Dobbey morre, Harry está enterrando ele quando ao mesmo tempo Voldemort está violando o túmulo do Dumbledore pra pegar a Elder Wand ( como traduziram isso? ). Ele levanta a varinha, emite um raio, e tcharam, o filme acaba.

O próximo filme será gigantesco, porque o filme não acabou na metade do livro, acabou antes.

Agora é esperar Julho de 2011.

Ó céus.

quinta-feira, novembro 18

Cataploft!


Ontem um carro me cacetou dentro da ciclovia. Eu certíssima, ele erradíssimo ( dentro da ciclovia! ), fui ao chão, não me machuquei feio, a moteeenha tá inteira, mas eu tô toda dolorida, devia ter ficado em casa na banheira, mas não posso me dar a esse luxo. Cá estou eu, me arrastando.

Indo pro trabalho hoje, na mesma ciclovia, um turco que andava pela ciclovia levando o filho pra escola me xingou. Eu, novamente, certíssima na ciclovia, ele pedestre andando pela ciclovia. Estava com os pacovás na lua, lembrei que tinha um carro de polícia escolar a 10 mrts dali, dei queixa! Foram lá no senhor, que ainda estava na ciclovia, fizeram ele preencher uma ficha, perguntaram se eu queria dar queixa, eu dei! Disseram que eu vou receber o "resultado" pelo correio em casa. Ah, e o turcão vai receber uma multa!!! Ha ha ha, bem feito!

E faz um frio, um frio, um friiiiio… Estou dolorida, deprimida, atolada de trabalho, mas preciso ir ao cinema, porque ontem começou o Harry Potter 7. Estou pensando em ir na sessão das 20:30, assim a chance de ter criança, bebês, cabras e aliens no cinema é menor. Tô querendo ir no IMAX, apesar de já ter jurado minha fidelidade ao Zien ( cinema com mesinhas e garçon ).

Tomei Voltaren, paracetamol fortão, passei pomada no joelho, colei emplastro sabiá nas costas, mas ainda assim tô um caco. Só o sol da Bahia, bobó do Yemanjá e caipirinha de caju salvam.

Claudinha, sem querer te matar de inveja, mas em 16 dias eu estarei aportando na sua terra, estarei no Resortão boiando na piscina e vou dormir ouvindo os coqueiros chacoalhando em frente ao nosso quarto com vista pro mar. Na na ni náááá.

terça-feira, novembro 16

The Sky is not so blue today...


De todas as coisas boas que meus pais fizeram por mim e pelo meu irmão, permitir que tivéssemos animais de estimação foi uma das melhores e mais importantes.

Tivemos gatos, um cachorro, passarinhos… Cachorro foi só um, o Ship, que "veio" com a nossa casa, a dona estava indo morar num apartamento que não permitia animais, e ela ficou exultante vendo a nossa alegria, minha e do meu irmão, ao saber que poderíamos ficar com o Ship. Ele era um cachorro especial, mas todos os cachorros são especiais, não são? Inteligentíssimo, fazia vários truques, era o nosso orgulho. Ship era, segundo 100% das pessoas que o conheciam, o cachorro mais feio do mundo. Um cruzamento de pequinês com qualquer vira-lata, ele era feinho mesmo, mas simpatissíssimo, em alguns minutos conquistava qualquer um. Ship viveu uma longa vida, e acho que uma vida bem feliz. Quando ficou velhinho foi perdendo os dentes, teve um derrame, a gente foi se preparando para o fim que chegava. Minha mãe diz que um dia antes de morrer ela percebeu que ele não aguentava mais, e conversou com ele, disse que ela ía sentir muito a falta dele mas que ele podia ir. E ele foi.

A Ali, nossa última gatinha, eu comprei num petshop muito do ruim. Eles colocaram aquela caixa ali na vitrine, com esses siameses, todos entuchados num espaço minúsculo. A petshop ficava num shopping, e numa manhã eu vi aquela ninhada ali, tão pequeninhos, me apaixonei. Tínhamos acabado de perder nossa gatinha, envenenada, minha mãe não queria mais gatos, mas ao fim da tarde, quando voltei àquele shopping, me cortou o coração, havia sobrado apenas um gatinho, que sozinho, chorava. Entrei na loja pra perguntar o preço, a vendedora disse: é fêmea, ninguém quer, ela é muito pequeninha. Eu quiz. Levei a Ali pra pra casa. Na época o francezinho Jordi cantava Allison, e daí saiu o nome dela. Ali era a companheira da minha mãe, morria de ciúmes dela. Quando o Bruno nasceu, a gata imediatamente se pegou de amores por ele, ele fazia gato e sapato dela, e era engraçadíssimo ver minha mãe levando o Bru pra passear de carrinho de bebê pela vizinhança e a gata seguindo que nem cachorro na coleira. Ali foi a companheira de divórcio da minha mãe, quando mudei pra Holanda cogitei trazê-la, mas naquele momento pior do que a saudade que eu teria dela, seria minha mãe, que havia perdido o marido, vendido a casa onde moramos 25 anos, se despedido da filha que foi pra outro continente, perder também a gatinha que tanto fazia companhia pra ela. Ali foi pro apartamento com a minha mãe e sempre ía pra Holambra com ela, e numa das férias minha mãe olhou pra ela lá estendida ao sol, no jardim, e teve dó de trazê-la pro apartamento. E assim Ali ganhou casa nova. A família foi aumentando, e os três cachorros imensos do meu irmão tinham apenas um medo na vida: medo da Ali, a chefona. Ali já estava com 17 anos, firme e forte, briguentinha que só ela, e num dia começou a mancar, o veterinário deu remédios, em uma semana ela se foi. Velhinha, morreu rápido, na sala com meu irmão e minha cunhada, no cobertorzinho dela.

Hoje, com os meus meninos, rezo para que eles morram como o Ship ou a Ali, velhinhos, perto de nós. Que nós tenhamos tempo de nos preparar para a partida deles.

Nossas duas Mimi's e o Chaninho não tiveram a mesma sorte. Os três morreram envenenados por um vizinho que colecionava passarinhos. O vizinho aprendeu a lição dele mais tarde de forma terrível ( contarei o "causo" abaixo ), mas levou embora três dos nossos bichinhos, e acreditem-me encontrar seu bichinho morto no telhado é de acabar com qualquer um. Fui eu que achei a Mimi 2.

Tem quem não entenda que a morte de um bichinho de estimação seja para o dono tão triste quanto a morte de um parente querido. Meu irmão mesmo diz que "bicho é bicho". Mas eu encontrei muita gente nesse mundo que não valia um décimo do que valiam meus bichinhos, do que valem meus meninotos. O animalzinho não se importa se você é feio de doer, se suas roupas são do Carrefour, se seu carro é um poisé. Pra ele importa que, além de cuidar dele dando comida, água e uma caminha, você seja aquela mão amiga pra jogar a bolinha pra ele pegar, pra fazer um afago na barriga, pra desgrudar aquele durex que colou na pata dele. Com um bichinho você não tem que TER, você tem que SER.

Ontem recebi uma ligação ultra triste da Holandesa, o Sky gorducho foi pro andar de cima. Não há o que se dizer nessa hora, porque na cabeça só passa "putz, que merda". Ela postou uma foto hoje no blog dela ( vejam o link ali do lado ), que me levou às lágrimas, o Sky era um gato ultra bonachão, gorducho, que eu apertei bem. Continuo sem ter o que dizer a ela, porque nada consola, nada alivia a tristeza, nada ajuda. Só posso dizer: força.

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*** O causo: o vizinho colecionava passarinhos, trocava e levava à exibições. Quando mudamos praquela casa, além de herdar o Ship, levamos a Mimi, que logo se tornou a melhor amiga do Ship. O vizinho veio nos pedir pra "nos livrarmos" da Mimi porque ela "estressava" os passarinhos e eles perdiam penas e ele pegava menos dinheiro quando trocava os passarinhos. Claro que a gente disse que era impossível. Mimi ficou grávida, teve um gatinho só, o Chaninho. Chaninho morreu envenenado aos 6 meses, a Mimi foi procurá-lo no dia seguinte e foi envenenada também. Em 3 dias perdemos os 2. Meses depois, alguém que sabia que a gente gostava de gatos, deixou uma filhotinha na nossa porta, a segunda Mimi. Mimi morreu envenenada aos 2 anos de idade. E como a Ali sobreviveu pro tanto tempo? Sorte. Sorte negra, mas sorte. O véio colocava veneno dentro de uma bolinha de carne e jogava no telhado. Numa noite ele fez o manjado truque, mas a bolinha deslizou de volta para o quintal dele. Aconselhados pelo veterinário, estávamos criando a Ali só com ração, e gato que come ração raramente se interessa por carne, então ela ignorou a bolinha de carne ( ou nem viu, vai saber ). No dia seguinte a filha do véio veio na casa dele com o filhinho de 2 anos e brincando no quintal o meninho achou a bolinha e comeu, teve convulsão, veio ambulância, o menino ficou semanas no hospital, sobreviveu mas com sequelas. O véio mudou pra um sítio, onde eu espero que ele tenha aprendido a lição. Aliás, nós nunca reclamamos dos mais de 20 canários que ele criava, embora muitas vezes a barulheira fosse irritante e o cheiro das gaiolas bem forte. ***

segunda-feira, novembro 15

O projeto brasileiro

Sexta-feira eu decidi que não iria passar o final de semana remoendo sobre o projeto brasileiro com o gerente francês, e aproveitei uma reunião com o diretorzão para "colher" mais informações.

Ele explicou que nessa fase, estão fazendo o trabalho "de base", e que a matriz em Seattle pediu para selecionarem um funcionário que tivesse conhecimento do caminhão europeu e algum conhecimento do mercado brasileiro, que tivesse tempo disponível para viagens exporádicas nos próximos 18 meses e que tivesse interesse em ser expatriado no Brasil em 2 anos, pelo período de 5 anos.

Eu preencheria quase todos os requisitos, o "quase" fica por conta de que eu não quero voltar a morar no Brasil. Mas Adriana, voltar ao Brasil patrocinada, por tempo limitado, porque não?

Explico. Não se sabe ainda onde será a planta. Pode ser em algum lugar legal ou pode ser em Coxipó da Ponte do Sul. Como vou me comprometer agora sem saber pra onde eu iria? E daí vem o Bart, onde ele trabalharia? Novamente, em SP seria fácil achar algo na área dele, já na Vila dos Remédios… Sem falar que se tivéssemos que ficar em SP ou RJ, eu viveria preocupada com a segurança dele, que se percebe que é gringo a quilômetros de distância. Os termos do contrato de expatriado daqui também não são os melhores, eu teria que alugar minha linda casinha nova aqui na Holanda, e no Brasil, só eu teria direito a um carro ( se bem que o Bart tem paúra de dirigir no Brasil ). Mas o que mais pesa é que se o Bart ficasse esse tempo todo fora, sem trabalhar, ele voltaria naquela idade difícil de se mudar de emprego, teria passado a fase do "mid-career". E tem mais, será que eu me adaptaria? O barulho, o tráfego, a poluição, a politicagem empresarial, o povo falando uma coisa na frente e outra pelas costas, os eufemismos…

Mas e o francês, quer voltar ao Brasil? Não! Mas ele não disse nada ao diretor. Quando conversamos ele disse que vai aproveitar a oportunidade enquanto puder, que o diretorzão perguntou a ele se ele moraria no Brasil e ele disse que com um contrato favorável ele iria, mas o que ele diz é que contrato favorável para ele é apartamento pago, dois carros, escola internacional pros dois filhos, emprego para a esposa ( ela é uma executiva na área de marketing duma empresa de alimentos famosa ), e compensação salarial. Ele sabe que vão negar, e sabe que ele corre um sério risco de "se queimar" profissionalmente, mas ele acha que os benefícios imediatos compensam.

E é isso. Cá estou eu. Cheguei a pensar: será que eu deveria ter feito o mesmo e mentido? Mas a verdade é que eu gosto muito do meu emprego para arriscá-lo assim. Eu sei que eu vou me remoer muito, porque eu fui criada para não aceitar nada abaixo do top do top do top, e eu tenho certeza que eu vou vê-lo deslanchar na carreira nesses 2 primeiros anos e vou pensar que poderia ter sido eu. Estou sim me culpando por tomar o que é agora o caminho mais fácil, mas vou para já.

Está na hora de eu parar de me culpar por tudo. Imigrar aos 30 anos de idade não é bolinho. E não vou "desimigrar" aos 40 para reimigrar aos 45. Mereço agora relaxar e colher os frutos do que eu ralei nas pedras pra conseguir aqui na Holanda.

Combinamos que quando chegar a hora de tropicalizar os produtos do meu grupo eu serei envolvida e voilá, assim será o meu involvimento com o projeto. Enquanto isso eu terei meu coração partido várias vezes, porque uma decisão racional raramente corresponde a sua decisão emocional, e a emocional já me vê de terninho no Brasil, perto dos meus familiares, assistindo novela da Globo.

Porque é que eu sou tão complicada, respondam!

sexta-feira, novembro 12

Impressionante

Venta muito há 2 dias. Muito mesmo, como só aqui nos Países muito Baixos.

Ontem a secretária me disse que ía correr ver a instalação de arte GLOW em Eindhoven porque acaba esse sábado mas iria chover cântaros. Eu subestimei a previsão do tempo e deixei pra amanhã.

Chove de uma forma impressionante, a casa inteira está sendo estapeada pela chuva e vento. Queria muito ter uma filmadora pra colocar filmezinho no iutubi pra vocês. É uma chuva estranha, e olha que sendo paulista eu entendo de chuvas!

Hoje o marido e eu íamos antecipar nossa visita à tal Glow e comer um japinha, mas sinceramente não dava pra colocar o nariz pra fora da porta, acabamos jantando sopa em latinha e goulash ortodoxo com tudo que eu encontrei na geladeira.

Plato vai de janela à janela inconformado com o barulho, e olha pra gente e mia.

Se eu sumir, foi um furacão que me levou.

quinta-feira, novembro 11

Dónde están las tiritas?


Colega Francês que está trabalhando no projeto brasileiro: Estavam falando que talvez nossa empresa escolha  abrir uma planta em Minas Gerais…

Adriana: Bom, agora eu entendo você ir visitar a Usiminas.

Francês: Como assim?

Adriana: Se a empresa vai comprar todo o aço que se usa pra fazer um caminhão na Usiminas, há benefícios em estar perto dela.

Francês: Ah, você  já trabalhou com a Usiminas?

Adriana: Não, nunca.

Francês: Mas como você sabe que a Usiminas é em Minas Gerais?

Adriana: :oO  :oO  :oO

Francês: Você googou?

Adriana: UsiMINAS - MINAS Gerais

Francês: :oI  Ahn?

Adriana: O nome da empresa é Usiminas porque ela está em Minas Gerais.

Francês: Ahhhh… Eu não tchinha entendidou.

E o meu coração colegas, ainda sangra. Hoje, num dia especialmente deprimente, mais esse lembrete de que meu coração está despedaçado. Estou me sentindo o cocô do cavalo do bandido.


segunda-feira, novembro 8

Desabafando


Duas coisas importantes aconteceram na semana passada: o coaching de novos funcionários no meu grupo foi 100% transferido para mim, e tivemos o budget review anual do OF ( OldFart ).

Vamos lá pro "causo" e uma lição pra todos nós.

OF é um comprador senior, é esperado dele que ele esteja com as rédeas na mão das commodities dele. Fornecedor nenhum vai vir aqui bater na porta dele dando descontinhos de mão beijada, tó OF - 2% de desconto só porque eu gosto do seu óculos tosco. A gente tem que correr atrás, a gente tem que suar a camisa, dar chicotada no fornecedor. Quando eu digo aqui que Gerente ( ou profissionais ) de Vendas é tudo malandro, eu não tô brincando.

Estou fazendo o tal coaching do OF e uma das piores falhas dele, que eu odeio em qualquer profissional, é a mania de jogar as responsabilidades dele pra cima de outro. Quem não está a fim de ter responsabilidades, metas a atingir, prazos a cumprir, que arrume então um emprego mais simples. Não é vergonha nenhuma dizer: quero apenas vir pra empresa, fazer meu trabalhinho, ir embora no horário e receber meu cheque no fim do mês, DESDE QUE, você se candidate para um emprego operacional que não exija muito mais que isso.

O budget review dele foi tão ruim, mas tão ruim, que o diretorzão interrompeu antes do fim e mandou ele ( e todos nós, eu, nosso diretor junior ) voltar em duas semanas. Ele já está sendo treinado a quase 3 meses, full time, um luxo que poucos tem, ele é senior, está numa faixa salarial alta ( logo esperam bastante dele ), e ele começa a apresentação pro diretorzão assim:

- Eu sou o OF, ainda sou novo na commodity, não sei muito ainda, por isso eu vou só ler os slides e meu colega Fulano ( o antigo comprador ) vai explicar.

Já ficou todo mundo pensando "WTF, o cara tá aí a 3 meses e ainda não tem controle da commodity dele"? E seguiu-se um rosário de desculpas esfarrapadas, mas o fornecedor não me mandou tal lista, o fornecedor "não quiz" me dar tal redução de preço... juro gente, uma vergonha.

E quando o diretorzão começou a dizer que tava tudo incompleto, patati patatá, a gente baixou a cabeça, ficou vermelho e calou, menos o OF, que bateu boca com o diretorzão!!! Eu tava vendo a hora que o diretorzão ía mandar o OF calar a boca…

O pior é que isso reflete também em mim. Dessa vez eu ainda não fui massacrada porque o coaching não era meu, mas em duas semanas temos que voltar, e juro que se o OF não entrar na linha eu vou estrangular o cara…

Eu juro que não tô podendo, meu povo. Eu ando uma pilha de nervos, tenho que tomar muito cuidado para não "overreact", mas tá difícil.


domingo, novembro 7

TAM e GOL

Lembram-se dos meus posts inconformada em não poder pagar os vôos TAM e GOL aqui de fora com cartão internacional? Gente, tem que elogiar quando há motivo: tá funcionando gente, o site internacional de ambas as empresas!!!!

Nosso primeiro vôo será GRU-SSA, e será TAM porque tinha um horário muito bom, que a GOL não tinha. Sem falar que a GOL só é barata se você reservar moooooito antes, né? Sábado de manhã eu olhei um vôo na GOL e tava 229 reais, mas era um pouco tarde, e o da TAM tava 249, mas era exatamente no horário que eu queria. Hoje quando fui reservar, o da GOL já tava 479, e o da TAM se manteve, então vamos de TAM.

O SSA-REC tava 84 reais ontem de manhã, hoje já paguei 169, que ódio. Mas na TAM tava ainda mais caro.

E REC-CGH vai ser novamente de TAM.

O sistema de compra de passagem da TAM é mil vezes mais rápido e mais fácil, mas em compensação não confirmam a reserva na hora, só quando a administradora do cartão aprovar a transação ( ré-lou? ). Mas em 30 minutos recebi um e-mail confirmando. Já a da GOL tem um monte de campos pra preencher, é um saco, mas usa o secure ID da MasterCard, e a transação é emitida na hora.

Estou impressionada que com as duas empresas eu pude já agora reservar meus assentos, o que me deixa bem mais tranquila. Não sei se vai rolar um check-in online, mas já estou tranquilinha sabendo que nossas cadeirinhas estão marcadas.

Agora falta apenas: o hotel em GRU, aliás, o tripadvisor indica o Mercure em Guarulhos, mas tá muito barato, tem alguma "pegadinha" nessa história? Faltam ainda os transfers em SSA e REC. E o hotel dos gatos.

E toda a presentaiada.

Jesus me proteja!

sábado, novembro 6

Drag Piovani Queen

No estadão.com tem uma matéria na TV Estadão com a Luana Piovani. Começou com a musiquinha Lua trilili trololó do Caetano, e a Adriana do lado de cá pensando: mas caramba, a Luana Piovani não se desentendeu, brigou, rodou a baiana com o Caetano porque ele disse que a música era pra ela, depois desmentiu, ela cobrou a "musisse" que pertenceria a ela... começar a matéria justamente com aquela música foi um fora da reporter, meo.

Aí eu tenho algumas considerações:

- Paulista tentando falar carioquês é deprimente. O R do carioca é o R do carioca e de ninguém mais, e pronto. Pior que R falsificado é manter o S de paulissssta ( e não de paulishta ) e fica aquela mistureba. Feio, muito feio.

- A moça tá naquele grau marombado parecendo traveco. Eu sei que ela maromba pacas o braço e quer mostrar o bíceps, mas a gente não quer ver, Luana, então uma manguinha nessa blusa djá.

- Eu gosto do Dráuzio Varela, mas comparar o Dráuzio Varela com a Madre Tereza de Calcutá é meio que demais...

- Eu já vi gente que esticou as rugas e ficou medonho, já vi gente que esticou as rugas e ficou bem, Luana TEM que esticar as rugas e pelancas dos olhos. Bem, estou sendo leviana aqui, afinal é lindo assumir os anos que Deus nos deu, mas, como é moda agora, tá mega-feio aquela pelanca nos olhos.

Agora vou voltar pra sessão mindfulness: não julgue...

Tô quase feliz!

Desencalacramos o mais complicado das férias: os hotéis no Brasil.

E para onde vamos? Tum tum tum tum... ( suspense com a musiquinha de Jaws )

Bart queria ir para Porto de Galinhas de novo, passamos nossa lua de mel lá e ele ainda fala de como as praias eram lindas, o snorkeling fantástico, etc e tals.

Eu queria ir pra Bahia, Praia do Forte com certeza e talvez Morro de SP.

Queriamos os dois ir a all-inclusives

**** Pausa para explicação ****

Fomos pra Amalfi num hotelzinho super legal e de preço razoável, principalmente considerando-se que aquela cidade é uma das mais caras da Itália: pagamos 100 euros na diária. Aí, como não somos de passar pela frente de ótimos restaurantes e ir sentar na pizzaria baratinha noite-após-noite pra economizar, acabamos gastando ao redor de 80 euros por dia entre jantar, almoço e sorvetinhos/refrigerantes. Achamos que gastamos muito pro que fizemos, hotelzinho "razoável", almoço foi lanche ou pizza, jantar bom, bebidas meio limitadas ( tomamos muita água que carregávamos com a gente, claro ).

**** Expliquei ****

Então acabamos por fechar o Iberostar Praia do Forte por 7 noites e de lá seguiremos para Porto de Galinhas onde ficaremos no Enotel por outras 8 noites. Agora começa a novela de reservar ( e pagar ) as passagens.

Mas estou animadinha da vida.

Aproveitei para encomendar umas roupitchas de verão na liquidação da Wehkamp, e embora eu esperasse que só metade ficasse legal, tudo ficou show. Ô vida boa de gordo por essas bandas. Serei "A" gorda elegante quando chegar ao Brasil.

quinta-feira, novembro 4

O mundo é gordo e gordo acorda cedo


Hoje começou os 4 dias de liquidação da WEHKAMP.NL

Lombrigas consumistas bateram palminhas.

Ontem eu já preparei minha "lista de desejos" no próprio site, assim no minuto que a liquidação fosse colocada no ar eu só daria um click e minhas roupitchas tão garantidas.

A liquidação começou as 8 da matina, eu consegui chegar ao computador às 8:10, nesses 10 minutos 2 das 3 blusinhas que escolhi já tinham acabado. Ah, o L tinha acabado, porque o S e o XS tinha lá de sobra.

O que tiro dessa experiência:

- Gordo só se ferra mesmo
- O mundo é gordo, afinal, as peças pequenas sempre sobram
- E puta merda, mas a gordaiada acorda cedo, hein!

quarta-feira, novembro 3

Tiritas pa'ese corazón partio ( ou Bandaid pro meu coração despedaçado )

Minha empresa vai abrir uma planta que produzirá lindos e reluzentes caminhões no Brasil. Na terrinha, onde nasci, cresci, estudei e trabalhei até ser uma senhora casada e trintona.

Na semana que vem começarão às visitas a fornecedores locais, o primeiro será a Usiminas. Eu não fui a escolhida para integrar a delegação que vai visitar esse fornecedor.

Fiquei com o coração aos pedaços, queria desaparecer da face da terra. Não soube pelo meu chefe nem por nenhum diretor, soube pelo meu colega francês que morou no Brasil meros 2 anos e que foi o escolhido. Ele está todo feliz, e eu também estou feliz por ele, ele é um cara legal, mas estou de coração ( e ego ) partido, então a cada novidade que ele divide comigo, sinto uma enfiadinha de punhal afiado no peito.

Estou me preparando para ir falar com meu diretor, e tenho que ter essa conversa de forma profissional, centrada, decidida. Sei que eu mal estou conseguindo fazer 50% do meu trabalho, acabei de receber mais um funcionário, em Dezembro será mais um, sem falar no OldFart, todos para serem treinados, vou de férias, mas pô, um projetão legalzão, e eu me sinto um lixo por estar, por hora, de fora.

Vou pra casa, vamos buscar nossa TV hoje, mas estou mas pra baixo que ânimo de pe-eme-de-bista. Queria ter a banheira da Claudinha, que aquela pelo jeito é milagrosa, vou ter que me contentar com a minha, tomando mimosas e lendo Nora Roberts.

Na próxima encadernação, com diz a Doutora Alice, eu nasço rikah sem necessidade de trabalhar pra pagar contas.

Tenham, por favor, muito dó de mim.

terça-feira, novembro 2

Não julgues...


A Fulana não devia ter dado aquela motinha pro filho adolescente; o Ciclano só vive de politicagem pra cima e pra baixo na empresa; a Beltrana sabe muito bem onde quer chegar com aquele decotão no escritório; o filho da Locha é uma peste, ela não sabe educar aquele menino; diga-me com quem andas e eu te direi quem és…

Dizem que todo mundo julga. Eu concordo. Pode até ser que uns sejam mais bondosos que outros ao julgar, mas julgam.

Ultimamente eu venho pensando que julgar não só é característica de personalidade como é também hábito. E hábito a gente muda, né? Venho repetindo o mantra: não julgue, não julgue, mas é bem difícil viu…

Ontem eu estava pensando, quem julga ( como eu o fiz alguns posts pra baixo ) normalmente só vê um lado da história, ou então se esquece de tentar se colocar nos sapatos do outro pra ver quanto o calo aperta. Estou apontando o dedo pra mim mesma.

Ontem eu almocei com a lourinha que se separou do marido 4 meses depois de casar ( desça uns posts ). Passado o choque, acostumada com a idéia eu fico pensando… será que eu teria feito diferente? É fácil agora dizer que não, mas será mesmo???

Eu sei que o casamento de blogueiras é maravilhoso e coisa de novela, afinal é só isso que a gente lê, maridos maravilhosos e namorados ultra-românticos, verdadeiros Richard Gere's com bouquet de rosas no teto solar da limusine… mas o meu casamento, o da Adriana, tem lá seus baixos, aquele dia em que você tá "p" da vida com o marido, ou a se-ma-na que você está "p" da vida com o marido... A Marina, que morava na Suécia, quando se separou do namorado começou um post dizendo: todo relacionamento é como uma montanha russa, hoje o carrinho da minha montanha russa não encontrou forças para subir os trilhos e o Fulano me disse que não me ama mais. Me marcou muito essa frase.

A colega loira, J., usou ontem uma expressão semelhante, a montanha russa vai tendo cada vez mais baixos, e mais baixos, e mais constantes baixos, e você fica pensando que se emagrecer e ficar mais bonita ele vai te dar mais atenção, que se você for promovida e ganhar mais vai ser mais valorizada e ter mais atenção, se você casar e passar de namorada a esposa vai ganhar mais atenção, e você acaba, mesmo vendo que as coisas vão mal, embarcando em mais uma tentativa pra ter o que falta na sua relação. Eu julguei, eu pensei ( e falei e escrevi ), como pode você ver que vai tudo mal e mesmo assim planejar um casamento um ano, e casar? Mas a verdade é que se eu tivesse 27 anos, numa relação de 11, com meu primeiro namorado que eu conheci aos 16, não sei se eu teria feito as coisas diferentes… Colocando-me - generosamente - no lugar dela, eu penso que deve ter sido muito difícil, e que pelo menos ela parou antes de entrar no joguinho de ter filho pra salvar relação, que é a coisa mais comum e o capítulo mais manjado do livreto ( ó eu julgando de novo ).

E como ela fala, no fim, estar infeliz no casamento, e ficar remoendo o aniversário de namoro esquecido, a lingerie não apreciada, o corte de cabelo não notado, cria - numa garota de 27 anos que só teve um namorado na vida - a predisposição ideal pra se encantar com um colega de trabalho mais maduro, bonitão, que elogia, aprecia, valoriza.

Eu entendo. Entendo e torço para que não seja tudo ilusão da cabeça dela, e crise do lobo ( não julgue, Adriana ) dele, e que daqui há vários anos eu os veja ainda juntos, felizes, levando a vida que sofreram ( e fizeram sofrer ) pra ter.

Estou agora repetindo o mantra para ser mais bondosa com ELE. Confesso que ainda penso na coitada da esposa que nesse momento teve que sair da casa onde moravam há 11 anos porque num milagre venderam rapidinho, que está vivendo com uma pensão de 980 euros ( que ele acha muito, 30% do salário líquido dele ), com duas filhas para cuidar, procurando emprego depois de 7 anos sem trabalhar, já na casa dos 40 sem grandes experiências profissionais ou carreira propriamente em si. Eu sempre digo que quem fica em casa pra cuidar de filho está ultra sujeita à uma meleca dessas, mas quando a gente vê acontecer, ainda é de revoltar. Eu penso que já que havia um acordo que ela cuidaria das crianças e da casa, que agora ela deveria levar 50% do salário dele, não foi esse o trato, formar uma família e dividir o trabalho meio-a-meio, você fora de casa e eu lavando, limpando, cozinhando, parindo? Meus colegas ( assim como meu irmão há 8 anos ), acham que se a relação acabou ambos tem o direito de tentar reconstruir a vida, e que é um absurdo o homem ter que bancar a esposa com 50% do salário até quando sabe-se lá… e que claro, vai sobrar pouco dinheiro pra gastar com a loira novinha ( sorry people… Adriana, não julgue ).

Como vocês podem ver, tenho que praticar o Não Julgue muito ainda…