domingo, novembro 28

Dois posts em um

Serão dois post em um porque eu sei lá quando vou poder postar de novo, a agenda pra semana que começa está de chorar.

Compras online

Então, eis que eu decido fazer as compras esse ano online. Comprar é fácil, e a maioria dos sites está dando a entrega gratuitamente, mas essa entrega... Claro que só entregam no horário de trabalho e não entregam aos sábados, salvo a Wehkamp.

Comprei uma bolsa pra minha sobrinha e depois do entregado tentar entregar duas vezes, entrei no site da UPS e consegui avisá-los pra trazer o pacote para a central UPS mais próxima que eu irei buscar. Graças a Deus moro em Eindhoven em aqui tem central de todas as entregadoras, mas fico pensando quem mora em dorpje, o saco que deve ser.

Comprei também um tênis da Nike e estou tentando achar a entregadora, mas necas de catipiroba, terei que esperá-los vir aqui, ver qual é a empresa, pra só assim pedir para levar o pacote para a central.

E meu irmão quer ainda um netbook, e só vou colocar o pedido se eu conseguir confirmar no site que eu posso ir direto na central pegar, senão não dá tempo.

E o que me dá mais raiva é que você quer pegar o telefone e resolver a parada mas a maioria desses sites ( Kipling, Nike, Esprit ) não tem atendimento telefônico, só por e-mail.

Então, frustrada com o serviço das online, arregacei as mangas ( mentira, tá -2 graus e só louco arregaça as mangas ), e fui à luta.

Comprei tudo o que precisava? Acho que sim, e mais do que precisava, mas foram 3 dias de intenso labutar, e eu estou me arrastando. Não descansei nada! Fora que aqui não tem shopping como em SP, então é tudo no frio! Imaginem que hoje estava zero graus quando eu fui pro centro, e eu precisava dos presentes "pequenos", aqueles ao redor dos 10 euros, que estão, infalivelmente, nas lojas mais lotadas, porque holandês só dá presente nesse range.

Com isso, minha criatividade "presentística" caiu ao zero: comprei a mesma calça jeans para mim, para a minha mãe e para a minha cunhada, comprei a mesma blusinha de malha para uma tia e duas primas, comprei um colarzinho e brinco combinando para outras duas tias e uma prima. Para o meu afilhado, todos os anos acabo comprando um boné, nesse ano será o mesmo, porque a energia para ir até a Bijenkorf acabou na metade do caminho.

Só quero ver achar lugar pra colocar tudo isso!

O PERRENGUE NO TRABALHO

Sexta-feira tivemos um curso de Staff, só os gerentes e diretores. A proposta era: em 2015 minha empresa será assim... Discutimos e descrevemos como seria a empresa "dos nossos sonhos" em 2015 e as ações para chegar lá.

Na parte de tarde fomos divididos em grupos, e eu caí no grupo do diretorzão. Nosso grupo pegou o assunto "people" no sorteio.

Estávamos lá na sala do diretorzão fazendo nosso assignment e uma das perguntas era: qual o split ideal entre mulheres e homens no departamento em 2015? A empresa estará contratando mais mulheres? ( é notório o ínfimo número de mulheres trabalhando na empresa toda ).

Ele olhou para mim e perguntou: Adriana, vc é a única mulher do grupo, o que você acha?

E eu fui sincera. Disse que o xis da questão não parece ser nem a gravidez e licença maternidade, mas sim o fato de praticamente 100% da população feminina holandesa achar que se ela não ficar em casa pelo menos um dia por semana, que o filho vai ter sérios problemas no futuro. Disse que eu realmente não vejo como o nosso trabalho possa ser feito em 4 dias por semana, mesmo porque qualquer emergência que ameace parar a linha de produção acaba na mão do comprador, então o risco que a empresa corre se aquela pessoa não estiver disponível é bastante grande. Disse que eu deixaria bem claro para candidatas de sexo feminino que o cargo não tem possibilidades de meio período / um dia a menos; e esperaria que elas fizessem sua escolha. Na verdade, a impossibilidade de trabalhar um dia a menos vale para ambos os sexos, mas embora o número de homens trabalhando um dia a menos esteja crescendo, comparado com o número de mulheres, ainda é ínfimo.

Ele me chamou num canto e me pediu para que eu explicasse esse ponto, porque ele é de mesma opinião mas não pode se manifestar. Eu fiquei confusa, mas ele me pediu... Temos duas mulheres diretoras, e elas não gostaram nada do que eu falei, e acho que alguns outros diretores também não, mas é minha opinião como indivíduo, fazer o que?

Não houve tempo para debates, réplicas ou tréplicas, mas depois vieram me falar que é ilegal dizer para um candidato que o emprego não permite part-time, e que se um funcionário requerer o part-time, é ilegal negar. Será? Eu já ouvi de tanta gente que quis negociar com a empresa ao ter filhos e não conseguir. Só sei que eu precido URGENTEMENTE de um treinamento sobre o que se pode falar ou não numa entrevista na Holanda, porque já comecei a entrevistar candidatos para o meu grupo e fico sempre na ultra-dúvida.

Mas eu acho sim que ambas as partes, empresa e funcionário, se beneficiariam de um pouco de honestidade. A empresa em não esconder as possibilidades do candidato ( isso envolve também não prometer celulares, viagens, laptops de última geração se você não pode depois dar ), o candidato em não esconder seu planos pessoais ( a mulher que quer ter filhos, o rapaz que quer tirar um sabatical para ser voluntário na Africa, o OldFart que gosta de viajar a trabalho e odeia sentar a bunda na cadeira do escritório ).

Aí a empresa fica achando o funcionário um "folgado" porque ele quer o celular prometido ou as mil viagens a negócios; e o funcionário fica "p" quando o part-time é negado ou o sabátical. E o governo inventar leis para fazer a empresa cumprir um papel social que cabe a ele é burrice, porque a empresa tem mil estratégias para manipular o funcionário, vide a colega que queria trabalhar só 3 dias por semana e depois de ser colocada num dos piores departamentos da empresa pediu as contas.

Agora me vou, tentar descansar um pouco nesse resto de findi, e começar a arrumar a mala.

2 comentários:

Jaboticaba Preta disse...

Presentinhos baratos e com entrega à domicilio eu indico Hema.

E com relação ao trabalho. No meu caso e mais 2 holandesas que tiveram filho no ano passado. Todas nós precisamos trabalhar 1 dia a menos por semana pelo único motivo: não há vagas nas creches das grandes cidades. O governo aqui exige que as empresas contratem mais mulheres, mas não abre mais vagas nas creches. E ainda por cima, quer diminuir a ajuda de custo.
Creches nesse país devem dar um bom lucro para os donos.

Adriana disse...

Jaboticaba, aqui em Eindhoven o problema é menor, pode não ter creche na esquina da sua casa, mas tem alguma perto. Mesmo assim as mulheres QUEREM ficar um dia em casa, muitas acham que deixar na creche 5 dias é "ter filho para os outros criarem", como se só porque ela ficou 1 dia em casa com filho ela o criou mais ou melhor que a outra que trabalhou 5 dias. Se o cargo dá pra acomodar 4 dias por semana, não vejo porque não, mas quando não dá, deveria ser bem claro pra candidata desde o começo, pra ela não se frustrar depois. Beijos, Dri