terça-feira, dezembro 29

Acabou-se o que era doce

Chegamos ontem, ainda estamos totalmente acabados pelo jetlag. Aliás, tivemos jetlag na ida e na volta.

Escolhemos a Republica Dominicana, mais precisamente Punta Cana, porque fomos reservar a viagem super tarde pros padrões holandeses ( começo de outubro ), porque eu fazia questão de ficar pelo menos 3 semanas no bem-bom ( porque esse ano foi de amargar ), e o nosso budget estava apertado por conta das férias caras em Julho ( Rhodes ). A proposta da agente de viagem caiu como uma luva, hotel 5 estrelas all-inclusive ( e o segundo melhor cotado no tripadvisor ), saindo de Brussels, 3 semanas inteiras, por apenas 2,2 mil euros por pessoa.

O que achamos: o hotel Iberostar Bavaro é muito bom, muito confortável, comida boa, restaurantes temáticos, mas super refinado não é. Pelo que eu paguei achei um negócio da China, mas tinha um monte de americanos que não pagaram tão barato e estavam reclamando que o pacote foi vendido como o supra-sumo do luxo, e se decepcionaram. Vou ver se posto fotos depois, mas gostamos bem do hotel.

O problema é que fora do hotel não há absolutamente nada pra se ver ou fazer. Fomos a um passeio de barco e um outro onde dirigimos um mini-buggy por uma trilha, mas todos os passeios são super caros, mais caros do que no México e Brasil. Pelos lugares que passamos, tudo feio demais, com muito, muito, muito lixo jogado sem cuidado nenhum por todos os lugares. Um senhor no nosso ônibus comentou que em Cuba são tão pobres quanto, mas que tem a dignidade de cuidar do ambiente deles, não jogando tanto lixo em todos os lugares. Até no hotel, nas áreas reservadas detrás do restaurante, quando abriam os portões víamos pilhas e pilhas de louça quebrada, uma zona.

O povo parece ser bem legal, muitos americanos se apegam a esse ou aquele garçon/gaçonete, e era comum ver-se hóspedes voltando ao hotel e indo abraçar seu garçon favorito.

Fora isso muitas coisas em comum com o Brasil: feijão marrom praticamente todos os dias no buffet, queijo branco, ñame ( mandioca ), pão francês em bengala, brahma, cana-de-açucar, e até uma banda que tocava música brasileira.

Descansamos muito, foi legal, mas sinceramente não sinto vontade de voltar. Se fosse voltar pro Caribe, iria pro México.

Meu povo, muitos brasileiros por lá, todos com a mesma história: foram pra agência pensando em ir pra um resort no nordeste, mas era mais barato, quase a metade do preço, ir pra Punta Cana. Triste pro turismo nacional isso, porque o turista estrangeiro não vai porque não são todas as agências aqui no exterior que oferecem pacotes pro Brasil, e o Brasileiro acaba indo pra fora porque é mais barato. Uma vergonha!

E de lá acompanhamos o soco na cara do Berlusca ( Paca, cadê seu post sobre isso??? ), o summit, a morte da Britney Murphy, o caso Sean Goldman ( fiquei com pena do garoto, que acabou indo em pleno natal pra uma família desconhecida ), a nevasca no hemisfério norte ( deliramos de alegria ).

2009 tá chegando ao fim e já vai tarde.

sexta-feira, dezembro 11

Do Caribe

Sem acentos. Estamos na Republica Dominicana, em Punta Cana. Faz 28 graus, a praia eh linda, o hotel all inclusive otimo, tudo bom demais.

Muitas semelhancas com o Brasil. Bengala de pao frances de manha, bem crocantinha e macia. Feijao marronzinho que nem em SP. Bom cafe. Cerveja Brahma, mas a local Presidente eh ainda melhor.

Internet caresima, 10 dolares por hora. Voltarei com noticias rapidas daqui a uns dias.

Se eu nao me animar, afinal o sol brilha lah fora, bom natal pra todos voces, especialmente pras outras mosqueteiras, das 3 que sao 4.

Fui pro sol meu povo!

quinta-feira, dezembro 3

:-O


Hoje no escritório ouve-se um monte de gente fazendo cuti-cuti, é um dos colegas que está de férias, veio trazer um documento e trouxe a filhinha de uns 6 meses. Aí a secretária falava pra garotinha:

- Sjak ( ou Jack ), você está passeando com o papai? ( e a menina deve ter pensado: não, vim de bicicleta sua anta )

Depois de ouvir umas 3 vezes eu pergunto pro pai: é Sjak em Holandês ou Jack de Jaqueline? Ele responde: é Shak de Shakira. Daí eu fiquei com a cara de bunda, pensando "é Sjak e o cara falou Shakira pra deixar claro que é com S ou o nome da menina é Shakira?" e ele parece que leu meu pensamento: minha esposa é uma grande fã, então demos o nome de Shakira à nossa filha.

:-O

Eu quero morrer com esses pais que dão esses trambolhos de nome pros filhos. Eu já disse né, hoje em dia com o mundo super globalizado, pelamordedeus escolha um nome que pelo menos deixe claro se o seu filho é um Mr ou uma Mrs, e de preferência, que seja razoavelmente pronunciável.

Lembram da ex-grávida? Ela já teve o segundo bebê ( tá ligada que aqui é um pra fora outro pra dentro, né ) e o bebê se chama Karel. E aí, é menino ou menina? Eu tive que perguntar pro meu colega do lado, pois recebi uma foto com um bebê todo de laranja e verde, escrito algo do tipo "e com 3,4kg, 50 cm, nasceu Karel. Papa, mama, e irmã estão felizes com a sua chegada". O colega me olha como se eu estivesse perguntando se água molha e responde: é um menino!

Eu sei que tem gente que quer dar nome bem …….. ( complete com holandês, alemão, sueco, ou seja lá qual a sua nacionalidade ou do seu marido ) pro filho, mas pense criatura, se seu filho um dia for estudar na Inglaterra, nos EUA, em qualquer outro país europeu, ele vai viver constrangido com o nome?

Aqui ao meu redor, tenho vários Josephs, ou pra brasileirada, José. Aí, querem encurtar pra Zé, e o Zé aqui pode ser Jos, Joop ou Joost. Lê-se Iós, Iôp, Iôst. Liga o fornecedor americano e diz: posso falar com o Djup ( Joop )?

Aquela do meu departamento que teve a segunda criança e estará sendo "recolocada" em outro departamento tem Loes e Pleun. Loes é uma menina e se diz Luz. Pleun ( algo como Plum ) não importa quantas vezes eu diga sempre me corrigem, e é outra menina. Ei, meu nome é Pleun, eu caí e Plum.

Isso sem falar em todos os Koen. Diz-se Kun. Eu falo o nome mas penso em fiofó. Americanos perguntam pelo kô-en.

Maarten ( maaaaarten), Martin ( mártin ) e Martien ( martín ) pra mim são tudo a mesma coisa, mas pra eles não, é tudo muito diferente.

O Michiel é Mirril. O Michel é Mixél. Pelo menos aqui não tem Maicon, como todos os Maicons, escrito assim mesmo, do Brasil.

E tem uns que nem são tão feios, mas não importa o quanto arranhemos garganta e façamos bico, nossa pronúncia tá sempre errada. Meu diretor e um outro colega são Ruud. Esse erre é R de holandês, minha antiga professora falara pra eu usar um "rolling R" ( tipo tia véia falando rrrrato ) que eu vou parecer uma pessoa de Den Haag ( Haia ) falando. Esse u duplo tem duplo bico. Eu imito meus colegas ingleses quando os chamam, e os Ruud's dão risada.

E eu? Ah, em 50% dos casos sou Adriáááááána e em outros 50% sou Andrea. Perguntei pra um colega ( o Joop ) porque tantas pessoas fazem a confusão, e ele me disse que Andrea é mais fácil. Eu respondi que vou então chamá-lo de Zé, que pra mim é muito mais fácil. Diga-se de passagem que no Brasil toda Adriana sempre é muito chamada de Andrea, tem até comunidade no orkut.

Se um dia eu tivesse filhos, iria colocar Sophia ou Christian, ambos bonitos, fáceis, óbvios. Meu sobrinho chama-se Bruno Felipe, o Felipe foi a meu pedido, amo Felipe. Mas como vou ficar só nos gatos mesmo, quando eu aumentar a família vou querer uma menininha, e vai se chamar Mimi. Ou Meemee, porque eu sou chique, né!

quarta-feira, dezembro 2

Brasileiro só se torra!

Sempre que vou ao Brasil levo toneladas de protetor solar e ao fazer as malas pra voltar, deixo todos os tubos meio cheios lá, e minha família adora, afinal meu irmão mora no interior de SP, onde o sol é inclemente, eles tem piscina, usam litros de protetor. Os meus, sempre compro Garnier porque gosto do cheiro, e pro Bart, normalmente Nivea.

Lá no Brasil, sempre comentaram que o Nivea que eu deixo é muito melhor que o Nivea nacional, e eu sempre achei que fosse bobeira, deslumbre brasileiro com um produto europeu, mas ontem li uma matéria no Estadão que me deixou pê da vida.

Testaram um monte de marcas nacionais de protetores e a maioria não passou no teste. Ou não tinham o fator que prometiam, ou perdiam metade da proteção depois de 30 minutos, ou embora se dissessem à prova d'água, depois de 30 minutos na água não protegiam mais.

Aliás, devia ser proibido anunciar que o produto é à prova d'água ou até mesmo "resistente à á'gua", porque o consumidor lê aquilo e acha que pode passar no filho e esquecer. Eu sei que nas letrinhas miúdas eles mandam reaplicar após banhos prolongados, mas se é à prova d'água, fica uma informação desencontrada.

Mas o que me deixou pê da vida mesmo, é que no final da matéria, diziam que os produtos internacionais equivalentes ( Nivea, Loreal ) foram testados e se sairam muito melhores, e terminam dizendo: essas empresas conhecem a boa fórmula, só escolhem não utilizá-la no mercado nacional.

Putz grilo, e não podemos nem dizer que o produto nacional é suuuuper barato, porque protetor solar no Brasil é meio artigo de luxo. Tipo a prima que tinha dinheiro ou pra ir ao Hopi Hari ou comprar o protetor, então ela foi ao parque e se torrou.

Por aqui, um tubo de Nivea fator 50 de 300 ml custa 16 euros, só que eu sempre espero a liquidação de final de verão pra estocar, e sempre compro 2 por 1. Estamos levando pras 3 semanas de férias 4 tubos de 50 pro Bart, e pra mim meio 30, um 20 e um 15. Tudo comprado na promoção.

Por causa do preço, eu sempre levo pro Brasil meu protetor, e a verdade é que o Bart Super Omo Radiante nunca se torrou, nunca nem ficou vermelhinho.

Mas que pôxa, no Brasil somos mesmo cidadãos de segunda classe.

Aliás, ouvi que aqui na Europa as indústrias de cosméticos compram uma máquina pra virar um furinho do spray pra frente, e que a mesma marca no Brasil não investe na tal maquinha. E é verdade, reparem bem! No Brasil a gente vive acertando o buraco do spray, ou acabamos sprayzando pro lado errado.

Tá na hora da gente ser mais exigente aí no Brasil. Produtos melhores, informações mais completas nos rótulos, embalagens mais convenientes. Somos "emergentes", povo, aqui na empresa já vieram me perguntar se eu não fico tentada a voltar ao Brasil com o boom da economia.

E é claro que eu não quero, esse negócio de ficar virando o buraquinho do spray do desodorante não é pra mim ;o)

terça-feira, dezembro 1

Des-serviço ao cliente

O serviço ao cliente aqui na Holanda deveria chamar DES-serviço ao cliente, pois além de raramente ter alguém inteligente na linha, o serviço é cobrado. Sim, colega, se você quiser ligar pra perguntar, reclamar, esclarecer, cada segundo na linha telefônica é cobrado. Acho isso um absurdo que deveria ser proibido por lei.

Quando eu comprei o pacote turístico para essas férias, comprei na agência Arke aqui de Eindhoven ( sou cliente antiga e fiel ), mas a operadora é a Neckermann da Bélgica. E pra completar a bagunça, o vôo é da Jetair Belga, que é do grupo TUI, que também é dona da Arke. Mas então…

Quando comprei o pacote, me disseram que eu não podia reservar assentos "comfort class" porque eles estavam reservados para clientes de outra agência ( a Jetair, que não trabalha com o hotel onde eu queria ficar ), logo eu teria que voar nos assentos standard. O vôo era tão mais barato, que aceitamos, e economizamos assim quase 2 mil euros no total.

Eis que nessa semana recebo os vouchers e resolvo ver se há a possibilidade de pré-booking dos assentos. Aparentemente há, mas eu não consigo fazer o login com o meu número de reserva. Ligo pro des-serviço ao consumidor, pagando além da taxa do celular, 45 centavos adicionais por minuto. Aí começa a palhaçada do auto-atendimento em 3 línguas ( holandês, francês e inglês ), aperto o deux e caio na operadora. Ela me responde que os assentos são distribuidos sem critérios pelo programa de computador, e que eu tinha que sentar no assento que me foi atribuido automaticamente, e praticamente desligou na minha cara. Fiquei puta da vida, isso não existe, ainda mais numa empresa belga, que dizem ser mais "sofisticada" que a irmã holandesa.

Revoltada, com bile fluindo pelo queixo liguei novamente, pronta para soltar os cachorros. Mais alguns minutos a 45 cents, e um outro rapaz me atende, me responde que eu posso sim escolher os assentos durante o check-in, mas que realmente os clientes da Jetair tiveram prioridade, que eu teria que me contentar com os assentos que sobraram. Me disse ainda pra ligar para a Operadora, a Neckermann, porque ele ouviu ( super precisa a informação ) que a Neckermann ía começar com um sistema de reservas.

Liguei pra Neckermann, lá o des-serviço custava apenas 30 cents por minuto. Lá me disseram que pelo website deles eu podia reservar assentos. Loguei, agradecida pelas parcas aulas de holandês, porque o site não tem opção de mudar pro inglês, e facinho facinho fiz a reserva de assentos, pagando apenas 3 euros por assento por esse serviço. Com isso ganhei uma hora a mais de soninho na manhã do embarque.

Agora vejam, foram tantas ligações do celular ( meu telefone de casa tá tchutchado ) pra Bélgica, pagando o des-serviço adicionalmente, e esses cents que eles cobram nem são usados pra contratar funcionários competentes e treiná-los bem. Se eu pagasse os tais cents, mas pelo menos o serviço fosse bom e correto, eu nem reclamaria, mas é essa mixórdia!!!

Pelo que eu me lembre, no Brasil o SAC é sempre gratuito, ainda é assim? E a qualidade do atendimento, é razoável?

Depois não querem que a gente fale que isso aqui parece mais o interior do Congo ( Zaire era tão mais sonoro! ).