sexta-feira, outubro 31

Promessas de ano novo em outubro

Eu queria muito, muito, muito, achar um psicólogo milagroso que me explicasse porque eu sou tão tinhosa quando quero muito uma coisa, mas tão preguiçosa quando "preciso" de uma coisa. Vocês sabem que querer é muito diferente de precisar, né? Eu queria muito um emprego aqui, por isso aguentei 18 meses daquela maratona de trem, eu preciso me exercitar mais, mas estou dizendo isso a 6 ( ou 35 ) anos, sem tomar nenhuma medida concreta.

Eu tenho mil "doenças" decorrentes da falta de exercício. Digo doença entre aspas porque não é DOEEENÇA é aquelas coisinhas que te incomodam. Minha coluna é feita de palha, que nem a casa de um dos três porquinhos, e qualquer coisinha tá me incomodando. O final de semana passado foi power, com tanto empacotamento da casa. Essa semana fui parar no huisarts, mal podia andar, se eu me abaixasse saíam até lágrimas dos olhos. A dor melhorou, mas continua aquela coisa me incomodando, 24/7, a cada mexida uma fisgada, é de enlouquecer. Estou ultra ranzinza, ultra mesmo, e estou vendo minhas coisas aqui no trabalho acumulando e acumulando e eu sem conseguir me concentrar. Isso sem falar que o remédio que me deram me dá sono, muito muito sono. Quero ir pra casa!

Tempos ultra bicudos se aproximando de todos nós. Na minha empresa, estão cortando todos os gastos possíveis e imagináveis. Meu curso de holandês foi cortado. As plantas do escritório que eram alugadas serão devolvidas amanhã. Os temporários estão indo pra casa. Férias mandatórias no fim do ano. Todas as viagens de trabalho tem que ser aprovada pelo diretorzão, e ele veta quase todas. Vagas abertas canceladas. Aliás, ontem veio um fornecedor de serviços de engenharia aqui, há 2 semanas ele tinha 1 time de engenheiros disponível, agora tem 4, todos dispensados por empresas automotivas. E dizem que o pior da crise ainda não chegou.

Mêda, muita mêda...

E vocês povo, estão notando esse tipo de coisa na empresa de vocês? O que a empresa produz? Em que país?

Essa é a hora para nos segurarmos nas nossas cadeiras, de engolir sapo, de ser só sorrisos para o chefe... E trabalhar moooito, claro.

Nunca vi facão holandês, e espero morrer sem ver. Bate na madeira três vezes!

quarta-feira, outubro 29

Hum mil cruzeiros

Oi povo! Boa a discussão do post anterior, mas vamos arranjando contas no google ( duvido que exista ainda quem não tenha ) porque semana que vem, os comentários só serão permitidos para quem tiver cadastrado. A opção de "anônimo" estava aberta para facilitar a vida de quem não quer ficar logando toda vez que quer comentar, e não pra facilitar a baderna. No post de ontem, não sei que anônimo é quem.

Anyway...

Estou com preguiça de dar minha opinião e sinceramente o assunto deu o que tinha que dar, só digo que gosto muito da Ana, que é inteligentíssima, e cujas idéias normalmente eu compartilho, mas dessa vez faço das palavras da Pacamanca minhas palavras. E só.

"Cunversinha" de corredor: cêis viram o bafão da Luana Piovani? Então o Dado tentou dar uns safanões nela e acabou quebrando os braços da camareira? Geeente! É por isso que eu sempre quis passar longe de fulano com cara de bad boy, normalmente o cara é badboy mesmo!!! Mas como ela mesma diz no blog dela, se livrou de boa! Ninguém, nem a insuportável da Piovani, merece levar safanões de namorado / noivo / tico-tico-no-fubá safado. Mas eu tenho que perguntar: pô Luana, Dado Dollabela???? Seriously??? Nem que fosse o melhor sexo do universo. Seriously!!!!

Aliás, falando em brasileiros e Brasil, Denise do SdE está por lá e anda dando preços de roupinhas, minhanossasenhora, SP tá assim também? 105 tutus brasileiros por um vestidinho de C&A? Seriously???? E Havaianinhas, tá essa facada também, hein? Bart sempre que vai ao Brasil quer comprar sapatos na Samello, ele ama. Há dois anos, o par custou R$ 375, quanto estará esse ano? Mil tutus? Ah, e brasileiros ainda escrevem hum mil reais em cheque? Eu adorava quando via meu pai escrever hum mil cruzeiros quando eu era pequena, achava que ele não sabia que um era um. :o)

segunda-feira, outubro 27

Viraodisco

Sábado vi uma matéria na CNN sobre o cinema brasileiro. Eles mostraram vários filmes recentes, inclusive o 174 alguma coisa, que está concorrendo ao Oscar de filme estrangeiro. TODOS os filmes mostrados se passam no RJ, todos nas favelas ( apesar do 174 ser dentro de um ônibus ). Falam das favelas controladas pelos traficantes, da polícia corrupta, dos tiroteios, de como até os cineastas tiveram que fazer acordo com os traficantes, sinceramente, um horror.

A única parte que não fala da violência, fala dos bailes funk, e mostram os Mc's da vida e suas mulheres fruta, e o segmento só vem a reforçar a impressão de que no Brasil somos todos pobres, super-sexuados, incultos.

Aí eu pergunto: essa imagem que o cinema brasileiro mostra no estrangeiro ajuda a quem? Só mesmo aos cineastas que enchem os burros de grana com esses filmes que vendem no exterior. Ou então a sei lá que ministro da cultura que enche a boca pra falar que nunca se produziu tanto no cinema nacional. Porque de resto, só prejudica e muito, muito muito mesmo, a imagem do Brasil e dos brasileiros.

Nos negócios, fica todo investidor com medo. Não irei longe, tenho um colega que está começando negócios com uma empresa de Joinville - SC, ele viu Cidade de Deus e ficou apavorado, veio me perguntar se o Brasil era todo daquele jeito, se era seguro investir milhões numa empresa que tem que operar num esquema daqueles, e que ele não iria fazer viagens de negócios ao Brasil. Tive que explicar, com muita dificuldade, que focinho de porco não é tomada.

É prejudicial ao turismo, afinal quem quer ser sequestrado dentro de ônibus? A Thompson, maior agência de turismo inglesa, confirmou esse mês que cancelou a Bahia da lista de destinos oferecidos, e está reconsiderando outros roteiros, devido à baixa procura. Destinos como Fortaleza e Natal, paraíso da gringaiada caçando "namorada" também estão ameaçados. Preciso dizer mais? Sem operadora que organize pacote turistico completo, o turismo internacional no Brasil vai cair muito, gringo gosta de pacote turístico, não de turismo independente.

É terrível para os brasileiros vivendo no exterior, só prejudica a imagem profissional de todos nós, sem falar que nós mulheres temos que viver com o preconceito de que somos todas "mulheres melancias" ou sei lá que fruta é a mulher da hora.

Revoltante, revoltante, revoltante. Central do Brasil mostrou a pobreza, mas pelo menos de uma forma mais poética, e mostra o brasileiro humilde porém "quase honesto". Quando é que esses cineastas vão parar de ser oportunistas e vão mostrar que também conseguem fazer cinema sem apelar para o batido tema "em uma favela do Rio"? Viraodisco aê, meu.

E pegando carona na bronca acima...

Vocês já notaram que eu tenho o dom de conhecer solteiros carentes, e que vêm meio que "choramingar" sua solidão pra mim. Estou começando a achar que é meio que uma indireta para eu apresentar uma eventual amiga brasileira. Whatever...

No sábado eu fui na loja pegar o "banheirista" pra medir meu box, já que minha casa fica numa rua que ainda não existe em mapa nenhum. Nosso "banheirista" é sócio da loja. Ele estava me contando que há 7 anos ele se separou ( ele deve ter uns 40 anos ), e que ele estava bem chateado, deprimido, e um amigo o convidou para ir passar uma semana em Fortaleza. Porque será, hein? Então... Segundo ele, o amigo vai sempre para Fortaleza e disse que lá se curam todas as dores de amor. Segundo o banheirista, sem detalhar as razões, aquela foi a melhor semana da vida dele. Porque será, hein? (2)

E para completar...

Hoje estive numa reunião com um fornecedor que acabou de chegar do Brasil. Ele disse que gostou muito da viagem, que fez muitas compras, mas me perguntou uma coisa muito interessante:

- Adriaaaana, o que me incomodou é que eu vi tanta gente pobre e crianças pedindo comida no semáforo, enquanto tantos outros comem até passar mal no rodízio. Como é que vocês brasileiros conseguem conviver com essa situação, não dá indigestão no rodízio?

É, gringo, boa pergunta...

domingo, outubro 26

Quero Mooooito!



www.crocs.com = US$ 59

www.crocs.nl = € 79

Grllllll...

sexta-feira, outubro 24

Insônia

Que agonia, é uma da madrugada e eu acordada...

É tanta preocupação na cabeça, o empacotamento da casa, os eletrodomésticos que ainda não chegaram, os preparativos na casa nova.

Gostaria de estar curtindo a casa melhor, mas entre um emprego pegando fogo, o tal cansaço descomunal e um marido que reclama de absolutamente tudo, acabo ficando dias sem ir até lá.

Hoje terminaram de instalar a cozinha. Está ficando muito legal, mas ao mesmo tempo, há que se ter paciência. Comprar casa zero é assim, encontrar não sei de onde um saco de paciência. Se você for do tipo de pessoa que exige que tudo fique do exato jeito que você planejou, casa "nieuwbouw" ( recém construída ) não é para você.

Nós escolhemos os móveis brancos bem neutrozinhos, o que dá o toque especial no nosso projeto são os eletrodomésticos, todos de inox e o fogão SMEG design. Entretanto, os eletrodomésticos ainda não chegaram, logo o "tchan factor" não está lá. Tem também a pedra dos tampos, granito preto pra realçar, ainda não chegou e a empresa de montagem coloca um madeirite do mais vagabundo e horroroso, o que também não colabora para o tchan factor.

E a paciência... Eu queria armários que fossem até o teto. A Ikea vende os móveis compridões e um tipo de rodapé no teto, para tapar eventuais vãos. Acontece que nossa casa é inteirinha 15 cm mais alta que o padrão, então o tal rodapé de teto não fecha o vão, e se a gente colocar outro rodapé mais largo vai ficar estranho, aquela faixona lá em cima. Ainda assim, ficou bem bonito, e foi por isso que decidimos deixar como está, mas está diferente do planejado.

E claro que tem tomadas fora do lugar, buracos para exaustor de ar que não existem, a parede sem azulejos, mil coisas pra ir atrás e decidir.

Mudar com a casa prontinha? Nem em sonho.

E olha, é isso que me cansa nessa terra, é isso que me deixa desmotivada e me faz pensar que ainda vivemos na era medieval. Nada aqui é simples ou fácil. Me digam se consigo achar um instalador de eletrodomésticos para fazer a instalação do gás do fogão? Ou alguém pra fazer o tal buraco na parede? Vejam o cúmulo da falta de serviço: minha moteeenha teve um pneu furado, ligo pra assistência pra buscarem-na e só faziam isso das 11 às 12, ou seja, eu teria que sair do trabalho pra consertar um pneu. Aí comprei um spray que incha o pneu e a idéia era ir até a loja, mas a loja abre as 9 e fecha às 5, ou seja, acabei tendo que sair mais cedo pra ir consertar pneu. O fim da picada! E pensam que a história acabou? Só posso retirar a moteeenha das 5 as 9, ou seja, vai ficar lá até sábado.

Vou dormir porque a ranzinzisse chegou, mas gente, sério mesmo, viver nessa terra do contra vai encurtar minha vida, sem falar em todas as rugas e pés-de-galinha.

quarta-feira, outubro 22

Yes, nós te(re)mos bananas...

Meu povo, desempaquei as férias! Aleluia, aleluia, aleluia! O negócio agora é correr para a agência porque o go ahead do Bart eu já tenho!

Prestem atenção, prestem muito bem muita atenção, essa que vos fala vai ficar 14 - QUARTORZE - dias lagarteando sob o sol da Bahia, no Iberostar Bahia em Praia do Forte. Eu sei que 14 dias é uma overdose de Praia do Forte, mas quero aproveitar muito o hotel, então sairemos um dia, descansaremos um dia.

Aqueles que não gostam de praia devem estar fazendo o sinal da cruz nesse momento, mas lembrem-se de que para mim, férias tem que ser praia, e que cada dia de férias fora da praia é um dia praticamente perdido para mim. E graças a Deus, Bart também adora.

Já temos uma listinha de coisas pra fazer, ir à Salvador ver dona Banana ( o resto é secundário ), fazer snorkeling nas piscinas naturais perto do hotel, ver tartaruga marinha, baleia Jubarte, passear de buggy nas praias da região, e loucura: ir até Mangue Seco em Sergipe, um passeio que começa num ônibus, depois pegamos um buggy, atravessamos um rio de balsinha-nordestina ( umas tábuas pregadas empurradas por um tiozinho ), percorremos as dunas onde Tieta foi filmado (a), paramos para comer e nadar na praia, e fazemos tudo isso de volta. Aliás, quem já foi e tem sugestões, mande ver!

Agora quero a opinião de vocês pra uma coisa: vocês acham que gringo é mais bem tratado do que brasileiros em hotéis no Brasil? Eu estou comprando o pacote pela TUI alemã, porque é o único que vende as suítes com vista para o mar, o preço é 15 euros a mais por dia, mas o quarto é maior e tem vista para o mar. Liguei para a CVC no Brasil para ver o preço por lá, já que o euro está em alta, mas eles não estão autorizados à vender essas suítes com vista. Aí eu escarafunchei a internet, e vi que só os operadores alemães vendem esse tipo de quarto. No orkut, várias pessoas dizem que em resorts brasileiros, a preferência pela gringaiada é tamanha, que até a toalha deles é mais felpuda, o que eu acho um absurdo de exagero, mas será que é verdade? Nas vezes anteriores que eu fui ao Brasil, apesar de chegar com o voucher holandês, eu já fui falando português, será que me deram um quarto inferior por causa disso? Os alemães são conhecidos por serem exigentes com hotéis, mas não gosto do fato de um hotel brasileiro vender as melhores suítes só para eles. Bart perguntou: vamos ficar rodeados de krautz?

Gente, como eu amo preparar viagem para a praia! Separar minhas saidinhas de praia, cangas, biquinis / maiôs. Adriana usa maiô, que brega! Claro que uso! Só fica bem de biquini que está super em forma, ou no máximo com umas pouquíssimas gordurinhas a mais, que são desfarçáveis com o modelo certo de biquini. Quem está fora de forma fica SEMPRE feia de biquini. Aí entra o seu "tô nem aí", então se você "não tá nem aí" e que se ferre o que os outros acham das suas banhas expostas, ninguém paga suas contas mesmo, então coloque o seu e viva o sol e a caipirinha. Entretanto, o meu "não tô nem aí" é relativo. Sou gorda, paciência. Não vou ficar me torturando, me sentindo o cocô da pulga do cavalo do bandido e deixar de aproveitar minhas férias. Eu sou gorda, Dita é nariguda, Cida tem as pernas tortas, Nena é orelhuda, e o mundo segue adiante, nem todo mundo é Gisele Bunchen. E sendo gorda, e como todos os gordos, SEMPRE fico melhor de maiô. Não compro modelos da vovó, como sou grande na bunda e não no peito, sempre compro maiôs com decotes bonitos ou tomara-que-caia, aqui na Europa, onde é comum usar "tankini" ( calcinha de biquini maiorzinha com camisetinha curta ) eu aproveito para usá-los, mas biquini, deixo pras magrinhas.

Mas então, os preparativos… Protetor solar daqui, porque são mais baratos e tem mais variedade. Esse ano vou comprar alguns em spray. Cangas, e preciso renovar meu estoque. Me disseram que uma canga está custando 35 reais, sou do tempo que se custasse mais de 10, a gente não comprava. Empacotarei uma havaianinha só, quero comprar mais duas lá. Ai ai ai. Sol, praia, português… que felicidade!

segunda-feira, outubro 20

As malemolengas, agora com mais tempo!

Vocês sabem que eu sou totalmente contra "faça-você-mesmo", né? Demora milênios, é aquela lambança, e nem sempre, dependendo da complexidade da tarefa, fica bom.

A colocação do meu laminado na casa atual foi aquele drama, vocês lembram. Por isso, nessa casa, decidimos pagar para fazerem o serviço. O laminado dos quartos ficou show de bola, o cara que colocou é realmente bom. O cara do piso do térreo entretanto…

A gente comprou um piso "rústico", porque queríamos bem cara de madeira. O piso rústico, mesmo que você compre seleção A, como fizemos, vem com alguns "nós" na madeira. Já esperávamos isso. Entretanto, havia um pacote de tábuas "ruim", com 3 tábuas problemáticas: uma tem 3 nós, o que não é normal na seleção A, uma com uns veios escuro, e para completar tem uma com uma lascadinha na ponta. Eu, que não sou profissional colocadora de piso, nem tenho QI pra entrar na Mensa, teria colocado essas tábuas em algum canto, onde provavelmente o dono da casa vai colocar móveis, mas não esse fulano, ele colocou na frente da porta de entrada da sala. Está feio? Não, mas teria ficado ainda melhor se ele tivesse prestado atenção. E como eu sou crica crica crica, aquele lascadinho está me incomodando psicológicamente. O pior é que eu nem mostrei pro Bart, ele vai ficar um um bico daqui na China, e provavelmente vai querer fazer o zolder ele mesmo, só pra não ter esse povo em casa.

E é esse o "senão" desse povo que vem trabalhar na sua casa. Nem todos são cuidadosos. Para você, aquela é sua casinha querida e tão esperada, aquela que vai comer uma parte do seu salário por 28 anos, a menina dos seus olhos, uma florzinha frágil que tem que ser tratada com uma flor. Óquei, estou exagerando. Mas eu e Bart estamos andando pela casa de meias, só pra não detonar o piso, e o que o colocador-de-piso-porcão fez, além da lambança das tábuas? Ele deixou cola pela casa inteira: no radiador do hall, no piso do toilet - meu toilet novinho! Deixou uma gota de alguma coisa cair no piso ( ou é cola ou é um pingão do óleo-cera ). As paredes branquinhas já tem uns bons riscos, que eu espero conseguir limpar, e no canto onde ele serrou as tábuas, a parede estava inteira amarela, tive que aspirar as paredes! Ainda bem que fui fazer tudo isso sem o Bart, ele teria ficado super puto da vida.

Pelo preço que pagamos pelo serviço, eu esperava além de uma qualidade melhor, que eles limpassem e removessem os restos de madeira, contrapiso, rodapés, caixas, plásticos, mas aqui na Holanda é assim, eles não tem o mínimo interesse em impressionar o cliente entregando uma casa bonita, limpinha, pronta pro uso; você pagou para eles colocaram o piso no chão e é isso que ele vão fazer, quando eu pedi para o cara dar uma limpadinha com o aspirador industrial que ele tinha, ele me olhou com a cara mais feia do mundo, e disse que ía dar uma "leve aspirada", que ele era colocador de piso, e não faxineiro! E deixaram restos de madeira pelo quintal dianteiro todo, os baldes de cola todos endurecidos e com os pincéis grudados, um rolo de pintura cheio de óleo dentro do meu container de lixo verde que chegou naquele dia, e para piorar, fumaram no meu toilet novinho. No sábado passamos o dia lotando o carro com caixas, plásticos, madeiras e dirigindo pro lixão, fizemos isso 3 vezes, quando o cara, com a caminhonete que tinha, teria feito numa levada só.

Apesar de toda a ladainha, hoje, segunda-feira, a casa está com todo o piso dos dois primeiros andares colocados, estão bonitos, a casa está limpa, quase todos os restos foram para o lixão, tudo pronto para receber a cozinha amanhã. E amanhã começará outra novela. Temos que organizar o recebimento dos móveis, a montagem, a medição e pedido dos tampos, a medição e pedido da contra-parede, o recebimento e instalação dos eletrodomésticos.

Pensando agora, eu acho que eu fui muito, muito inocente. Eu achei que pagando, iria simplesmente chegar um dia e ter o piso lindo e tinindo, mas por essas bandas não há dessas conveniências. E pelo jeito, a cozinha vai ser a mesma coisa, com o diferencial de ter umas 10 coisas a mais pra dar errado.

Deus que me ajude!

domingo, outubro 19

Amélia é que era mulher de verdade...

Alguém aí pode me dizer quando é que eu vou poder parar de limpar, limpar, limpar?

Pegamos a casa nova dia 9, limpei a poeira do concreto, uma lambança total. Além do chão, todas as janelas, radiadores, escada, parapeitos. Aí vieram os colocadores de piso, nunca vi tanto pó de madeira na minha vida. Aspirei a casa toda novamente, novamente limpei janelas, radiadores, parapeitos. Amanhã chega a cozinha, vão montar os móveis, vai ter serra-serra, adivinha o que a Adriana vai passar o final-de-semana que vem fazendo? Limpando!

Bart está no último do stress, estou até evitando chegar perto. São mil contratos chegando, tendo que ser lidos, assinados, corrigidos, é água, luz e gás, telefone-internet-TV, registro na prefeitura, mudança no correio, assinatura de venda, assinatura de compra, um caos.

A empresa de mudança deixou 100 caixas para eu começar o encaixotamento, me perguntem se tem 1 pronta? Tá me dando o maior medo, vai ser a maior correria se eu não começar logo!

E continuo sem ânimo pra nada! Pra nada!

A essa altura, ainda sem ter fechado o pacote no Iberostar Bahia, me pego pensando que delícia que seria, estar agora sentadinha numa cadeira à beira da piscina, com uma batidinha de maracujá do lado, o sol me esquentando e dando aquela moleza... Gente, que acontece comigo, estou querendo que o mundo acabe em barranco para morrer encostada, e o pior ainda nem chegou! Antes de sair de férias irei comer o pão que o diabo amassou com a bunda suja.

Mêda, muita mêda...

sexta-feira, outubro 17

Post de ontem, hoje

Hoje comecei mal meu dia. A esfriada repentina me trouxe um princípio de sinusite, e acordei com a cabeça latejando. Antes de sair de casa, tomei meu comprimido de Centrum ( que é enorme ), e ao chegar na empresa, com a dor de cabeça ainda pior, tomei duas aspirinas. Tudo difícil de digerir, no meu estomaguinho costurado, tentei comer um pedaço de pão por cima, ferrou, entalei. Nunca tinha entalado tão horrivelmente quanto dessa vez, nem água descia. Poupar-vos-ei dos detalhes tristes dessa história até o desentale, mas só agora, quase 3 da tarde, morrendo de sede e faminta, consegui tomar um copinho de chá com uns biscoitinhos de criança.

Claro que minha mente doidona já pensou num novo regime, o regime do entale. Um centrum, duas aspirinas, meia fatia de pão com margarina light, e a próxima refeição só no jantar, se você tiver desentalado até lá. Sou mesmo louca!

Daí eu lembrei da história. Assim que eu comecei a trabalhar aqui, uma senhora de algum departamento aqui por perto se suicidou. Me arrepia toda essas histórias de suicídio. Dizem meus colegas que ela sofreu um acidente de carro onde o marido morreu e ela teve traumatismo craniano. Em decorrência do acidente, ela perdeu o olfato e o paladar. Já imaginaram gente, não sentir cheiro de nada, nem gosto de nada? E o perigo? Não sentir o cheiro do gás escapando, ou de alguma coisa queimando no fogão, não conseguir sentir o gosto de algum alimento estragado… Mas o pior é mesmo viver para sempre sem sentir seus sabores favoritos, ou sentir o cheiro da sua flor predileta. É cruel demais.

Sei que a falta de olfato e paladar é melhor que a morte, mas pelo que dizem, ela já tinha certa tendência à depressão, e com essa barra toda, morte do marido, adaptação à vida sem cheiro e sem gosto, que ela não aguentou.

Se há doença que eu acho tinhosa de se diagnosticar é a depressão. Como separar a depressão física, ou a depressão profunda, essa que pode levar o sujeito à uma loucura dessas, das simples tristezas e mazelas do dia-a-dia?

Aos 18 anos o término de um namoro me levou a um PS pedindo "alguma coisa que me faça parar de pensar". Eu estava tão arrasada, tão triste, tão deprimida, tão sem saber o que fazer, e a cabeça maquinando o tempo todo, que eu precisava de um tempo de sossego pro negócio acalmar na cachola. Minha mãe me levou ao PS e tudo que eu disse foi isso: por favor, me faça parar de pensar no ocorrido, senão eu vou enlouquecer. A terapia indicada no momento foi um leve antidepressivo e remédio para dormir. Eu dormi 20 horas por dia por uma semana. Uma hora acordei, toda desmazelada, respirei fundo, e disse "óquei, a idéia assentou, entrou na cachola, cansei de morrer em vida, bola pra frente, que ande a fila!". Até hoje agradeço a esse médico que não pensou: "bobeira de adolescente, logo passa" e me receitou um paracetamol - no Brasil é Doril, né?

Minha mãe me conta que enquanto eu estava lá falando com o médico, ela conversou com a enfermeira de plantão, explicou meu "causo", e a enfermeira disse que a melhor coisa que ela fez foi me trazer ao PS, e que na semana anterior uma moça havia pulado do último andar do prédio em frente do hospital exatamente pelo mesmo motivo, que deu tempo ainda de socorrê-la, mas que ela morreu na mão daquele médico que estava me tratando. Será que foi por isso que ele foi tão legal comigo? Sei lá, se foi, abençoada moça, abençoado médico

segunda-feira, outubro 13

Sonho meu... sonho meu...

Sabem o que eu queria mesmo mesmo mesmo fazer chegando no Brasil? Um check-up geral. Mas não vai rolar, primeiro porque ( acho que ) vamos pra Bahia e não vou ter muito tempo em SP. Segundo porque Bart fica resmungando que é desperdício de dinheiro, já que a gente tem seguro aqui, e o hospital de Eindhoven é um dos melhores do país. Terceiro porque não tenho mais referência de bons médicos, tem tanta gente nova lá no Garrido ( instituto onde fiz a gastroplastia ) que eu nem sei mais se os médicos de pós-op são bons.

Mas gente, o cansaço todo que eu sinto não é normal, não é normal mesmo! Reclamo para a minha médica daqui, ela faz um examezinho de sangue ( ferro ) e me diz que está dentro do esperado, mais nada. Mas eu vivo me arrastando! Até as coisas que eu gosto eu não faço mais. Faz séculos que não vou ao cinema, décadas que não dou uma voltinha de bike, milênios que não dou uma boa batida de pernas pela cidade. Se vou fazer compras, não importa do quê, desisto antes de escolher qualquer coisa, estou apática pra compras. Chego em casa e corro pro sofá, não tenho energia pra fazer nada, nem pra pesquisar minha coisinhas pra casa nova na internet. As férias estão empacadas sem decidir, as cortinas, o pedreiro... Guardamos dinheiro na conta porque eu não tenho ânimo de gastar nada! Gente, fui ao 3D da Bijenkorf, afe saí de lá em 10 minutos, comprei um batom de 3 reais e uma bolsa dobrável da Oilily de 9, e pelo catálogo vi que tinha tantas coisas legais!

Já pesquisei a internet de fio-a-pavio, listando doenças cujo principal sintoma seja o cansaço e a apatia, mas quer saber? Detesto gente que fica se auto-diagnosticando via internet, e não serei uma. Tenho uma médica, ela não é ruim, mas vive nesse "lugar comum" da mente holandesa que toda mulher que trabalha fora e tem um emprego de maior responsabilidade acaba trabalhando demais e daí o cansaço. Adoro meu trabalho! É cansativo? É! Mas saio da empresa mil vezes mais leve e contentinha do que eu saía da Bosch, não sei nem explicar como minha vida melhorou.

Mas então povo, é isso aí. Não quero gastar meus dias de férias entrando e saindo de hospital e laboratório, mas que tô de saco cheio de viver me arrastando, ah isso tô.

Alguém aí tem um vidro de Biotônico Fontoura?

domingo, outubro 12

Eu odeio a musiquinha do Fantástico!

Aqui não tem Fantástico, mas aquela sensação que dá quando a gente ouve a musiquinha é a mesma... As próximas semanas serão barra, estou tremendo nas bases desde já.

Acho que nunca vi Bart mais feliz, essa casa é realmente a realização do sonho dele. Eu estou a ponto de beijar o dedo mindinho do pé dele, porque ontem eu estava morrendo de dor nas costas e esse homem carregou, sozinho, 25 caixas de piso laminado escada acima. Sorrindo.

As coisas não estão fáceis pra ele, ele está com a maior carga de responsabilidade nas costas, já que para muitas coisas o meu holandês macarrônico e a minha falta de conhecimento das complicações holandesas atrapalham, ou impossibilitam que eu ajude mais.

É muita coisa pra ajeitar, fazer, lembrar. Mil contratos pra renovar, mil datas para calcular, mil contas pra pagar.

Aliás, as contas...

Olha, hoje agradeço cada minuto por não ter gasto grana em restaurantes, roupas de marca, carro caro, porque mudar para casa zero quilômetros requer bolsos fundos, muito mais do que a gente antecipava.

Pensávamos em deixar certas coisas para o ano que vem, mas vamos ter que antecipar bem. O zolder vai ter que sair a toque de caixa, a casa nova tem um sistema do além que filtra o ar da casa e recircula, assim a temperatura é aproveitada e se usa menos energia. Pelo jeito é eficiente, já que a empresa de energia estimou nosso gasto, e em decorrência nossa conta, a níveis bem mais baixos que na casa atual, e a casa nova é bem maior. Mas... o sistema monstro zumbe, um zumbido constante que EXIGE que a gente construa paredes em volta dele. Ka-tchin, lá vai dindin.

E as cercas do jardim terão que ser providenciadas com os vizinhos ASAP, a vizinha do lado tem uma labrador preta que eu adorei, chama-se Zoe e é bem treinadinha, mas... bobeou acaba com meus meninos numa dentada. Vai ter que rolar uma booooa cerca, com algo mais pra distanciar os gatos da casa da vizinha, pra não ficar aquele mia de cá, late de lá. Ó céus.

Agora me vou...

É fantástico - tchan!

sábado, outubro 11

E o pulso ainda pulsa!

Não, não fui dessa para melhor não. Ainda!

Pegamos as chaves! Mil coisas pra contar, mas tempo zero.

Quando compramos o piso, após o negócio feito é que o cara da loja disse que o entregador deixava o piso "na porta", a gente que tinha que colocar pra dentro, para então os colocadores de piso poderem trabalhar. Eu achava que pagando para os caras colocarem, a loja cuidava de tudo, tolinha eu.

Drama, drama, drama. Entrega de manhã, tchu-tchu com pagamento. Outra entrega de tarde, piso errado. O entregador deixou as caixas de piso no meio da rua, e detalhe: a rua do lado, porque a minha ainda não estava "calçada". Demoramos 3 horas para colocar todo o piso pra dentro.

No dia seguinte volta outro entregador para pegar aquele piso e nos dar o certo, e queria que nós trouxéssemos o piso de dentro pra fora e o novo do caminhão pra dentro. Batemos o pé e ele fez. No total, entre piso de madeira e laminado pro primeiro andar foram mais de 50 caixas, os pisos de madeira pesando quase 20 quilos cada.

Estamos mortos. Minhas costas latejam tanto que nem remédio mais faz efeito.

E hoje alugamos um aspirador de pó industrial para limpara o chão. Mais quebra-costas. Haja Voltaren, muito Voltaren.

E agradecendo cada minuto que apesar desse lambança, no final de semana que vem a gente já vai ter piso colocadinho.

Me vou povo, dormir não sem antes tomar uma derradeira dose de alguma coisa que amenize a dor. Estou descadeirada!

terça-feira, outubro 7

The winner takes it allllllllll...

Estou querendo muito, muito mesmo ir para a Grécia no ano que vem, ou melhor, Ilhas Gregas. Holandesa acabou de chegar de Rhodes e eu babei nas fotos, porque somos ratões de praia, já nos vi morrendo de fazer snorkel e de dar nadadinhas naquele marzão azul. Sem contar que tem acrópolis, tem ruininhas, e muita, muita comida grega, claro.

E eu digo Ilhas Gregas porque além de ir à Rhodes eu gostaria também de ir a Santorini. Assisti o filme "The sisterhood of the travelling pants" ( bem legal, levinho, com paisagens lindas da Grécia ) e fiquei de queixo caído com as paisagens de Santorini. Preciso muito ir lá.

E de quebra estou tentando baixar Mama Mia, que se passa na Grécia. Toda vez que me falam de ABBA eu lembro do "The winnter takes it allllll" ou da Perla cantando "Chiquitita dime porqué"... Eu sou brega minha gente, muito brega.

Aliás, deixa eu mudar totalmente o rumo dessa prosa.

Essa semana falei com a minha mãe no Brasil. Sabem, tem horas que é até bom estar longe. Vocês sabem que a família da minha mãe é bem humilde, né? É praticamente impossível em um determinado momento TODOS estarem bem. Um está com as parcelas do carro atrasado, outro perdeu o emprego, uma está com dor-de-cotovelo porque o ex está namorando... E minha mãe se preocupa com todos, de perder o sono. Juro que estou pensando em, dessa vez que vou ao Brasil, puxar minha tia de lado e pedir pra ela conversar com as minhas outras tias e dizer pra elas pararem de contar as mazelas pra minha mãe. Minha mãe vai se sentir excluída, mas pelo menos não vai perder noites de sono. Ela não se controla e não aprende que a família SEMPRE fez o que quis, sempre viveu como quis, nunca ouviu conselho de ninguém, e que não é agora que vão mudar de atitude ou que a situação no geral vai mudar.

A vida inteira minha mãe falou para fazerem uma poupancinha, sempre disseram que pobre mal tem dinheiro para comer, quem dirá para poupar. Mas quando estiveram melhorzinhos, jamais abriram uma poupança, mas correram para as casas Bahias comprar sofá, DVD player, aparelho de som. Até aí tudo bem, afinal cada um vive sua vida como quer e gasta seu dinheiro como lhe agrada, mas quando a maré vira, é lá no ombro da minha mãe que vão chorar as pitangas e pedir empréstimo. E sempre pagam de volta, nunca deram calote, mas minha mãe fica em pandarecos, pensando em como eles vão sair daquela, que mal há dinheiro para comida, que tem as contas da casa pra pagar, e ainda por cima um empréstimo.

E minha mãe, coitada, agora tem lá um dinheirinho do divórcio que ela investe e de onde ela sobrevive, não pode ficar arriscando. Mas para a família, o que ela tem é uma fortuna! Quando saiu o divórcio, o gerente do banco sentou com ela, explicou como ele ía investir o dinheiro dela, mostrou o quanto ela podia gastar por mês para que o montante continuasse crescendo, foi tudo planejadinho. Mas para a família ela era uma boba: um achava que ela deveria investir numas duas casas e alugá-las, outro que ela deveria comprar terrenos e esperar que valorizassem, outro que ela deveria começar um negócio próprio. Ninguém pensou: ela já está com certa idade, não tem uma saúde de ferro, está divorciada, o melhor é deixar o dinheiro no banco rendendo mesmo.

E daí tem a minha avó. Minha avó sempre achou que filho é investimento. Minha mãe e minhas tias sempre trabalharam desde pequenas, uma delas com 8 anos já foi levada pra uma casa onde ela era empregada doméstica. Ah, lindo falar do trabalho infantil lá longe, né, mas nós, macacos brasileiros estamos sentando nos nossos próprios rabos. Anyway. Minha avó. Então, minhas tias trabalhavam e mesmo adultas, metade dos salários tinham que ir para a minha avó. Minha avó nunca usou esse dinheiro para nada que não fosse comida ou manutenção da casa, mas mesmo assim. Agora, ela acha que os netos tem que ajudar, no que eu concordo, já que os pais estão passando por uma situação difícil mesmo, mas para ela ajudar é deixar metade do salário ou mais com os pais, e isso, é claro, eles não fazem. Aí fica aquele inferno, porque para piorar, pobre mora sempre perto ou junto. Minha prima, que é compradora compulsiva, a casa blusinha de brechó que compra ouve uma ladainha da avó. A outra, sempre que sai arrumadinha, ouve que vai gastar 'a toa, com bebida". Ó céus.

Não consigo fazer minha mãe entender que cada um faz suas escolhas e cada um toma seus tombos, que não vai adiantar nada eu ficar daqui ( ou ela de lá ) me preocupando com as cagadas e mazelas alheias. Se a situação ficar insuportável e vierem me pedir ajuda, eu ajudo se puder, passo se não puder. Eu não vou sofrer em antecipação. E tem mais, minhas tias todas tem filhos, eles que se preocupem, eles que ajudem. São desmiolados e estão criando filhos desmiolados. Os pais vivem uma vida de carnê em carnê, a filha assim que consegue o primeiro emprego se enfia em uma dúzia de financiamentos. Ninguém se admira se a fulana diz: abri uma caderneta de poupança, mas todo mundo acha o máximo ela comprar o fusquinha pra pagar em 2 anos. Aí ela perde o emprego, o pai, ao invés de deixar tomarem o carro de volta para ela aprender, vai lá e paga as prestações pra ela, enquanto em casa falta comida e os parentes tem que comprar até arroz. Depois choraminga que os filhos não tem responsabilidade. Quero ver neguinho ver carro, ipod, o escambau sendo repossuído, e não aprender a fugir de crediário que nem o diabo foge da cruz.

É com um arrepio na espinha que eu vejo o MediaMarkt chegar em Eindhoven com seus parcelamentos. Uma das poucas coisas boas que tinha aqui, a cultura de só comprar quando se tem dinheiro, está indo para as cucuias. Cada vez mais vemos propaganda de empresas de empréstimo na TV, todas mostrando um casal sorridente com seu carro novo, seu banheiro renovado, saindo de férias... beiram o absurdo essas propagandas. Dizem que vai ser proibido, que nem propaganda de cigarros. Faço votos.

segunda-feira, outubro 6

Correndo mais que o coelho da Alice

Sem tempo pra nada, na empresa uma loucura, em casa mais ainda, já que quinta pegamos as chaves e aí é correr contra o relógio.

Se eu dissesse pra vocês de onde eu estou postando vocês íam cair na gargalhada. Ou não.

Mas não tem problema, se a gente fizer cagada e não souber como consertar, ou ficar sem resposta pra alguma coisa, ou simplesmente ignorar a resposta, a gente dá uma piscada "a la Palin" e tudo se resolve, né mesmo?

Ah, gatos de regime até que estão se dando bem, só o Plato que acorda 5 da manhã e se o pratinho está vazio ele vai me acordar. Pestinha!

quinta-feira, outubro 2

A ex-grávida e os gatos em pandarecos

Quando minha colega da empresa anterior voltou de licença maternidade e, mesmo trabalhando um dia a menos por semana, foi promovida, eu comentei aqui e comemorei o fato de a maternidade não ter prejudicado a carreira dela. Pelo jeito comemorei cedo.

Aparentemente, o novo diretor acha que se a pessoa não está disponível 5 dias por semana e não tem disponibilidade total para viajar, deve então ser colocada em projetos menores, deve ter um cargo mais operacional. A verdade é que havia um gerente de engenharia que sempre reclamava quando ele procurava a ex-grávida às sextas e ela não estava, e o nosso antigo diretor sempre falava pra ele se programar de forma efetiva, e se adaptar à situação, e esse diretor de engenharia não reclamava porque era antiético, proibido por lei, sem falar que era injusto, pois ela voltou da licença maternidade com gaz total e estava trabalhando super bem. Mas o novo diretor de certa forma concorda com o descontentamento desse gerente de engenharia, e acaba não dando apoio algum à minha ex-colega.

Quem vier falar que a maternidade não prejudica a carreira da mulher, mentira! Tudo vai depender do superior que você tiver, da forma como ele vê a situação. E vai depender também de que tipo de trabalho você tem, quanto mais operacional for, mais fácil é programar as atividades do seu dia de outra forma ou passar para outra pessoa. Eu também acho que se a mulher quer muito ter seu bebezinho, dane-se chefe, carreira, whatever, você vai ter seu filho e pronto. Mas entrar numa empreitada dessas achando que vai ser moleza é burrice.

Ah, mas eu ía esquecendo de contar. Estou falando disso porque a ex-grávida também está deixando a ex-empresa. Ninguém gosta de ser colocada de escanteio, ser promovida a gerente num mês e três meses depois ser colocada em projetos secundários, só porque o cacique é outro e pensa diferente. Não estou mais lá para ver o que está acontecendo, mas a situação deve estar insuportável, pois sei que há meses ela estava super contente com a promoção e trabalhando muitíssimo bem em vários projetos legais, naquela época nem pensava em sair da empresa.

Trazendo isso para a minha realidade, ter a carreira desacelerada me incomodaria tanto? Hoje penso que não. Cheguei onde queria, não me importaria de estacionar por aqui um bom tempo. Saí das "trincheiras", não fico mais comprando pecinhas, o que depois de 10 anos em compras cansa, mas apesar de ser "manager" no meu cargo, não sou chefe de ninguém. Detestaria ser chefe de alguém. Eu não nasci para manter neguinho motivado, para dar reprimenda sem ferir os brios do cidadão, pra aguentar neguinho que vem com crise de identidade porque se olhou no espelho de manhã. Estou feliz onde estou. Mas porque então não arrumo uma creonça? Porque ainda não sei o que fazer com ela. Ainda não sei como criar "menino", como dizem fora de SP, sem ajuda de mãe, cunhada, tias, etc. Ainda me dá arrepios pensar que naquele dia que eu chego em casa estourada, teria ainda que ir cuidar de um bebê, além de cozinhar, dar atenção pro marido, limpar o banheirinho dos gatos.

E, on top of that, acho que seria uma péssima mãe, não teria pulso. Ontem levei Plato e Ty para o check-up anual e vacinação. Levei uma enorme bronca, enorme! Ty não engordou tanto, passou de 8,3 para 8,6 quilos, mas ele já estava acima do peso, e ao invés de emagrecer, engordou. Plato está oficialmente GORDO, passou de 7,6 para 8,4, um ganho enorme em um ano. A barriguinha ( ona ) dele foi medida e está bem maior do que deveria, e a médica me fez apalpar as costelas dele, que óbvio não se acha. A veterinária olhou bem para mim e me disse: você acha que está fazendo o melhor para eles, mas nesse ritmo, eles vão estar sériamente obesos em 2 anos, e gatos obesos vivem menos, e a qualidade de vida é pior. E ela está certa, certíssima. Tenho que acordar mais cedo, dar comida pra os dois em cômodos separados, ir tomar banho, guardar a comida, e dar a segunda refeição só quando eu voltar do trabalho. Hoje deixo lá à disposição deles e eles abusam! Mas me corta o coração ver como o Ty fica em pandarecos quando está com fome, e o Plato fica uma peste, mia até! E sinceramente, que outras alegrias tem um gato na vida senão dormir, brincar com o dono, e comer? Tem que entrar no regime? Cruel! Eu olho pro Plato e acho que ele está ótimo, um espetáculo, principalmente nessa época do ano que o pêlo está cheio, comprido e macio, parece um bicho de pelúcia! Como negar comida praquele anjinho com carinha de piduncho?

quarta-feira, outubro 1

Falando sozinha... ou não?

Broodje Gezond, ou "sanduíche saudável", tem margarina, queijo amarelo, presunto, muito ovo cozido ( !!! ) e umas folhinhas de alface. Se você tiver problema de colesterol vai morrer com um lanche saudável desse. É o meu almoço hoje.

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Quero uma máquina de lavar roupas que também seque. Assim economizo a operação de tirar de uma pra colocar na outra e de quebra ocupo um espaço só na casa, já que a lavanderia vai ser meio apertada. Comecei me horrorizando com o preço de uma, Euro 1100, e continuei me horrorizando com o gasto de água: no módulo econômico, 50 litros por ciclo. Povo, 50 litros de água é muita água, né não? Ou tô viajando? Se alguém souber se essas máquinas são boas, me avise.

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Olha, vou dizer, tem horas que dá vontade de parar de assistir Grey's Anatomy, viu! Ainda bem que a vontade passa. Então. Vamos supor que estamos falando da vida real. Não importa quão insegura, burra você seja, ou o quanto você tenha medo de compromissos, se você encontra um cara fantástico como o Derek, namora vai-e-volta 4 anos ( afinal estamos no 5 ano da série ), compram um terreno e planejam uma casa, perguntar pra sua melhor amiguinha se ela acha que você deve ir morar com o cara antes é inaceitável. Inaceitável também são todas as demais dúvidas, afinal você não tem mais 18 anos. Detesto quando o mundo irreal da TV fica tão irreal que perde a graça. Tá ali ó, na beirinha de perder a graça.

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Para quem sempre pergunta em que canal holandês passa minhas séries: em nenhum! Quando passa, passa com pelo menos um ano de atraso. TV tá ficando demodê. A solução é discretamente, muito discretamente, dar uma olhadinha no site mininova.org. Hint hint hint.

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Vocês sabem que eu acho que grama foi criada pelo Demo, né? Pois bem, Bart olha para o vizinho de trás da casa nova, já com um gramadão plantado e manda ver: acho que teremos que fazer isso. Eu queria matá-lo. Já falei, eu não podo, não adubo, não verticuteio. E tem mais, Ty come grama e vomita, e sou eu que tenho que sair atrás dele limpando, então não limparei mais vômito de gato. A casa nova tem que ser mais prática, principalmente porque estou orfã de empregada doméstica, e não mais trabalhosa do que essa. Homens, bah!

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Nem sei porque estou assistindo 90210. Adriana véia. Véia véia muito véia. Achei que hoje em dia, praticamente 20 anos depois da primeira versão, discussãozinha de transar ou não transar com o namorado fosse coisa ultrapassada, mas pelo jeito não é. Na primeira versão, quando a Brenda suspeita que está grávida foi um escândalo, todo mundo falando que "não deviam abordar isso na série, como se fosse comum uma menina de 16 anos ser sexualmente ativa" ( e era comum, mas não era falado e não era discutido ). Nessa edição, no primeiro capítulo aparece no novo galãzinho ganhando um BJ no carro. Ohhhhhhhhh. Adriana véia véia, muito véia!

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Falei com a Holandesa que está na Grécia. Judia de mim, judia! Ela estava caminhando na praia, dava pra ouvir as ondas fazendo chuá, me deu vontade de chorar. Chuá de ondinhas de lá, chuá de chuva daqui. Mas dezembro tá logo aí, e eu irei para a praia, se Deus quiser. De quebra, descobri que a empresa nova tem um jeito esdrúxulo de contar horas e eu terei não 16 dias úteis de férias até o fim do ano, mas 21. Alegria alegria alegria.