terça-feira, maio 1

Da redondice do ser

Ontem foi dia da rainha, um mini-feriado prolongado pelas bandas de cá. Como eu não sou mesmo de sair e festejar, me propus a fazer um daqueles álbuns de fotografia online para a minha mãe, já que o dia das mães está chegando.

Escolhi o site com melhor custo benefício ( Kruidvat ), baixei o software e aprendi os macetes básicos ( não, não é super fácil, ao contrário do que dizem ), e comecei a escolher as fotos – a proposta do álbum é fazer uma coletânea das nossas viagens, a começar pela lua-de-mel.

Ver minhas fotos no spam de 10 anos foi interessante. A primeira constatação é que ainda ( bate na madeira três vezes ) não enruguei muito, acho que estou bem apesar da minha avançada idade ( cof cof cof ). Outra coisa positiva é que apesar de eu estar acima do peso, estou obviamente estacionada a 7 anos, e constatei isso porque ainda tenho o jeans que usei nos EUA em 2005 e ainda me serve bem.

Agora vem a parte ruim. Se há anos eu vivo nesse lenga-lenga de que preciso emagrecer, agora é oficial: só serei feliz se emagrecer 9 quilos. Meu objetivo é voltar ao corpo que eu tinha em 2003, na minha viagem para Roma com o marido ( quem quiser ver foteeenhas, tá no facebook, meu perfil é público ).

Mas Adriana, você fala nesse negócio de dieta e Low carbs e bla bla bla há anos… Exatamente, e isso é que está me deixando pissaroca da vida, o chove não molha. Emagreci o que engordei depois da hospitalização e tratamento para a anemia, mas estagnei. Não, não vou choramingar que meu organismo retem liquidos, que eu emagreço devagar e tantos outros mimimis “totally lame”.

Eu sei do que preciso: 3 meses de dieta low carb ferrenha aliada a pelo menos uma hora diária de um exercício físico. Depois, manutenção com uma dieta low carb um pouco menos ferrenha e exercícios moderados. Simples assim.

E é aí que a porca torce o rabo. Se às vezes eu me surpreendo comigo mesmo com toda a minha dedicação e persistência em outras áreas da minha vida, essa do regime me faz  sentir um fracasso total. Eu me pergunto mil vezes: porquê? Porque é que as contrariedades da minha vida não me vencem ( tentar vencer no mundo corporativo sendo mulher e imigrante, ser casada com um estrangeiro e todas as diferenças culturais que isso traz, viver longe da família e ver os sobrinhos lindos crescer tão longe de mim ), mas resistir a um simples pacote de cookies é uma montanha intransponível?

Fui uma criança magrela até os 5 anos, aliás, venho de uma família magrela, então onde foi que o trem descarrilhou? Foi algum trauma? Estava tentando agradar a minha crítica mãe? Foram as vitaminas mastiguinhas ( quem mais aqui tomou? )?

Bom, agora que eu desabafei, peço desculpa por mais um post de gorda-atormentada. Gente, gordo e gordo de regime são a turma mais chata da paróquia. O gordo ( eu ) é chato porque só reclama, quando a única coisa que adianta mesmo é fechar a boca e mexer a pança. O gordo de regime ( eu, most of the time ) é mais chato ainda, porque só fala dessa coisa insuportável que é regime – e muitas vezes esquece o que o levou a precisar passar fome, e fica discorrendo sobre a maravilha e a facilidade que é fazer regime x, y ou z.

Como eu costumo dizer, gordo é um trem estranho. A obesidade é a droga e a cura. Os quilos extras são a doença, o vício, a droga ao qual a gente não consegue dizer não; a cura é a alegria incomensurável de perder esses quilos, a vontade de sair gritando nossa felicidade ao mundo cada vez que a balança baixa 1000 gramas. Ou 500 gramas. Ou qualquer graminha mísera.

Nessa incarnação estou pagando o karma de umas 10 juntas. Devo ter sido um daqueles glutões em alguma corte real no passado, por várias encarnações.

Só tenho uma coisa a dizer: banhas, vocês não hão de vencer!!!!! Eu acho…

2 comentários:

Luna disse...

Ah, Adriana, que dureza!
Agora imagina: fiz a cirurgia do estomago e agora o médico que fazer de novo. Quer tirar um pedaço maior do meu intestino, pois apesar de comer pouco, meu organismo absorve tudo.
So que no meu caso, ha risco.
Optei por exercicios (2 horas por dia, 3 vezes por semana - 1 de natação e uma de musculação), so um paozinho por dia, nada de chocolate e fritura e muito iogurte e salada...
E adivinha? em um mês, perdi 30 dias. E só um quilo.
Pois é... de cortar os pulsos...

Luna disse...

Ah, Adriana, que dureza!
Agora imagina: fiz a cirurgia do estomago e agora o médico que fazer de novo. Quer tirar um pedaço maior do meu intestino, pois apesar de comer pouco, meu organismo absorve tudo.
So que no meu caso, ha risco.
Optei por exercicios (2 horas por dia, 3 vezes por semana - 1 de natação e uma de musculação), so um paozinho por dia, nada de chocolate e fritura e muito iogurte e salada...
E adivinha? em um mês, perdi 30 dias. E só um quilo.
Pois é... de cortar os pulsos...