quinta-feira, janeiro 3

E como foi a Tailândia?

Estamos de volta. E como foi a Tailândia?

Várias pessoas aqui no trabalho foram pra Tailândia pra fazer um roteiro cultural pelo norte do país. Meu interesse em ver a "ponte sobre o Rio Kuait" era zero, e embora os templos ao norte pareçam ser lindos, os de Bangkok já nos satisfariam numa primeira viagem. Fiquei mesmo só na vontade dos campos de arroz, que se vêem só pro norte. Então resolvemos visitar duas localidades litorâneas, além de Bangkok.

Voamos com uma empresa Taiwanesa chamada EVA. Os preços são bem mais baixos que os da KLM e dava pra bancar Business Class ( Premium Laurel ), então fomos de Premium Laurel na ida, já que era um vôo noturno, e Elite Class na volta, era um vôo diurno. A Premium Laurel era tão maravilhosa que nos arrependemos de não ter reservado ida e volta. Economizamos 300 euros por pessoa voltando de Elite na volta, mas que delícia foi a Premium Laurel. A volta de Elite foi também muito boa, recomendo quem for voar de EVA e quer um pouco mais de conforto, que banque a Elite, já é bem, bem, bem boa. A sacada da Premium no vôo noturno é que íamos direto pro próximo destino chegando em Bangkok, então fez toda a diferença termos dormido a noite toda nas poltronas que viram camas.

A primeira localidade foi Koh Samui, uma ilha. Escolhemos um hotel chamado Sala Samui, ele era estilo bem tailandês e os quartos com piscina privativa tinham um preço interessante. Na Tailândia inteira não há um só hotel all-inclusive, por isso era importante que o hotel ficasse próximo de restaurantes, pois não queríamos ter que depender de hotéis e seus preços altos para todas as refeições, e o Sala Samui ficava. Além de restaurantes ao redor, tinha também vários 7/11 onde comprávamos água, refris e snacks. Aliás, uma orgia, comprávamos vários refrigerantes, salgadinhos, bolachinhas, tudo tailandês – produtos importados são caros – e na hora de pagar, 3 euros. Durante o dia, andávamos pela praia e a 100mt tinha vários restaurantes de praia, com 8 ou 10 euros ambos comíamos bem e tomávamos cerveja, nos dias que tomamos refri ficou até mais barato. De noite andávamos pela ruazinha do vilarejo e um jantar com appetizer, prato principal, bebida, ficava uns 10 ou 12 euros. Um pad-thai custava em média 2 euros, esse era nosso critério de comparação entre os restaurantes.

Nós gostamos muito do hotel. O quarto em si era bem pequeno, e o banheiro era "a céu aberto", no meio de um jardim, o que quer dizer – sem ar-condicionado, e como fez mais de 30 graus todos os dias, o ar-condicionado fez falta, mas o banheiro era lindo e enorme, mas o principal: tinhamos um "quintal" com varanda, deck com espreguiçadeiras e nossa piscina particular, completamente privativa. O café da manhã, incluído, foi o melhor que já tivemos nesses 10 anos de viagens. Começava com um cardápio a-la-carte fenomenal, ainda sonho com os Eggs Benedict que comi todos os dias; e era complementado com um buffet de muito alto padrão. Como eu mandei um e-mail antes informando que era nosso aniversário de casamento, ganhamos uma massagem para dois e um jantar típico para dois, tanto a massagem quanto o jantar foram ótimos. A praia em frente ao hotel não era magnífica, andando uns 3 minutos tinha um trecho de praia melhor, e foi o que fizemos todos os dias.

Em geral, não fiquei muito bem impressionada com Koh Samui. Tudo me lembrou demais a Praia Grande nos anos 70, até a vegetação é típica da Mata Atlântica Paulista! A praia era cheia desses restaurantes que alugam cadeiras de praia, o que pode funcionar na Itália, mas na Tailândia dá um ar meio decadente. Ambulantes vários passando vendendo comida, biquinis, sorvetes, até milho! O vilarejo em si, calçadas intransitáveis de tantos buracos e sacos de lixo esperando coletas e cachorros de rua por todos os lados, quem gosta de animais volta com o coração partido. Contratamos um tour particular no hotel para visitarmos o resto da ilha. Quanto à praias, a impressão foi a mesma em todas: lotadas; quanto ao resto da ilha, achamos os templos simples mas bem cuidados e interessantes, Chaweng, o trecho mais famos, achamos um misto de 25 de março com o Piscinão de Ramos. O que gostamos foi de passear pelo Fishermen Village, pena que perdemos o mercado noturno de sexta-feira, mas chovia cântaros.

Voltaria a Koh Samui? Não.

Aliás, uma experiência a se contar. Nosso ticket business class da EVA foi comprado pela agência de turismo ARKE ( dá pra comprar online, mas pra ir com uma classe e voltar em outra, só via agente de turismo ), nossa passagem pra Koh Samui via Bangkok Air foi comprado também via Arke, então nos registraram até Koh Samui como uma passagem só, não tivemos que pegar as malas em Bangkok e pudemos utilizar o VIP lounge do aeroporto BKK. O aeroporto de BKK é muito bom, e quem não tem VIP lounge pode sentar em qualquer outro restaurantezinho e esperar seu vôo, mas a experiência adquirida é que vôos na Tailândia estão sempre atrasados, logo, esperar no lounge tomando suquinho e comendo coisinha indecifráveis foi bem legal. Em Koh Samui, indo pra Krabi, não tínhamos business class, porque eu sou uma anta e quis economizar 15 euros por pessoa, e embora não haja assento business per se em Koh Samui, o aeroporto é inteirinho sem ar-condicionado, a única sala com ar-condicionado adivinha qual é? A VIP lounge, claro. E considerando que estava 34C, nos arrependemos até da pequena economia. De Krabi pra Bangkok voamos de AirAsia, uma low cost. Sem grandes problemas, avião novo, só que é RyanAir, não te dão nem um copo d'água – na Bangkok air você sempre ganha um suquinho, um lanchinho, até sobremesinha eles servem.

Chegando em Krabi, um aeroporto legal e com ar-condicionado, tratamos de pegar um taxi pro Hotel Sheraton.

Dica: a cada 100 mt na Tailândia você acha uma ATM, e embora sempre te cobrem 150 BAHTS de taxa, a operação toda é bem simples. E chegando em qualquer aeroporto ( visitamos 4 diferentes ), tem sempre um balcão pra você contratar um táxi pré-pago, o preço é sempre a metade do que a "limusine" ( limusine é como os hotéis chamam seus carros próprios para fazer transfer ) do hotel custa, e como você pré-pagou, não dá chabu.

Escolhi o Sheraton porque os comentários sobre a praia no Tripadvisor eram os melhores, e novamente porque tinha alguns restaurantes por perto. Estiquei um pouquinho o budget e paguei por um quarto "club", que além de ser renovado, era mais perto da praia, tinha direito ao club lounge com soft drinks o dia inteiro e happy-hour com bebidas alcoólicas e hors d'euvres, internet no club lounge, e um benefício curioso que usamos todos os dias: duas peças de lavanderia cortesia do hotel por dia.

Antigamente o Sheraton era nome de excelência, mas ó, tá virando povão, a qualidade tá caindo bem. O quarto era confortável, a cama maravilhosa, tudo super limpo, mas tinha um box de chuveiro que vazava cachoeiras a cada banho, não havia tapetinho que resolvesse. Eles não conseguiram resolver o problema, nos ofereceram mudar de quarto, mas já estávamos desempacotados, só pedimos para colocarem tapetinhos extras todos os dias, mas claro que quase nunca deixavam. Todos os dias a água quente acabava ( sério Sheraton? ), todos os dias faltavam toalhas, e a arrumadeira vinha em prestações, hora trazendo as de rosto, hora as de banho, sem falar que as toalhas eram sempre desfiadinhas e meio puídas. Entre a piscina e a praia tinha um gramadão delicioso, com árvores super frondosas, era alí que buscávamos nossa sombra e água fresca todos os dias, mas as espreguiçadeiras eram velhas e com manutenção muito aquém do que se espera de um Sheraton, e o que me incomodou mais, quem aqui conhece as praias do litoral paulista conhecem aquelas árvores de folhas largas que tem uns "coquinhos", que não são comestíveis, mas que os pássaros adoram, então quando os coquinhos caem, bicados ou não, são tomados por formigas – é necessário catar os coquinhos todos os dias pra prevenir infestação de formigas, e nos nossos 10 dias no Sheraton, não vimos um catador, e os coquinhos ficavam ali, enchiam de formigas, que subiam nas espreguiçaderias, e era uma droga… no Sheraton Standard on my book! O café da manhã do Sheraton era em apenas um restaurante do hotel, e as 9 horas, tinha filona de espera – num hotel 5 estrelas, com vários outros restaurantes vazios pela manhã, isso é inaceitável. A salvação da pátria era que o club lounge também servia café da manhã, e embora um pouco menos completo, nos salvou.

Contratamos uma excursão no hotel, para a Ilha de Koh Phi Phi, a tal ilha do filme A praia com o Leonardo di Caprio. Alguns hotéis, como o Sofitel, tem lancha própria e fazem um passeio com menos pessoas, mas o tour do Sheraton é terceirizado e feito num barco para 40 pessoas, que segue um roteiro com outros 14 barcos. O resultado é que em cada parada – e as paradas são feitas em lugares lindíssimos – tem outras 500 pessoas pululando o lugar, gritando, sujando, estragando o paraíso. A ilha de Koh Phi Phi em si deu vontade de chorar, dum lado uma prainha razoável, onde o almoço incluído foi servido, e do outro lado um favelão indescritível: barcos de pesca, de transporte, lixo pra todos os lados, trombadinhas, uma gentarada do escambau.

Reservamos outras duas excursões, mas choveu pacas e tivemos que cancelar.

Passamos o Natal no Sheraton e embora o jantar especial de Natal tenha sido caro, foi delicioso, valeu a pena!

De Krabi fomos para Bangkok, lá escolhi o Marriott Sukhumvit Serviced Apartments. Escolhi esse hotel porque o preço estava bom ( €110 via Booking.com pelo apartamento com 1 quarto, café da manhã, internet e um jantar ) e eu queria um apartamento espaçoso, sabia que depois de tanto tempo em quartos de hotéis apreciaríamos o espaço, a cozinha, a lavanderia do apartamento, e eu não me enganei. O apartamento era ótimo, espaçoso, novo, bem cuidado, luxuoso, com uma vista super legal, bem localizado. Ficávamos a uns 500 mts do Shopping Emporium e a estação do SkyTrain, e pra completar, o hotel oferecia Tuk-tuk gratis até a estação ( acredite, no calor de 35 graus, andar no meio dos carros é a última coisa que você vai querer ). Uma manhã muito quente usamos a piscina do hotel e foi ótimo, super limpa, cadeiras confortáveis, vieram trazer frutinha pra gente… Recomendo muito esse hotel!

Começamos nosso tour indo pro Shopping Siam, eu queria checar os tais super-cinemas. O Shopping é muito legal, cheio de lojas fantásticas e não para o meu bolso, entramos até na loja da Maseratti. Checamos os cinemas e escolhemos o filme pro dia seguinte. Jantamos comida japonesa, comi Krispy Kream, voltamos pro hotel contentes. No dia seguinte eu queria ter feito um tour dos templos  com a Tour with Tong, mas eu mandei vários e-mails e nunca me responderam. Logo, tomamos nosso skytrain e lá fomos nós. Odiei a viagem de barco lotado até o Grand Palace, lá chegando pegamos um tuktuk pra evitar a caminhada de 20 minutos embaixo daquele solzão, eu já tinha avisado o Bart que tínhamos que ir de calça e camiseta, assim não tivemos que alugar roupas no local, alugamos um daqueles audio tour e lá fomos nós. O complexo é grande e magnífico, era pra termos feito em 2 hrs segundo a previsão do audio tour, levamos quase 4, mas estava muito, muito, muito calor. Íamos ainda visitar um outro templo, mas estávamos cansados demais. Na volta, pegamos um Tuktuk e caímos na primeira ( e acho que única ) sacanagem Thai: pedimos pro cara nos levar ao Pier, mas não lembrávamos o nome; ele então nos levou a um pier particular provavelmente de algum amiguxo dele onde vendiam tours particulares, e o trajeto que na Ferry pública custava 20 centavos ( 15 bahts ) queriam cobrar 1200 bahts. Recusamos, a mulher ficou lá insistindo, mas andamos de volta pro pier correto. Por um lado foi uma merda por causa do calor, por outra foi legal porque fomos caminhando entre lojinhas de ervas e tranquilharias Thai, almoçamos num restaurantezinho trendy legalzinho, tiramos fotos de bancas de peixes secos nojentinhas, tomamos suco de carambola, aproveitamos o "detour".

No nosso último dia, amanhecemos pra uma temperatura de 37 graus. Tínhamos feito uma reserva pra uma massagem no spa em frente ao hotel. Fizemos várias massagens ao longo dessa viagem, desde as baratinhas em quiosques de praia ( 250 bahts ) até a do hotel Sala ( de presente, mas originalmente 2600 bahts por pessoa ), essa de Bangkok foi a melhor custo-benefício, pagamos 350 bahts ( 9 euros ) por pessoa, o salão era muito bonito, ganhamos uma troca de roupas esterilizadas, tudo com ar-condicionado e a massagista era muito boa. Aproveitamos a piscina e fechamos o dia com restaurante e cinema. Fomos ao tal Siam Paragon Cineplex, na sala da Bangkok air, e uma só palavra: explêndido! O ingresso custa 700 bahts, você ganha a pipoca e refri de cortesia, uma massagem de 15 minutos, e assiste o filme em poltronas idênticas a da classe executiva de um Boeing 777, com cobertorzinho e travesseiro! O som e imagem ótimos, assistimos o novo filme do Cruise ( alguma coisa Reacher ). Adoramos, é um passeio obrigatório!

Voltarei à Tailândia? Não sei. Como vocês sabem, somos fãs de praias, e em matéria de praia, as do Caribe são mais bonitas. Mas a Tailândia tem uma mistura incomparável de atrações, tem praias, templos, cidades históricas, e Bangkok por si só merece mais que os 3 dias que eu dei a ela. É também um destino muito acessível financeiramente, imagine que os 21 dias de comida – incluindo um jantar de Natal que custou mais de 100 euros o casal, excursões, taxis e transporte em geral, algumas lembrancinhas, gorgetas, nos custou algo em torno de 700 euros ( já tínhamos pago os hoteis via agência de turismo, só o Marriott foi via booking.com ), um record pra gente, em maio só com 3 excursões na Jamaica gastamos os mesmos 700 Euros.

Aqueles que pensam em ir, aconselho o clássico roteiro pelo norte indo até Chian Mai, normalmente feito em 5 dias, uma parada por Krabi ( Phuket é pros festeiros, Koh Samui eu pularia ) ou alguma outra praia, e uns 4 dias em Bangkok. Muito cuidado com os espertinhos ( nada de alugar jetski, ou scooter, cuidado com taxistas, nas baladas nada de deixar drink em mesinhas e não aceitar pilulas loucas que te oferecerem ), muito muito muito repelente, e é só partir pro abraço, porque será um viagem interessante na certa!

Perguntas?

3 comentários:

Monica Peres disse...

Adriana,
felicíssima por vcs terem aproveitado tanto!

comparando (só que não):
5 dias em Bruxelas (fomos de trem), 31/12 a 04/01 = 872 eurecas

quero Tailandia djá!!!

Láris disse...

Adoro a tailandia e já fui tantas vezes... voltaria imediatamente a Bangkok, e sinto por sua má impressão em Samui. Koh pangan é melhorzinha, mas a minha preferia é Koh Tao (que fica a 2 hr de barco de Samui e que tem o melhor hotel do mundo na minha opinião).

Tbm achei Phi Phi triste, e não voltaria para Phuket mesmo. Entre Phi Phi e Koh Nyguan, a segunda dá de mil a zero por ser uma reserva.

Nunca fui ao Caribe, mas um dia que sabe...

;)

Marcia disse...

Ahhh, Sheraton já era mesmo...e legal a propaganda da empresa :)