segunda-feira, novembro 14

Chorando as pitangas?

Eu não sou a maior fã do site Viaje na Viagem, não porque não goste do Ricardo Freire, muito pelo contrário, mas porque é um site que funciona bem para brasileiros / brasileiros vivendo no Brasil. Com o tempo, me pego questionando se depois de quase 10 anos morando fora continuo me encaixando no perfil para quem ele escreve, e pra falar a verdade, na maioria das vezes vejo que não. As viagens para a Europa que ele descreve ( e que os leitores amam e fazem mil comentários ), são aquelas do tipo “faça 100 coisas num dia em Paris”, e eu não curto esses dias frenéticos em qualquer lugar que seja. Já curti, hoje não mais. As viagens pro Caribe são sempre de 1 semana, o que pra mim é curto demais, não vou me enfiar numa viagem de 10 horas, ficar lá uma semana, e me abalar outras 10 horas de volta pra casa, sem falar que não é “cost-efficient”. E quer nas reportagens dele ou nos comentários, a importância que se dá à compras não faz mais parte do meu cotidiano ( se eu quero um perfume, vou na drogaria da cidade e compro ).

Apesar do que disse acima, ainda leio o site com alguma frequência porque me identifico com ele ( ele ama praias ), e porque sempre dá pra pescar umas dicas legais dos outros leitores.

Essa semana ele abordou um tema que já apareceu repetidas vezes por aqui: porque é que as pousadas brasileiras não colocam tarifário nos sites? A explicação dos donos de pousada pra mim foi furadíssima: eles alegam que não colocam preço no site porque o brasileiro sempre dá uma chorada no preço, por isso não tem como fixar no site.

Agora pergunto, se essa fosse a verdade, não haveria então a oportunidade de já praticar o preço justo, mais baixo que a concorrência, e sempre dizer não aos que tentarem barganhar? Se o preço fosse mesmo justo e mais baixo que a concorrência, hóspedes é o que não faltaria, certo?

Segundo, supondo que haja mesmo a tal “choradinha de preço”, porque não colocar os preços no site 5% mais altos e então abaixar 5% na choradinha?

Pra mim é tudo balela, mas uma pergunta eu queria fazer para os leitores brasileiros: você chora preço, pede desconto, tenta incluir um serviçozinho a mais ( shuttle, jantar, uma massagem ) quando reserva uma pousada pras férias?

2 comentários:

Adriana disse...

chorumelas mesmo...vai no Kenoa e vc vai ver o nivel internacional do Hotel! Né pra qualquer um não...mas tá CHEIO!

Marcia disse...

Ninguém faz isso, Dri. E olha, os preços no Brasil já são muuuito inflacionados. Por causa do emprego anterior, entendo disso bem. Com o preço de uma pousada meia-boca no Nordeste dava para ficar num hotel maravilhoso na Tailândia. Até Aruba é mais negócio. É, Nordeste é Nordeste, mas para, digamos, um turista estrangeiro em muitos casos praia é praia, e eles vão pela opção que oferece melhor custo-benefício, que quase nunca é o Brasil.