terça-feira, novembro 1

Long time no see

Estou de volta.

Fui ao Brasil para uma série de visita a fornecedores e seguida da parte mais importante: a participação da empresa na FENATRAN, feira de transporte, no Anhembi.

Nesses quase 9 anos de casamento sempre volto a SP como turista, então foi bem diferente estar lá a trabalho.

A princípio fiquei bem chocada com o preço de tudo. Sei que aeroporto tudo é caro, mas R$5,60 numa coxinha me parece caro demais até pra um aeroporto. A manicure que em dezembro do ano passado me cobrou R$40 ( também no aeroporto ), esse ano me cobrou R$50. E estava cheio. Um envelopinho de benegripe, R$ 6.

Saí com meus primos pra um japa, uma delícia. Preço razoável, R$ 40 por pessoa num all you can eat, de qualidade bastante boa. Lá comi pela primeira vez sorvete de melão da marca MELONAS, maravilhoso! Melhor de tudo foi ver meus primos bem, trabalhando, estudando, namorando. Infelizmente, por outro lado, tanto minha mãe quanto minhas tias vivem para reclamar que dói isso e dói aquilo, não há outro assunto. Você tenta falar de algum lugar bonito que esteve, de alguma comida gostosa que comeu, de alguém que viu, mas a conversa converge sempre pro mesmo assunto: dores e remedies. Concluí que não há o que fazer, não há como ajudar quem não quer ser ajudado.

Sugeri pra minha mãe que ela alugue meu apartamento para um aparentado que está interessado e tente, por um ano, morar em Holambra. Na minha cabeça isso quebraria esse ciclo vicioso de estar doente, só falar em doença com as minhas tias e ficar mais doente ainda. Ela não descartou totalmente como eu esperava, o que é um bom sinal.

Meus sobrinhos estão lindos, e adolescents. Minha sobrinha já está dando um certo trabalho, quer “ir pra balada”, quer roupa nova, só quer saber da turminha. Meu irmão sofre, porque ele não é mais o centro das atenções dela, mas tudo será uma questão de tempo.

A feira foi a parte mais legal da visita, não que visitar a família não seja tudo de bom. Éramos 20 pessoas, a maioria falando portunhol ou alguma forma de português marromenos, nativos mesmo, éramos 4. Ficamos num hotel bam-bam-bam escolhido pelos Americanos, o Grand Estanplaza perto da Berrini. Acho o Brooklin Novo uma das partes mais bonitas de SP. A feira em si foi ultra cansativa, ficávamos em pé das 13 às 21, debaixo de um calor de 35 graus, de terno. Mas o time era super legal e estávamos muito motivados, foi uma experiência tão incrível que nos últimos 15 minutos do ultimo dia todos os expositores começaram a buzinar os caminhões, nós acompanhamos e vi que muitos de nós, como eu, tinham lágrimas nos olhos, uma sensação de dever cumprido, de ter feito algo muito bem, incrível.

De toda essa experiência tirei várias conclusões.

A primeira é de que o Brasil é sim uma opção viável para se morar, ao contrário do que eu pensava. Mas ali naquela região linda, com um ultra salário, e com direito a férias num lugar mais calmo de quando em quando. Fazia muito tempo que eu não comia tão bem, fomos 3 vezes no Jardineira, uma no Barbacoa, no bar Veríssimo, no bar do Juarez, na Trattoria do Lellis, no Varandão em SBC ( está ótimo! ), no Almanara. E comi “trequinhos” no Viena, na Ofner e numa brigadeiraria do shopping Morumbi. E acreditem se quiserem, com tudo isso, ainda emagreci 1 quilo. Fomos convidados para 2 jogos de futebol, eu fui convidada para uma peça de teatro, assisti a um ballet de rua, no Veríssimo tinha uma banda de jazz, ou seja, uma vida cultural que aqui na Holanda eu tenho que viajar longe pra ter.

Em decorrência do que falei acima, vem também a conclusão lógica de que estou na Holanda por escolha, e não pela falta de. E pensando nisso, veio a vontade de conhecer o país um pouco mais, ir a lugares que ainda não fui, de exercer essa minha escolha de uma forma melhor.

E a nível profissional, fiz muitos contatos, o tal networking. Mas vi que está na hora de eu me envolver em mais projetos internacionais. Não tenho filhos, tenho um marido que sabe que minha profissão exige viagens, é só mandar os gatuchos pro hotelzinho ou achar alguém pra vir limpar o banheirinho e pronto. A rotina do trabalho, além de cansativa, é chata e me faz perder a motivação. Mudar de ares é bom, te faz ver seu jabá com farofa do dia-a-dia de forma diferente.

Agora é trabalhar de sol-a-sol por 5 semanas e… férias! No Brasil! Bahia, aí vou eu!

1 comentários:

Menina-Flor disse...

Huummm que delícia né? Moro bem perto do Varandão (Em SBC), realmente a comida lá é maravilhosaaa... melhoraram bastante... rsrsrsrs..
Imagino que deva ter outro "gostinho" quando se volta para casa né? É o que fala o pessoal que vai para outro país e volta de novo e torna a voltar para outro país! Parece que tudo tem mais valor!
Bjos floridos