quinta-feira, janeiro 22

Dois assuntos em um post

No trabalho tá tudo bem. Recebi elogios, ganhei uma nova commodity que estou conhecendo agora e que me parece legal, o departamento abriu duas vagas para serem preenchidas por candidatos internos, e não só eu como meus colegas começamos a acreditar que talvez escapemos da guilhotina, se ela vier.

So far so good.

E indo para o assunto dois.

Já há algum tempo, venho me policiando e me cobrando de ser uma pessoa que julga menos e que seja mais compreensiva. Me acho muito mente aberta, mas minha mente só parece ser aberta para o que eu quero, e para o que me convém. Mas eu vou mudar, já estou mudando.

Uma das coisas que mais me renderam críticas nesse blog é eu sempre defender a maternidade com continuação da carreira. Muita gente já me xingou ou já, em pessoa, me virou o nariz porque "eu desdenho de quem resolve dar prioridade à maternidade". Mas será que quem "está no time de lá" é muito melhor?

Essa semana eu li num blog o caso na ministra francesa que após o parto voltou ao trabalho em 5 dias, e nos comentários tinha um monte de gente malhando a ministra. Se uma quer ser respeitada por abandonar tudo e ficar anos cuidando da criança, pode desrespeitar quem, se sentindo bem, com um exército de babás, vai a uma reunião importante? Pelo menos a reportagem que eu li não dizia que ela voltou ao trabalho fulltime, mas que ela foi a uma reunião, e mesmo que tivesse voltado, não é problema dela? Ela também não merece ter suas escolhas respeitadas? A mulher é ministra da justiça, mas mesmo que fosse a Janilda, que voltou a fazer faxina 10 dias depois do parto porque senão não tinha dinheiro pra janta, qualquer que seja a escolha da mulher, TEM QUE SER RESPEITADA!

Em outro blog, uma blogueira que escreve muito bem, afirma não entender como uma mãe saudável escolhe não amamentar. Gente, acho que muitas pessoas também não entendem com pode uma mãe de um filho saudável amamentá-lo até a criança ter quase 2 anos ( ou mais até ). Eu pelo menos não entendo. E se eu, apesar de não entender, tenho que respeitar, será que as mães que páram de amamentar também não merecem ter suas escolhas respeitadas? Aí fica aquela cobrança, tem que amamentar de qualquer jeito, como se qualquer motivo para não fazê-lo fosse uma desculpa esfarrapada da mãe... E daí fica aquele monte de mulheres se sentindo o cocô do cavalo do bandido quando não podem, e se justificam de mil formas, como se precisassem! E se estropiam, como minha dentista que deu leite misturado ao sangue pra filha, porque TINHA que amamentar.

Olha, só sei que eu preciso melhorar muito, ser mais compreensiva, respeitar quem pensa diferente de mim, mas tem muita gente, muita gente messssmo, que também precisa tirar o chapéu de santinha do côco e fazer o mesmo.

18 comentários:

Ana disse...

Tem povo que bebe eu acho, a mulher tem 43 anos, eh ministra da justica, queriam o que ? que ela tivesse filho e pedisse 6 meses de licenca ? Pra essas dondocas que abundam nos blogs de expatriadas (vai lah no mundo pequeno e faz a estatistica de quem ali trabalha) eh facil falar em maternidade como a coisa mais linda do mundo, com marido bem de vida, pra sustentar casa, comprar roupa, pagar as contas, botar comida pra dentro de casa e pagar viagens ateh eu fico em casa vendo novela e postando foto das minhas receitas no blog.

Mines disse...

Dri e Ana ...

...dondoca ou seres que se escondem atrás da incompetencia de arrumar algum trabalho e vem com esse discurso de Maternidade? Tem isso também, viu?
A vida, principalmente aqui na Europa não está um mar de rosas pra ninguém. Pra se ter um padrão razoável, o casal tem que estar na ativa. Não dá pra bancar dondoca... um dia a casa cai!

Eliecy disse...

Eu vou falar de carteirinha, ou melhor, de quem é ser mãe, gosta e precisa trabalhar.

Em primeiro lugar, a maternidade tem que ser uma escolha e não uma imposição. Tem que ser algo que te deixa feliz e que não te complete como pessoa.

Em segundo lugar, tiro o chapéu para mulheres que optam por serem apenas donas de casa, aquelas que criam filhos e ainda deixam a casa nos trinques!!! Porque, ô trabalho chato meu Deus!! Você faz todos os dias e sempre tem que fazer a mesma coisa!!!

terceito lugar, crianças desde o nascimento é uma trabalheira, nem precisa ter outro trabalho não!!! Eu estou com alimentação mista para os dois, sei que o melhor seria leite materno, mas enfim, não deu e não fico me culpando. Somente espero que cresçam saudáveis. No início juro que pensei em parar, mas quem é mãe sabe que se é o melhor para eles, vencemos os medos, dores e cansaço.

Quarto. Quero ter vida profissional, contato social e tudo que fazia antes, porque um ser humano precisa "viver" normalmente e não em função dos filhos.

Quinto. Vou dizer, nunca objetivei a maternidade, mas hoje posso dizer que nada, dinheiro nenhum paga os sorrisos desdentados que ganho diariamente. Já estou aqui de coração partido em voltar a trabalhar, mas vida que segue...

Ser mãe e dividir-se entre ser esposa, profissional e mulher enquanto ser social é estar dividida diariamente, é pensar a vida num contexto mais amplo e viver um dia atrás do outro.

Respeitar a decisão alheia é algo fundamental até para nosso crescimento interior, é entender para além dos nossos horizontes.

Abraços.

Ana disse...

Alguém aqui tiraria o chapéu se o marido optasse por ficar em casa e largar o emprego pra cuidar da criança ?

Adriana disse...

Ana: essa é uma pergunta interessantíssima.

disse...

Dri, abre teu gmail, please.
Bjos

}¡{ disse...

Ana e Adriana,
Meu MARIDO fica em casa com as crianças qdo eu vou trabalhar. E eu trabalho 9 horas por dia. Eu curto, mas ele, digamos, não é tão boa domestica qto eu. Eu chego em casa e ainda tem a casa pra limpar.
Agora com o nascimento da minha segunda cria, a gente vai inverter os papéis, pq estou esbugedada.

O F•DA que eu acho é (e eu não posso me excluir, pois qdo não tinha filho e nem pensava em tê-los, ficava 'em cima do meu cavalo' apontando o dedo pra mariazinha que ficava em casa cuidando de criança enqto marido tava se ferrando no serviço) que tem que estar na posição da pessoa pra apreciar o que fulano esta passando e eu estive nas duas posições então eu sei bem como é.

Eu acho que se pus cria no mundo, se eu decidi ser MÃE é pq eu tava afim de curtir ser mãe, não deixar minha babá, mãe, irmã, vizinha, creche, ter esse prazer por mim. Eu achei difícil no começo mas o consolo foi que dei a oportunidade de marido ser pai full time. (sim meu filho, hoje 2 anos foi pra creche tb que é o OLHO DA CARA aqui. Quase todo meu salário ia pra creche, por isso saia mais barato pra nós um de nós ficar em casa cuidando das crianças. Sabe Ana, fazer família não é só por casar e por crianças no mundo, tem todo uma admistração por trás disso que as vezes envolve "dondocas que abundam nos blogs de expatriadas" a ficar em casa, no que acredito que na sua visão seja 'coçando', tomando chazinho e assistindo TV).

Elicey definiu muito bem o que é tb a minha visão de maternidade.

"Pra essas dondocas que abundam nos blogs de expatriadas (vai lah no mundo pequeno e faz a estatistica de quem ali trabalha) eh facil falar em maternidade como a coisa mais linda do mundo, com marido bem de vida, pra sustentar casa, comprar roupa, pagar as contas, botar comida pra dentro de casa e pagar viagens ateh eu fico em casa vendo novela e postando foto das minhas receitas no blog." .... amiga tu tá amarga, seu marido não te "sustenta" não? :D

Abraço a todas e sim ABRAMOS NOSSAS MENTES um pouco mais.

Ana disse...

Alguém me dirigiu à palavra ???? Desculpe Carolzinha, mas soh falo com quem eu conheço tah ? Beyjas.

Marcia-Rotterdam disse...

A tal fulana (que aliás parece uma prima elegante da Amy Winehouse) já caiu fora...não se sabe ao certo se foi despedida ou se saiu porque quis - ela quer se candidatar ao Parlamento Europeu.
E eu tô por aqui com dondoca por aí...

Ana disse...

Na realidade, eu acho que temos que fazer uma leitura inversa do comentario acima..."amarga" é quem vem ao blog dizer a publico que está "esbudegada".

Ana disse...

Na realidade a ministra francesa que teve filho aos 43 anos (que foi condenada pelas miguxas por ter voltado a trabalhar cinco dias depois da cesárea) é pra quem nao sabe a Rachilda Dati, que pelo que eu sei ela é mãe solteira e que é imigrante, filha de operário, a primeira imigrante a ocupar uma pasta como essa...

}¡{ disse...

Ana - hehehehe ai ai... melhora seu argumento ;)

Te dou duas cesárias, dois filhos e um emprego de responsabilidade e cobrança, uma casa pra limpar pra vc se esbuguedar comigo :D
Vem dondocar aqui em casa, tô precisando aumentar minha roda de colegas pra jogar conversa fora e tomar um chá das 5 :)

Ah, e desculpa se peguei a tua veia, mas se a carapuça serviu ... ... ...

Adriana - desculpa usar teu espaço mas acho que o blog de Ana é bloqueado :-/ Veja pelo menos estou te dando mais e mais visitantes, pois a turma parece que está interessada na discussão que vc promoveu :)

Bom fds a todas.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Gente,a Adriana tem o ponto de vista dela,eu tenho o meu e cada um é cada um.
Maternidade,carreira,casamento,estilo de vida diferente etc...
Tudo é uma questao de respeitar a forma diferente de cada um pensar ou viver.
E rotular as demais de "dondoca"?
Simplesmente pelo estilo de vida que leva,por casar com um marido bem de vida?
Por poder optar entre carreira ou se dedicar totalmente a familia?
Cruz credo!
Cada pessoa com a sua vida,cada um feliz a sua maneira.
L. Kamp

Ana disse...

Meninas eu vou deixar claro aqui de uma vez por todas a minha opiniao : o meu comentario nao era dirigido à Carola ou às outras moças. Eu estava falando do exemplo da ministra Dati, que estava a ser julgado. A maternidade nao é a coisa mais linda do mundo pra todas, pra muita gente nao é. Existe sim, mulher que fica em casa por dondoquice, e que usa o filho como desculpa pra nao fazer nada, e que até empregada tem e baba tem. Nao acho que se trate dos casos relatados aqui nos comentarios de maes que tem que trabalhar e fazem tripla jornada em pais estrangeiro. Qdo eu faço algum comentario eu nunca estou julgando o caso a caso, porque nem conheço quem entra aqui. Beijocas.

}¡{ disse...

Ana - Hm, entendo seu ponto de vista (agora q vc falou comigo mesmo sem me conhecer ;) ). Como eu disse, por filho no mundo e dar pra baba cuidar realmente vc perde grande parte do que é maternidade. Mas tem gente que perde genuinamente por não poder deixar de trabalhar, infelizmente alguem tem que por pão na mesa.

Porém acho que onde vc pecou foi rotular as que decidem ficar em casa, dedicando-se a hobbies de dondocas e igualar estas as que tem filhos. Vc tem completamente direito a sua opinião, assim como eu e qualquer um, mas esse é o efeito da liberdade de expressão - vc sempre vai não apenas encontrar alguém que discordará de vc, mas que vai deixar claro o porque discorda, e geralmente é aí que 'as cabeças batem'.

Te digo, eu trabalho MENOS no serviço que em casa :) Em casa parece que o negócio não tem fim, trabalho braçal 24/7. Marido faz a parte dele, mas sabe como mulher é: (eu neste caso) nunca tá nada bom :D HAHAHA

Maternidade tem o lado negativo (estou sem dormir direto por mais de 6 meses agora) porém o positivo é mais relevante e com certeza te digo (isto vindo de alguém que NUNCA pensou em ser mãe e tinha a opinião similar a tua) é muito recompensador.

Não sei se vc é mãe (ou planeja ser ou era que nem eu 'nem pensar') mas apenas sendo uma pra realmente entender o que isso significa.

Sempre achei que fosse um monte de balela a frase 'maternidade me mudou blah blah blah', mas te digo, não sei explicar, mas muda vc por completo, sua perspectiva sobre o significado da vida e o pq vc está neste mundo principalmente.

É frase clichê mas hoje eu entendo o significado dela (mesmo tirando sarro de quem a usava).

Vc é bem vinda no meu "buraco virtual", tá certo que é sempre tudo muito sem graça lá, mas vira e mexe rola algum assunto interessante :)

Abraço a todas :)

Ana disse...

eu sou consciente do qto a maternidade muda tudo, de tao consciente que sou, eu nao tenho condiçoes de encarar, pq acho que deve ser dificil, nos dias de hoje, ainda mais sendo imigrante, mas deve ter compensaçøes tambem. Eu soh acho que ser mae é a coisa mais importante pra quem decide ser mae, mas quem decide nao ser nao fica "aleijada", o fato de nao ser mae também dah oportunidades de fazer coisas que sao dificeis de fazer qdo se é mae. Eu nao sei se serei mae, mas se nao for, vou ter feito outras coisas e vai ter sido por opçao. Enfim, se eu fosse você dava menos bola pra limpeza, eu nao gosto de bagunça, mas nao dou bola pra muita limpeza. bjos.