segunda-feira, novembro 21

California* Dreaming

PQP, que frio.

Já tirei os casacões mais ões do armário, dois deles já estão no hall. Estrangeiro sofre, além de ter que aprender, normalmente na base do erro-acerto, a complicada ciência casaquística, ainda tem que aprender a ciência “penduradora de casacos”. No Brasil nunca tivemos um pendurador de casacos, aqui estou no meu terceiro, e acreditem, foi difícil escolher, tem que ter um número X de ganchinhos, tem que ter um móvel perto pras luvas e cachecóis, um baldinho pros guardachuvas molhados.

E daí, porque eu sou meio anta mesmo, todo ano tem aquele dia do “me ferrei”, aquele dia que você percebe que já deveria ter começado a usar suas roupas de invernão. Esse ano foi um par de sapatos com meia fio 40, vim com um lindo scarpin e meia fio 40 e congelei a manhã toda, até que fui pra casa na hora de almoço pra calçar botas e meia grossa. Aliás, junte aí botas ao menu “essencial” junto com os casacos. No Brasil botas são bonitas e legaizinhas, aqui, especialmente pra quem tem pés ultra frios como eu, é usar ou morrer. ( olha o drama )

Doutora Alice fala da touquinha, e eu vos digo: muita calma nessa hora. Eu não chapinho o cabelo, mas seco e deixo ele bonitinho todos os dias, vou amassar meu penteado com um touquinha inapropriada? Vou deixar minha orelhas desprotegidas e pegar uma infecção de ouvido? Não!!! Há um meio termo, tem várias touquinhas ou chapéus que não escangalham sua cabeleira, eu gosto daquelas touquinhas frouxas, que você fixa perto das orelhas e ela fica meio solta em cima, sem amassar o cabelo.

Meio que mudando o rumo dessa conversa, mas não muito, vamos a sessão confissões, conselhos.

Eu sempre vou viajar no começo de dezembro. Já planejo a roupa do avião: pra aguentar 12 horas tem que ser ultra confortável, normalmente acabo com um jeans, tenis, uma camiseta de manga curta ( pra não morrer ao chegar no meu destino tropical ), uma blusa, casaco. Aí estou eu lá confortável quando chegam aquelas mulheres super bem vestidas, botas de saltos, vestes charmosas, e eu, confortável ou não, fico me sentindo uma marmota. O pior é que eu acho que roupa influencia sim nos upgrades, ano passado eu fui pro aeroporto em SP Com um lindo vestido e sandálias de salto, cabelo esvoaçante e maquiagem, recebemos um upgrade, o cara foi na fila puxar gente pra receber o upgrade, então ele viu bem a “facha” dos upgradados. Coitado, mal sabia ele que eu estava prestes a ir pro banheiro colocar meu jeans e all-star que estava na mala de mão. Agora estou aqui esquentando a cabeça, vou de bota de salto baixo quentinha, nada elegante, jeans, e o que mais povo? Esse ano ninguém vai me buscar no aeroporto de SP, botas e casacão serão carregados pra Salvador e de volta! Já estou me sentindo mulambenta desde já! Sacola! Digam aí, sou só eu que sofro desse mal, o de não saber dosar conforto X aparência?

*Praia do Forte

1 comentários:

pacamanca disse...

Bom, eu acho jeans a roupa mais desconfortável do universo, nem tenho. Mas eu acho que só fica chiquezinha de jeans quem é muito magra, sem bunda, sem culote, sem barriga, num par de jeans skinny. Nós pobres mortais em-molambamos de jeans, eu acho.

Quando estou em um peso normal, podendo escolher o que quero vestir e não usando a mesma calça todo santo dia porque é a única que cabe, normalmente viajo com uma calça de alfaiataria e bons sapatos ou botas baixas, uma blusa bonita ou camisa social com um pulôver na bolsa de mão pra não congelar no avião, e maquiagem. NUNCA viajo molamba, tipo calça de malha e/ou moletom, como eu volta e meia vejo em avião e tenho pavor. Tênis, então, nem pensar - pra mim tênis é pra malhar e só. Isso não significa que você precise viajar de salto, que é inviável em termos de conforto, né, faz favor, há um limite pra tudo nessa vida... Uma sapatilha arrumadinha faz milagres em qualquer look.

E acho que influencia sim senhora no caso de upgrades e até mesmo do tratamento que você vai receber em geral, no aeroporto e no avião. Não é questão de preconceito no sentido que a gente está acostumado a usar pejorativamente, mas sim de pré-conceito, ou seja, pré-avaliação: se eu fosse o hominho que vai pescar os fulanos pro upgrade na fila, não iria "desperdiçar" uma primeira classe com um fulano de hoodie e tênis ou uma piranhuda com juba selvagem, excesso de perfume e uma roupa tão obviamente desconfortável pra ficar pseudochique que ela vai passar o voo se revirando na poltrona pra ajustar o sutiã e fazer tremer a poltrona do lado.