sexta-feira, agosto 3

My two cents

Essa semana a capa da maioria das revistas de fofocas aqui fora e até no Brasil ( a eterna Contigo! ) trazia o casal queridinho de Hollywood, Rob Pattinson e Kristen Stewart, no que está sendo chamado “the twilight scandal”.

My two cents. Não, não é um fato importante e nem nada que vai mudar a vida de ninguém, mas… that the fuck?

Deixa eu explicar meu estranhamento. Fui noiva por 4 anos, aos 3 anos de namoro, o dito cujo, num domingo a noite, me disse: saí com outra na sexta. Me desculpe, te amo, te adoro, me perdoe.

No caso do casalzinho de Hollywood foi a mesma coisa: ela disse, publicamente, que o ama, o ama muito, e pediu perdão. E no meu caso, como no do casalzinho, eu pergunto: ama? Como pode alguém que ama ter vontade de beijar, abraçar, transar com outro?

Quando aconteceu comigo, a primeira coisa que vem na cabeça é: a outra é mais bonita, é mais inteligente, é mais legal? O que ela é mais que eu? O que ela tem que eu não tenho? Essas perguntas, no meu caso, nunca foram respondidas, ou melhor, foram respondidas com vários nãos, a única explicação foi: você é minha noiva, eu tenho vários “compromissos” com você, essa menina foi uma noite sem compromisso, sem responsabilidade, tendo a liberdade de falar e fazer o que eu quisesse porque eu nunca mais ía ver mesmo. Eu nunca entendi, confesso. Era muito nova na época para entender, hoje – apesar de não pensar muito no caso – acho que foi simplesmente falha de carater, porque eu sempre pude falar, fazer o que eu quis com meus namorados – marido, a responsabilidade que tenho no relacionamento não me pesa, ao contrário, me faz dar mais valor ao que temos junto.

O caso dessa moça vai mais ou menos pelo mesmo caminho, suponho eu: ela diz que ama, ama o namorado traído, que é lindo ( pode não ser seu gosto pessoal, mas ele é muito bonito ), jovem, talentoso ( além de ator é músico ), procura ser discreto – não é um deslumbrado, agora que ganhou fábulas de dinheiro com o franchising Twilight ele só trabalha em filmes que ele gosta, mesmo que sejam produções pequenas, indie – sei lá, tenho a impressão que nesse mundinho o cara é um cara legal; então porque traiu?

No meu caso, o noivo disse: sei lá, é a aventura de algo novo. E eu perguntei: o “velho” ( o nosso relacionamento, no caso ) estava ruim? Não Adriana, não está ruim, mas não sei explicar… Será que esse foi o caso da moça?

No caso da moça, como no meu próprio caso, eu acho a traição não diz nada sobre o traído, diz apenas sobre o carater do traidor. Não sei se a pessoa que trai é capaz de se colocar no lugar do traído, também não sei se o que trai entende a dor de ser traído, a dor de confiar em alguém – no que quer que seja – e quando menos se espera, se o outro te puxar o tapete.

Não sei o que o Rob Pattinson vai fazer, e se ele fosse meu amigo e me pedisse um conselho, eu só diria: perdoe, esqueça, mas não volte a namorar a moça. Eu voltei. Conheço gente que voltou e viveu um vida inteira com a pessoa, sempre com aquela sombra espreitando, um vaso com uma rachadura colada. No meu caso, foi um ano doloroso, dificílimo, mas um ano que eu precisei para ver que eu merecia melhor. Mesmo assim, mesmo vendo que o negócio não ía dar certo, eu precisei de uma última gota – e adivinhem? – sim, ele traiu de novo, essa eu peguei no flagra; pra colocar um fim e partir pra outra.

Tenho dó do moço, ser traído já é terrível demais, ser traído em público deve ser insuportável. O pior é que os dois têm vários compromissos públicos juntos, já imaginaram? Se essa moça tivesse um pingo de dignidade, tomaria a iniciativa de quebrar os contratos e não aparecer nos compromissos agendados arcando com as consequências. A mídia, que está tendo um banquete com essa história toda, está esperando com garfo e faca na mão pela próxima aparisão dos dois, que deve ser num Music Award no mês que vem.

E esses meus caros, foram meus two cents.

Ah, só pra constar: o ex casou, divorciou, está feio medonho horrível indescritível assusta criancinhas, e sim, me deu certo contentamento ver que a vida dele não é das mais felizes. Não sou santa, senhor me perdoe, estou me esforçando…

2 comentários:

Bia disse...

Ai Adriana, um dia vc devia ter sua propria coluna! :) Gosto muito do jeito que vc discute qualquer tema/assunto que seja, desde os meus sério até os mais bobinhos... as vezes me lembra um livro de cronicas que eu li da Marta Medeiros (Doidas e Santas).

bjs

Unknown disse...

Adriana ja faz tempo que acompanho seu blog, mais de 7 anos, quando ainda morava no Japao... Adoro o jeito que vc escreve, me indentifico com suas palavras e suas ideias...e sim, tambem fui traida, acabei de sair de um relacionamento, que por coincidencia, foi como a sua historia, ele me traiu e eu como uma idiota apaixonada dei mais uma chance... ai vc ja viu ne??!! foi so questao de tempo, depois de quase 1 ano, mais uma decepcao... mas enfim, tudo que nao nos mata nos fortalece...
Hoje depois de quase 2 meses posso dizer que estou feliz, com uma vida nova, e cheia de planos!!!
Estou em NY e sempre leio seu blog, um dia quando me der coragem abro um tambem hehehe
Muitos beijos e abracos