quarta-feira, novembro 18

Eu não sou Ugly Betty!

Vocês sabem que eu já tive uns 35 quilos a mais. Costurei o estômago, emagreci, mudei pra Holanda, nesses quase 7 anos ganhei uns 12 quilos, que aliás, eu nem acho muito, considerando que já era esperado que depois de alguns anos de gastroplastizada eu engordasse, considerando que eu estou ficando mais velha e pra manter o peso eu teria que me exercitar mais, o que eu não faço, e não esquecendo que adaptar-se num novo país na maioria dos casos traz também uns quilinhos a mais. All in all, not too bad.

Claro que eu gostaria de emagrecer, claro que seria melhor também pra saúde, mas querem saber da verdade: eu olho no espelho e não me desgosto. Essa aceitação da imagem, aceitar que eu não tenho uma bunda tamanho 42, que eu não tenho corpo de biquininho asa delta veio mesmo só aqui na Holanda.

No Brasil, mesmo com os 12 quilos a menos, eu me sentia inapropriada. Eu me escangalhava de passar fome pra entrar numa calça jeans da minha marca favorita ( Forum ), que raramente tinha o 46, e mesmo assim, quando tinha, era um 46zinho. Pra minha bunda entrar num 44 brasileiro eu tenho que passar muita fome, e da cintura pra cima eu fico com cara de passarinho, meu rosto fica chupado, os peitos pequenos, não fica lá muito legal não, ou eu pelo menos não gosto muito. Mas eu TINHA que passar fome, porque senão acabava tendo que ir comprar na Palank modas, e colegas, roupa de gordo no Brasil, pelo menos há 7 anos, ninguém merece.

Aqui na Holanda, as gordinhas não se escondem debaixo do poncho na Betty a Feia não. Primeiro que a maioria das lojas tem até o 46 e é um BOM 46. Minha bunda cabe naquele 46 na boa. Existem muitas opções pra quem usa do 46 pra cima, e tem muita roupa legal. As gordinhas abusam dos decotões, usam muita roupa sobreposta, até vestidinho e mini saia tem. Aqui, quem veste 44 holandês ( 46 brasileiro ) é normal, no Brasil, mesmo vestindo 44 brasileiro eu ainda era chamada de gordinha.

O mais importante é que meu guarda-roupas vive recheado, eu tenho tanta escolha nas lojas! E olha, preço de roupa de gordo no Brasil é um roubo ( o gordinho até emagrece porque não sobra grana pra janta ), mas aqui é o mesmo preço.

Viver num lugar onde não sou considerada a escória da humanidade porque não tenho 60 de cintura é uma maravilha. Acho que até compensa o friiiiio.

9 comentários:

Camila disse...

E pras pequeninas, como yo, é uma mao na roda a versao curta das calcas... (Gorducha e baixinha, era O drama comprar roupa no Brasil. Aqui minha vida ficou mais fácil, apesar dos 6 kg que ganhei desde que me mudei pra cá...)

Marcia-Rotterdam disse...

O 44 holandês não é o 46 brasileiro e sim o 48! Sei disso pois era o meu tamanho ( abaixei um, amém!)
De resto, concordo, aqui é tranquilo comprar roupas para as mais cheinhas. No Brasil, na minha última viagem, NADA me servia e as lojas de gordos lá são medonhas e caras.
Outra coisa, sutiã que me serve bem mesmo, só aqui. No Brasil saía tudo pra fora, pois meus seios são grandes. E acho ótimo o tamanho da copa ser diferente.

Sheila disse...

Concordo, mas porque será? Afinal, no Brasil a maioria das mulheres não são magrinhas. Muitas e muitas estão um pouquinho ( ou muito) acima do peso.

Alice disse...

Eu concordo!!!! E amo a Miss Etam.

monica disse...

Oi, Adriana.
Adoro seu blog, acho vc uma pessoa muito articulada e inteligente.Já o acompanho há algum tempo caladinha e hoje, devido ao assunto do post, resolvi comentar. Sabe, me casei com um americano e moro nos Estados Unidos há um ano e 4 meses.Aqui, realmente me sinto um pouco mais à vontade em relação aos ( 5 ou algo mais) quilos a mais que ganhei desde que cheguei e diga-se de passagem tem sido o ó pra perder.Já cheguei aqui um pouco acima do meu peso ideal pra minha idade.Tenho visto muita gente mais gorda por aqui,que parece não esquentar muito a cabeça em ser esbelta. Aliás o problema da obesidade, todos sabem, tem se tornado motivo sério de preocupação nos Estados Unidos. Mas quando chega a hora de ir ao Brasil, já logo começo a me sentir um pouco triste e deprimida. Lá na terrinha, existe uma obessessão com beleza externa, corpo nos trinques e tudo o mais. Sou até bem vaidosa, gosto de me arrumar e me preocupo em não engordar (demais), já que depois de certa idade (estou agora com 51 anos) fica muito mais dificil perder peso, pois o metabolismo da gente e a bagunça hormonal muda tudo.
Quando chego ao Brasil, começa uma espécie de cobrança da familia mais próxima, principalmente de minha mãe,que é muito vaidosa e está relativamente em forma, lá de cima de seus 74 anos,dizendo que estou gordinha. Ela fica até controlando o que como , vê se pode.E a própria mídia ( novelas, e programas de TV no Brasil principalmente) parece incentivar cada vez mais esse culto exagerado ao corpo, mostrando muitas vezes, mulheres "fabricadas" nas clínicas de estética. A pobre mortal normal,com os quilinhos a mais, acaba se sentindo excluida. Isso de certa forma me irrita profundamente, pois estou com 66 quilos e , digamos, meu peso ideal agora é de 60 a 62 quilos.Nem tão acima do peso assim estou. Acabo me sentindo uma baranga quando estou lá e fico com vergonha até de ir à praia, de expor meu corpitcho cheio de pneuzinhos haha, me sentindo a criatura mais obesa do mundo ( para os padrões brasileiros, é lógico). Minha irmã que mora lá no Brasil e que é 11 anos mais nova que eu ( e de certa forma, leva alguma vantagem), é super vaidosa, já fez lipo, plástica na barriga, aplicação de silicone nos seios, ( vai vendo aí),e embora náo diga nada, também me olha meio de lado. Sei que não fazem isso por mal, isso faz parte da nossa cultura, mas chega a ser uma forma muito cruel de punir quem está nem que seja um pouquinho acima do peso como eu.Quando vc sai do Brasil pra morar fora e se acultura no lugar pra onde foi,é que vê como existe uma preocupaçáo até meio fútil e exagerada com a beleza fisica, muitas vezes em detrimento de reais atributos e qualidades que a pessoa possa ter. Não me interpretem mal, acho muito saudável a preocupaçáo com a saúde, a forma fisica, e em se manter jovem e bonita,mas pera lá, tudo nas devidas proporções. Desculpe o comentãrio longo. Abraços.
Mõnica Fielder

monica disse...

Oi, Adriana.
Adoro seu blog, acho vc uma pessoa muito articulada e inteligente.Já o acompanho há algum tempo caladinha e hoje, devido ao assunto do post, resolvi comentar. Sabe, me casei com um americano e moro nos Estados Unidos há um ano e 4 meses.Aqui, realmente me sinto um pouco mais à vontade em relação aos ( 5 ou algo mais) quilos a mais que ganhei desde que cheguei e diga-se de passagem tem sido o ó pra perder.Já cheguei aqui um pouco acima do meu peso ideal pra minha idade.Tenho visto muita gente mais gorda por aqui,que parece não esquentar muito a cabeça em ser esbelta. Aliás o problema da obesidade, todos sabem, tem se tornado motivo sério de preocupação nos Estados Unidos. Mas quando chega a hora de ir ao Brasil, já logo começo a me sentir um pouco triste e deprimida. Lá na terrinha, existe uma obessessão com beleza externa, corpo nos trinques e tudo o mais. Sou até bem vaidosa, gosto de me arrumar e me preocupo em não engordar (demais), já que depois de certa idade (estou agora com 51 anos) fica muito mais dificil perder peso, pois o metabolismo da gente e a bagunça hormonal muda tudo.
Quando chego ao Brasil, começa uma espécie de cobrança da familia mais próxima, principalmente de minha mãe,que é muito vaidosa e está relativamente em forma, lá de cima de seus 74 anos,dizendo que estou gordinha. Ela fica até controlando o que como , vê se pode.E a própria mídia ( novelas, e programas de TV no Brasil principalmente) parece incentivar cada vez mais esse culto exagerado ao corpo, mostrando muitas vezes, mulheres "fabricadas" nas clínicas de estética. A pobre mortal normal,com os quilinhos a mais, acaba se sentindo excluida. Isso de certa forma me irrita profundamente, pois estou com 66 quilos e , digamos, meu peso ideal agora é de 60 a 62 quilos.Nem tão acima do peso assim estou. Acabo me sentindo uma baranga quando estou lá e fico com vergonha até de ir à praia, de expor meu corpitcho cheio de pneuzinhos haha, me sentindo a criatura mais obesa do mundo ( para os padrões brasileiros, é lógico). Minha irmã que mora lá no Brasil e que é 11 anos mais nova que eu ( e de certa forma, leva alguma vantagem), é super vaidosa, já fez lipo, plástica na barriga, aplicação de silicone nos seios, ( vai vendo aí),e embora náo diga nada, também me olha meio de lado. Sei que não fazem isso por mal, isso faz parte da nossa cultura, mas chega a ser uma forma muito cruel de punir quem está nem que seja um pouquinho acima do peso como eu.Quando vc sai do Brasil pra morar fora e se acultura no lugar pra onde foi,é que vê como existe uma preocupaçáo até meio fútil e exagerada com a beleza fisica, muitas vezes em detrimento de reais atributos e qualidades que a pessoa possa ter. Não me interpretem mal, acho muito saudável a preocupaçáo com a saúde, a forma fisica, e em se manter jovem e bonita,mas pera lá, tudo nas devidas proporções. Desculpe o comentãrio longo. Abraços.
Mõnica Fielder

monica disse...

Oi, Adriana.
Adoro seu blog, acho vc uma pessoa muito articulada e inteligente.Já o acompanho há algum tempo caladinha e hoje, devido ao assunto do post, resolvi comentar. Sabe, me casei com um americano e moro nos Estados Unidos há um ano e 4 meses.Aqui, realmente me sinto um pouco mais à vontade em relação aos ( 5 ou algo mais) quilos a mais que ganhei desde que cheguei e diga-se de passagem tem sido o ó pra perder.Já cheguei aqui um pouco acima do meu peso ideal pra minha idade.Tenho visto muita gente mais gorda por aqui,que parece não esquentar muito a cabeça em ser esbelta. Aliás o problema da obesidade, todos sabem, tem se tornado motivo sério de preocupação nos Estados Unidos. Mas quando chega a hora de ir ao Brasil, já logo começo a me sentir um pouco triste e deprimida. Lá na terrinha, existe uma obessessão com beleza externa, corpo nos trinques e tudo o mais. Sou até bem vaidosa, gosto de me arrumar e me preocupo em não engordar (demais), já que depois de certa idade (estou agora com 51 anos) fica muito mais dificil perder peso, pois o metabolismo da gente e a bagunça hormonal muda tudo.
Quando chego ao Brasil, começa uma espécie de cobrança da familia mais próxima, principalmente de minha mãe,que é muito vaidosa e está relativamente em forma, lá de cima de seus 74 anos,dizendo que estou gordinha. Ela fica até controlando o que como , vê se pode.E a própria mídia ( novelas, e programas de TV no Brasil principalmente) parece incentivar cada vez mais esse culto exagerado ao corpo, mostrando muitas vezes, mulheres "fabricadas" nas clínicas de estética. A pobre mortal normal,com os quilinhos a mais, acaba se sentindo excluida. Isso de certa forma me irrita profundamente, pois estou com 66 quilos e , digamos, meu peso ideal agora é de 60 a 62 quilos.Nem tão acima do peso assim estou. Acabo me sentindo uma baranga quando estou lá e fico com vergonha até de ir à praia, de expor meu corpitcho cheio de pneuzinhos haha, me sentindo a criatura mais obesa do mundo ( para os padrões brasileiros, é lógico). Minha irmã que mora lá no Brasil e que é 11 anos mais nova que eu ( e de certa forma, leva alguma vantagem), é super vaidosa, já fez lipo, plástica na barriga, aplicação de silicone nos seios, ( vai vendo aí),e embora náo diga nada, também me olha meio de lado. Sei que não fazem isso por mal, isso faz parte da nossa cultura, mas chega a ser uma forma muito cruel de punir quem está nem que seja um pouquinho acima do peso como eu.Quando vc sai do Brasil pra morar fora e se acultura no lugar pra onde foi,é que vê como existe uma preocupaçáo até meio fútil e exagerada com a beleza fisica, muitas vezes em detrimento de reais atributos e qualidades que a pessoa possa ter. Não me interpretem mal, acho muito saudável a preocupaçáo com a saúde, a forma fisica, e em se manter jovem e bonita,mas pera lá, tudo nas devidas proporções. Desculpe o comentãrio longo. Abraços.
Mõnica Fielder

monica disse...

Adriana, desculpe a repetição do meu comentário umas 3 veas aí. é que na hora de publicar, a senha estava dando inválida e só na última vez é que foi, por isso achei que não tinha sido publicado. foi mal. bjs
Mônica

Bi Santana disse...

Oi. Adriana. Tudo bem? Adorei seu depoimento! Infelizmente por um lado, felizmente para outro, nao tive a mesma sorte! Estou morando na Coreia do Sul, e como sofro!!! Aqui so encontro roupa do meu tamanho se eu for na Zara (um roubo), ou se eu viajar ate Seul e for na UNICA loja de departamento pra western size!! Mesmo assim, visto casaco 45,5 (nem chega a ser 46 hahaha), nao permitindo que eu vista roupas por debaixo dele praticamente. O inverno esta chegando e ja tou morrendo de medo da neve. Meu irmao mora na Holanda e me sugeriu um site de compras na internet... A minha duvida era sobre os tamanho 40, 42, 44... no brasil eu visto G blusa, 46 calca. Mas quero um casaco que caiba roupas por debaixo. Que tamanho voce sugere???? Me ajuda, por favor!!!