segunda-feira, março 16

O Noé que era feliz, não tinha vizinhos II

Então, pra quem se lembra da pindaíba da cerca do jardim...

Como não se chegou a uma decisão unânime, vamos nos reunir na casa da vizinha que quer a cerca viva pra decidir a parada. Nenhum conflito "aberto", todo mundo querendo ser amiguinho, mas eu SEI que vai rolar uma tentativa de convencer o grupo que aquela idéia estapafúrdea é a melhor. Saco pra tal reunião: zero.

E acabei de chegar, já nesse humor, vem um Hans Mané me pedir para assinar uma "petição". Lembram-se que eu escrevi aqui o meu desgosto com o número de carros na nossa rua, que mais parece que eu vivo no meio de um estacionamento de shopping do que numa vizinhança "cara", e que graças a Deus íam plantar umas arvorezinhas? Então, plantaram as árvores, lindas, grandes, ainda peladas, mas vai ficar um espetáculo. Cada árvore é tão grande que ocupa o espaço de uma vaga de carro, o que é ótimo. Aí vem o Hans Mané querendo registrar queixa na prefeitura CONTRA as árvores, pedindo que sejam retiradas e que voltem a ser lugares para estacionar, que isso aumentaria o wooncomfort ( algo como "conforto da moradia" ). Gente, eu fiquei bege.

Peguei a lista e cruzei o NIET AKKORD e no campo de observação, escrevi: lugar de carro é na garagem. O cara ficou possesso. Me disse que é esse justamente o argumento da "comissão de embelezamento" da cidade, que um bairro onde todas as casas tem 1 garagem e 60% tem adicionalmente também um "oprit" ( um tipo de garagem descoberta ), não há necessidade para tantas vagas públicas. E o argumento do vizinho e dos que concordam é que a garagem é propriedade privada e cada um faz o que quiser com a sua. E ele continuou dizendo que já que as casas não tem uma casinha de jardim, o jeito é colocar os artefatos de jardim na garagem, por isso vivem lotadas. Eu abri a minha garagem pro homem: duas bicicletas, uma moteeenha, dois containeres de lixo, prateleiras com cortador de grama elétrico, podadeira elétricas, tesouras, facões, pás, cadeiras de praia, cadeiras da mesa do jardim, estofadinho da tal cadeira, vassourona, mangueira, churrasqueira. Tudo organizado, e há espaço ainda folgado para o carro. O homem não gostou. Eu terminei: senhor, eu não posso colocar uma linda árvore na minha garagem. Lugar de carro é na garagem, não no jardim público. Jardim é lugar de árvore.

Estou de saco absolutamente cheio do povo metido desse bairro. Povo que não deixa o filho ir à escola tinindo de nova do bairro porque tem turcos. Povo que deixa seus carros na rua e a criançada tem que ir brincar no barro da construção ao lado. Povo que prefere asfalto a árvore e florzinhas. Isso aqui é gente muito, muito, muito estranha.

6 comentários:

Marcia-Rotterdam disse...

Eu hein, que povo besta. Sim, lugar de carro é na garagem ( dããã).
Quando vêm com aquele ditado besta de que "beter goede buren dna verre vrienden" eu é que fico bege!! Eu tinha vizinhos maravilhosos na Inglaterra, agora aqui...

Marcia-Rotterdam disse...

Tradução do ditado - Melhor ter bons vizinhos do que amigos distantes.
É, sei.

Bruno disse...

Adooorei! Parabéns pela atitude!

Ana disse...

Dri, é duro ir contra a maioria de malas, mas a prefeitura tah do teu lado. e volta pra nos contar depois. beijos.

Joaninha Bacana disse...

Adorei que voce mostrou a sua garage pra ele, hahaha :oD E, concordo, parabéns pela atitude! Poderosa!!! :o)
Beijos,
Angie

Fernanda disse...

Ô coisa mais irritante esse povo que joga tudo na garagem e não tem mais espaço pro carro!!!!
O pior é vir com esse papo de propriedade privada e bla bla bla ... povo sem percepção! Uma rua bonita valoriza o valor das casas, etc etc etc.