segunda-feira, março 29

E pra vocês, o fim da história

E pros caros leitores que acompanharam a saga da colega de trabalho que teve 2 filhas, decidiu trabalhar só 3 dias por semana, e foi encostada num outro departamento, hoje ela veio aqui toda sorridente dizer que está deixando a companhia, que conseguiu via uma agência ( detachering ) um emprego como consultora de cursos para empresas, 2 dias por semana e um de casa.

Claro que houve mais choro, e novamente digo que isso não é normal ( meus colegas todos ficam super desconcertados ). Mas anyway. E daí ela diz pro meu colega que essa história colocou muito estresse no casamento dela, porque se o marido conseguisse bancar as contas sozinho, ela não precisava "passar por tudo isso". Porque aqui é assim, a mulher espera que o marido a banque enquanto ela brinca de casinha com os filhos. Blé, que coisa mais 1870.

Aliás, sexta passada tivemos o tal payday happy hour e eu fui. Fiquei um bom tempo conversando com a turca ( ela nasceu aqui na Holanda, de pais turcos, mas ela diz que ela é turca, não holandesa, e os holandeses ficam p ) que trabalha em aftersales, é super esperta, e eu gostaria de trazer pro meu time. Aliás, já tive altas mini-depressões por causa dela, porque eu chego aqui toda esbaforida, sempre com roupas bonitinhas mas confortáveis, e frequentemente dou de cara com ela chegando de meia fina, salto altésimo, ultra-maquiada e cheia de jóias ( de verdade, nada de Six que nem eu ), e na maioria das vezes com roupas, digamos, que chamam atenção. E aí eu me lembro que meus 24 anos estão looooonge. E aí estávamos no tal happy hour falando de NY e um colega contou que ofereceram um ROLEX roubado pra ele na rua por 500 doletas, ela na hora disse: eu comprava! A gente riu, ela disse que é louca por relógios, que eles são um investimento, e olhe esse aqui, foi meu presente de noivado, é um Cartier e custou 6 mil euros. CARACAS! Eu Jamédelavie sairia de casa com 6 mil eurecas no pulso, ainda mais do jeito que eu perco tudo! E daí o colega disse, ué, mas eu achei que em noivado a gente dava anel, e ela exibiu o dela, "ah, mas o anel já é esperado, não conta, e o anel custa muito mais que o relógio, tem que custar pelo menos 5 salários do noivo". E meu colega: antes ou depois de descontado o imposto retido na fonte? Ho ho ho, foi só risada! Holandeses dizem que a turcaiada anda em BMW, cheio de jóias e Tommy Hilfieger, e moram numa casa cacareco caindo aos pedaços. Eu, como não conheço mais profundamente nenhum turco fico quieto. E sei lá, se ela quer queimar o dinheiro dela ( e o do noivo ), que me importa, contanto que ela trabalhe direitinho.

Agora vou-me que tem gebak ( torta ) do diretorzão e eu tô aqui rezando pra ser torta de morangos, porque a temporada começou. Mente gorda dos infernos essa minha...

3 comentários:

Marcia disse...

Aff, não vou mais gastar meu verbo com essa mulherada holandesa. Só sei que a turca é alguém com quem me identificaria mais. O gosto por jóias é de toda a "tribo", no Brasil os que chamamos de turcos, que na verdade são sírios e libaneses, também adoram jóias e não estão nem aí para o perigo.
Lembro-me de uma colega turca do curso de holandês que dizia que na Turquia ela via bem mais mulheres fazendo doutorado e lecionando na universidade do que na Holanda. I rest my case.

Mines disse...

Olha, sei não, mas essa turca ai é parecida com muuuuito brasileiro que eu conheço! Sabe como é: tem que TER para se autoafirmar.

Mary disse...

Divertido esse holandês, fazendo piada! Bjo