quarta-feira, setembro 24

O charmosão

Um dos principais motivos pra eu achar que jamais me adaptaria à vida de dona-de-casa é que eu sentiria muita falta de ter colegas de trabalho. Hoje eu sinto falta ainda de ter uma mulher no meu grupo para aquelas conversinhas básicas de café, mas fora isso, estou contentíssima com meu colegas.

Meus colegas principais são o meu mentor, que é um program manager e o gerente de engenharia. Nos damos bem não só profissionalmente, mas sinto que a nivel pessoal também gostamos de trabalhar uns com os outros. É engraçado como a coisa flui bem, a ponto de alguns diretores terem notado que onde não havia muita comunicação agora há, e perceberem que o que um ouviu, vai correndo contar para o outro. Às vezes saio daqui as 8 da noite, mas saio feliz, sorrindo.

O colega mentor é um cara super engraçado, e totalmente "família". Ele está sempre falando dos filhos, da esposa, da casa, é super inteligente.

O da engenharia seria um cara que, se eu conhecesse melhor, apresentaria fácilmente para alguma amiga solteira. Ele não é casado, mas não sei se tem namorada, de qualquer forma acho que não, ele nunca mencionou ninguém. Ele não é lindo, é normal, mas é ultra charmoso. Ultra. Outro dia a australiana secretária do outro departamento veio me perguntar dele, disse que seria "a good guy" pra irmã dela. Sei.

Eu não sei se o padrão de beleza que atrai vocês mudou com o tempo, mas como a gente ( pelo menos eu ) fica mais exigente depois dos trinta! Eu acho que se eu fosse procurar um namorado hoje, ía ser dificílimo, por isso entendo minhas amigas ainda solteiras terem tanta dificuldade. Ser bonitinho não é mais suficiente, o cara tem que ser interessante. E interessante depois dos 30 assume uma outra dimensão, é o cara inteligente, legal de se conversar, que frequenta lugares legais, que gosta de coisas um pouco mais sofisticadas ( so sorry, mas neguinho que ama batata frita com cerveja não ía me agradar muito não ), que viaja para lugares legais, lê bons livros, que já passou aquela fase difícil do começo de carreira... Como diz uma amiga brasileira, os caras assim, se estão solteiros depois dos 30, são gays. Será mesmo? Eu acho que aqui na Holanda tem mais solteiros, ou estarei enganada? Pelo menos por aqui ainda vejo uns e Bart também tem alguns colegas "ainda disponíveis".

Eu já falei aqui do gêmeo tímido. Eu vivo falando pra ele, que no Brasil, tímido ou não, com emprego bom, casa propria, vontade de viajar, olhinho azul, ele não durava uma semana. Ou estou exagerando? Sei lá, vejo cada tribufu com namoradas bonitas no Brasil.

Sei não essas férias no Brasil, viu. Primeiro, todo mundo falando que Salvador está suja, cheia de meninos de rua, e que é super perigoso andar por qualquer canto da cidade de noite. Na Praia do Forte, estão querendo me engambelar com preços de pousadas, pra ir pra Morro de SP o teco-teco está uma fortuna e Bart sempre dá vexame em ferries, e bobeou, volto sem marido. Ó céus...

1 comentários:

Anônimo disse...

Pois eu ainda estou esperando o tal churrasco do desencalhe que você disse que ia fazer um dia, hehehe.
Eu tenho mais duas amigas solteiras aqui e um monte em SP, só que uma sendo de Amsterdam não ia querer se mudar para o sul, creio eu. Eu já sou mais flexível, pro sul eu iria, gosto de Brabant, pro norte é que não! É verdade, com o passar do tempo ficamos mais exigentes, queremos mais qualidade, e eu gosto de homem bem cuidado, limpinho, que não fume, e isso em Rotterdam é coisa rara, o que é bom já tem dono aqui. Eu acho que no sul tem mais oferta, talvez pelo tipo de indústria que tem aí. Quanto a tipo físico, estou no país certo, pois sempre gostei de homem alto e bem branquinho! Mas o problema é que na minha idade as coisas complicam, muito homem quer uma mulher para ter filhos, e eu já não posso garantir isso. Espero que não me xinguem, mas eu também já vi muito pitéuzinho holandês com brasileira tribufu por aí!