terça-feira, janeiro 25

O ET está em Varginha, ou serei eu o ET?


Existem dias que a motivação da gente no trabalho tá mais lá pra baixo que os peitos da Dercy.

Meu emprego atual é o meu dreamjob e apesar dos perrengues, mesmo quando dormo mal e estou com sono, mesmo quando venho de moteeenha na chuva ( hoje ), mesmo quando eu estou preocupada com outras coisas, é só cruzar a porta eletrônica do hall de entrada, e eu já fico felizinha.

Vocês tem acompanhado como o assunto "francês lider do projeto brasileiro" tem mexido comigo. É muito mais uma questão de ego do que querer fazer o projeto em si. É o meu país, eu sou a que mais entendo dos costumes, sou a que sabe que Pompéia é um bairro de SP capital, como é que eles me deixam de escanteio?

A empresa está lançando um novo caminhão em 2013 aqui na Europa e estamos todos feitos uns loucos trabalhando no projeto desse novo caminhão. Ontem ouvi do diretor do diretor do diretor que o francês foi escolhido pro projeto brasileiro porque meu grupo não podia continuar o projeto com sucesso se eu não estivesse nele. Disse que a empresa não tem experiência em projetos ( o que é bem claro, já que um caminhão novo é lançado a cada 10 / 12 anos, enquanto um carro normal é renovado a cada 3 ) e que minha experiência com projetos, adquirida na GM, tem sido muito valiosa para o departamento.

Eu deveria ter ficado feliz, mas não estou. A verdade é que a empresa não investe num sistema de informática legal, a empresa em teoria usa os procedimentos da cia-mãe americana - que não funcionam aqui na Holanda ou desde 94, quando a empresa foi incorporada ao grupo, ainda não foram emplementados, e tem uma grupo imenso de engenheiros tão aversos a mudança que se pudessem colocariam no mercado um novo caminhão que é exatamente como o que lançamos em 1963.

Isso tudo faz do projeto uma coisa super cansativa. O diretor 3 vezes chefe diz que eles gostam de como eu "compro briga" com o departamento técnico, como eu "challenge" a direção do projeto, mas a verdade é que eu acabo vivendo situações de conflito a maior parte do meu tempo, o que é tão desgastante que, no fim do ano passado, chegou ao ponto de eu sentar com o meu diretor e dizer que esse ano eu me recuso a lidar com 437 peças do projeto enquanto em média, meus colegas tem menos de 100. Duas pessoas novas foram contratadas, mas elas precisam ser treinadas, e o projeto em si está todo atrasado, e é esse bando de gente sem sistema, sem experiência em projeto, sem conhecimento de mercado, tentando correr atrás do rabo.

E daí, colegas, me bate aquela amargura e eu penso, eu estou aqui brigando o dia inteiro, um peixinho clownfish nadando contra a maré, enquanto isso o francês tá lá fazendo mapinhas do Brasil, viajando com a altíssima gerência da empresa, planejando quais fornecedores serão escolhidos pra começar o projeto Brasil, tudo coisa legal de se fazer.

Mas se preocupem não. O momento down vai passar, tudo vai ser resolver e eu voltarei a sorrir. Bem mázinha do jeito que sou, contentar-me-ei em atazanar a vida do francês dizendo que viver como expatriado em Varginha vai ser legal pacas. Vai que ele vê o ET?


2 comentários:

Unknown disse...

O Dri,
O Frances vai para Varginha? Coitado.
Voce entao nao precisa ficar triste.
Abraco,
Dani- Arnhem

Alice disse...

VARGINHA! hahahahahahahahahahah