sábado, janeiro 1

E começamos mais um ano aqui na terra gelada da Holanda

Todos os anos passamos o mês de dezembro praticamente todo de férias, e sempre em algum paraíso tropical. A cada 2 anos, vamos ao Brasil rever a família e conhecer mais do país.

Sempre tiramos 2 semanas para viajar sozinhos pelo Brasil, e todas as vezes fomos para as praias do nordeste. É lá que despejamos os maus fluídos acumulados pelo excesso de trabalho, pelas preocupações com a casa, carreira, e todas aquelas coisas chatas do dia-a-dia. Essas 2 semanas são fundamentais para manter a sanidade da gente e do nosso casamento.

Esse ano, apesar de problemas com os dois hotéis que escolhemos ( contarei numa outra oportunidade ), aproveitamos bem nossas duas semanas.

Passamos então 2 dias em São Paulo, o suficiente para eu rever alguns amigos e parentes, e fomos pra Holambra.

Em Holambra, estão meu irmão, cunhada e sobrinhos ( humanos e caninos ). Meus sobrinhos estão uns moços! Não sei se meu irmão soube criar, ou se deu sorte, mas são super legais esses meus sobrinhos. Bons alunos, inteligentes, engraçados, super família, umas graças.

Meu irmão chega do trabalho e vejam só, vai tomar cerveja na piscina. Onde, nos meus mais loucos sonhos, eu achei que um dia eu ía chegar do trabalho e ir tomar cerveja na piscina?

Mas sabe, no dia de virmos embora desatamos no choro não por todo o conforto material que estávamos deixando atrás, mas sim porque sabíamos que íamos sentir falta de jogar PS3 com o Bruno, de ficar falando bobeiras com a Fernanda, de jogar bolinha com o Bono, de zanzar com o irmão pra cima e pra baixo...

Chegamos ao aeroporto uns trapos emocionalmente, e ao fazer o check in ganhamos um upgrade para a classe executiva. Aquele atendente que nos deu o upgrade ( o avião deu overbooking e escolheram as pessoas que pagaram a mais pelo comfort class para dar o upgrade ) não sabe como ele salvou o nosso fim de ano, porque sempre foi o sonho do Bart viajar de executiva.

Pode parecer bobeira, mas estávamos pra baixo mesmo e a perspectiva de um vôo especial levantou bem nossa moral. O vôo foi tudo de fantástico. Poltronas um absurdo de grandes e confortáveis, é até imoral pensar no desconforto do resto do avião. O jantar você pode escolher de um menu, assim como o café da manhã, e bebidinhas são servidas o tempo todo em tacinhas. Mas o mais importante é o conforto mesmo. Eu jantei e nem consegui chegar na sobremesa, reclinei a cadeira ( reclina a 170 graus ) e dormi. Acordei faltavam 80 minutos pro fim do vôo, nem acreditei.

Chorei já de saudades, e de pensar na falta que todos eles me farão, já no avião mesmo. E no trem, e chegando em casa. E vira e mexe me pego com lágrimas nos olhos de novo.

Essa foi a primeira vez que questionei minha decisão de vir morar na Europa.

Será que sou só eu que passa por depressão pós-retorno? E se alguém aí tiver o mesmo, quanto tempo a gente leva pra engrenar na rotina de novo, hein?

Estava ( e estou ) tão deprê que nem fiquei acordada pra ver os fogos. Acordei com a barulhada, tentei ver alguma coisa mas a neblina não deixou, voltei pra debaixo do edredom.

Quero minha mãe, irmão, cunhada, sobrinhos e cachorreeeenhos. Buahhhhhh.

4 comentários:

S. W disse...

Eu passo por esse momento em não quero voltar pra Europa umas 5x por semana.

Eu disse...

Nossa, eu te endendo completamente e acho que isso é bem normal. Ás vezes, antes mesmo de comprar minhas passagens de ida, eu já fico antecipandi a tristeza da volta que é sempre muito dura pra mim e uns 2-3 dias antes de embarcar de volta, eu já começo a chorar. Coisa louca,né? Qdo volto, fico algumas semanas meio deprê e pra baixo, mas depois volto "ao normal". Não há nada como estarmos na nossa terrinha e no aconchego da família, apesar dod pesares...
Bjs!

vcdarcie disse...

Eh normal. Ja ja vc engrena de novo. E nada como um upgrade inesperado pra businesse class!! Presente de natal hehe
Feliz 2011!

Nanci disse...

Olha não é fácil não, deve demorar uns dias para esse sentimento passar, mas o bom é que passa. Ano passado fiquei tres semanas no Brasil e direto com a minha irmã e minha mãe, quando voltei já no aerporto não conseguia nem falar com a atendente, ela até me deu aguinha para eu me acalmar, e toda doce perguntou "passou o final de ano com a família?" e aí que eu chorava mais de soluçar, até dentro do avião me senti assim (mas não ganhamos um upgrade), mas depois que voltei a rotina e sai com os meus amigos aqui e fui aproveitar as ultimas da January Sales eu comecei a me sentir mais positiva. O ano passado tb me questionei em porque não morar no Brasil, mas a vontade passou depois de um tempo.
Abraços e força aí